27 de nov. de 2008

QUESTÕES RESOLVIDAS UFRN / 2009 - II

1. (UFRN/2009) No folheto, constata-se uma ambigüidade intencional quanto ao emprego da palavra
A) ligação, que pode ser interpretada como combinação ou telefonema.
B) direção, que pode ser interpretada como volante ou orientação.
C) perigosa, que pode ser interpretada como arriscada ou deliberada.
D) celular, que pode ser interpretada como telefone ou tecnologia.

Mensagem do folheto: “Celular e direção: uma ligação perigosa”.

Ambigüidade ou duplo sentido, quando intencionais, são ótimos recursos estilísticos. Num texto publicitário, isso é bastante comum e causa efeitos interessantíssimos, atraindo a atenção do leitor.
Neste caso específico, a palavra ligação pode ser entendida como conexão ou como telefonema, dois vocábulos que se inserem no contexto do folheto. Portanto, a resposta é letra “A”. Nas demais alternativas, as palavras direção, perigosa e celular só podem ser interpretadas com um único sentido: o denotativo.

2. (UFRN/2009) Seria correta a substituição das formas verbais compostas tinha publicado (linha 4) e tinha experimentado (linha 5) pelas respectivas formas simples:
A) publicara e experimentara.
B) publicou e experimentara.
C) publicara e experimentou.
D) publicou e experimentou.

Resposta: letra “A”. As formas tinha publicado e tinha experimentado estão no tempo pretérito-mais-que-perfeito composto. Esse tempo verbal caracteriza-se por indicar uma ação passada que ocorreu antes de outra ação também no passado. Quando composto, aparece com os verbos auxiliares ter ou haver (caso específico da questão) e quando simples, aparece com a desinência modo-temporal ra. Exemplo:

Ele saíra de casa antes do assalto = Ele tinha/havia saído de casa antes do assalto. Observem que tanto o assalto como a saída do referente deram-se no passado. Caso de pretérito-mais-que-perfeito.

3. (UFRN/2009) Considerando-se a coesão textual estabelecida no fragmento e a obediência ao padrão culto da língua, a oração que, aparentemente, lhe era estranho (linha 3) poderia ser construída assim:
A) que o era, aparentemente, estranho.
B) que era-o, aparentemente, estranho.
C) que, aparentemente, era estranho a ela.
D) que, aparentemente, era estranho a ele.

O pronome oblíquo lhe sempre será utilizado com regência da preposição a. Ou seja, virá sempre complementando um verbo (VTI) ou um nome (CN). Neste caso, já descartamos as respostas das letras “A” e “B” que trazem o pronome oblíquo o, o qual, em oposição a lhe, deve ser utilizado sem preposição, após os VTDs.
Neste caso, a resposta é letra “D”, pois o pronome oblíquo em questão refere-se a Carlos Drummond de Andrade (equivalente ao pronome pessoal reto ele).

4. (UFRN/2009) A respeito dos termos sublinhados na terceira linha do fragmento, é correto afirmar:

Transcrição da terceira linha:

“...num terreno que, aparentemente, lhe era estranho?” Quando reuniu os contos que compõem este volume,..."

A) Exercem, respectivamente, estas funções sintáticas: adjunto adverbial e adjunto adnominal.
B) Exercem, respectivamente, estas funções sintáticas: adjunto adverbial e sujeito.
C) Ambos desempenham, do ponto de vista sintático, a mesma função: sujeito.
D) Ambos introduzem orações adjetivas, daí exercerem a mesma função: adjunto adnominal.

Os dois casos de que são de pronome relativo. Assim sendo, eles podem atuar também com funções sintáticas. Os pronomes relativos unem orações tornando-as um só período. No primeiro caso, que substitui a expressão um terreno, iniciando oração subordinada. Se inicia uma oração subordinada, esta poderia ser transformada para: Um terreno, aparentemente, lhe era estranho? Então o termo correspondente a que (um terreno) ocupa função de sujeito.
No segundo caso, acontece a mesma situação. O pronome que retoma o termo os contos. Vamos dividir o período em duas orações isoladas:

Quando reuniu os contos que compõem este volume,...

Primeira oração: Quando reuniu os contos,...
Segunda oração: Os contos compõem este volume

Observem que a expressão os contos passou a ocupar função de sujeito.

Portanto, nos dois casos, temos o sujeito como a função sintática de que. Resposta: letra "C".

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