11 de jun. de 2008

QUANDO A FOME INVADE UMA NAÇÃO...

Publico, agora e por completo, os versos que fiz abordando a problemática da fome. Uma estrofe estava na parte onde ficam as informações permanentes deste blog. Agora, vocês terão acesso a todas elas, por ocasião desta postagem.

QUANDO A FOME INVADE UMA NAÇÃO

O país vive clima de agonia
Toda hora aparecem na tevê
Situações que a humanidade vê
Contrastando à falsa euforia
E são coisas que afetam o dia a dia
Um progresso que equivale ao nada
Uma sina que há muito está marcada
Nos levando à inteira escuridão
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

Nos armazéns alimentos que perecem
Esperando as coisas que não vêm
Sofrimento assim não nos convém
Criaturas da nação muito padecem
Desse modo, todas elas não merecem
Conviver com a barriga maltratada
Sem comer, sem beber, algo de nada
Sem ganhar e sem ter nenhum tostão
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

Mas, pior é a fome de vergonha
Está longe de ser erradicada
A justiça raramente é praticada
A população de hoje sequer sonha
E nos rostos uma expressão medonha
Da certeza de luta fracassada
Uma gama de gente massacrada
Enfrentando a tal destruição
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

A revolta se alastra pelo mundo
Sem comida os ânimos se exaltam
Não só são alimentos que nos faltam
O vazio é ainda mais profundo
Ser faminto é viver em submundo
É não ter nem sequer uma morada
Ter saúde e escola de fachada
Que os homens projetam sem razão
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

Nas cidades é faminta a insegurança
O poder enche a pança dos maiores
Enquanto isso, sobrevivem os menores
Aguardando uma falsa esperança
Nessa linha nossa queda é quem avança
Nossa Pátria não é tão bem amada
Vejo a hora ocorrer total parada
Com o país se arrastando pelo chão
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

É uma pena de morte ideológica
Bem pior que a morte original
Comer papel de imprensa, de jornal
Atingindo a parte fisiológica
Contrariando a ordem psicológica
E deixando a mente habituada
A sofrer privação incomparada
A viver toda hora em precisão
Quando a fome invade uma nação
A violência está consolidada.

E pra matar essa fome da comida
Da dormida, da casa, da escola
Da vergonha, a vertente que assola
Não permite uma vida bem vivida
População será bem decidida
Consciência terá que ser moldada
Não tratando igualmente uma manada
O que usam chamar de O POVÃO
Pra acabar toda a fome da nação
E a violência ser de vez eliminada

(Cassildo Souza)

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