31 de dez. de 2009

ANO NOVO É RENASCENÇA

O Ano Novo será a renascença: veremos frutos concretizarem-se, projetos realizarem-se, embriões tomando forma. O Curso dessa quebra imaginária é que nos move. Afinal, o tempo é algo abstrato e subjetivo, alguns povos até comemoram com parâmetros diferentes, mas isso não existindo, talvez provocasse um vácuo, um espaço sem composição.
Estaremos todos munidos de uma coletividade jamais vista. Esse otimismo tem um fundo realístico, porque a junção será a inevitável solucão para que nosso planeta sobreviva, em todos os aspectos. Será uma necessidade da qual todos compartilharão e, por esse motivo, ficarão dispostos à mudança de mentalidade e de atitude.
Porque, afinal, será mais uma trilha na escalada da vida. As etapas complementar-se-ão ao tempo em que nossas metas serão exploradas até que as consigamos alcançar. Todos formarão um elo inédito.
Sem essa esperança, não serviria comemorar o Ano Novo. Somos todos uma só raça, então, a expectativa é de que caminharemos para um só lado, para uma só direção, por um só propósito: a vida.
Um abraço a todos e um 2010 cheio de realizações concretas e de crescimento espiritual.
Cassildo.

28 de dez. de 2009

QUANDO TUDO PARECE RESOLVIDO...(Cassildo Souza)

Quando tudo parece resolvido,
Ainda há muita coisa pra fazer.

Não se pode parar um só segundo
Não se pode viver para afundar
Não se deve deixar de trabalhar
Nem se deve virar um vagabundo
Não se pode fugir do nosso mundo
Não se deve o futuro antever
Nem se pode um momento enfraquecer
Vendo a vida toda hora inibido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

Todos devem viver para buscar
Praticar, refazer, reconstruir
Entender, compreender e reunir
Relutar, sem querer desnortear
Ensinar, Indicar, orientar
Planejar, projetar, até prever
Sem pensar que assim irão vencer
Tudo o que se apresenta construído
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

Nós vivemos em busca de aventura
Contentar-se não faz o nosso ser
E aquele que aspira a crescer
Já pretende sair da via escura
Se há hoje um caminho de amargura
Não é digno por pouco entristecer
Nem se faz necessário se render
Não faz bem aparência de abatido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

O processo de viver é uma arte
Há etapas e fases a trilhar
Os caminhos a se consolidar
Não pensemos que estamos lá em Marte
O sucesso de nós ora faz parte
O progresso é vontade de crescer
O caminho pra se sobreviver
No humano está ele contido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

Não se pode parar um só segundo
Não se pode viver para afundar
Não se deve deixar de trabalhar
Nem se deve virar um vagabundo
Não se pode fugir do nosso mundo
Não se deve o futuro antever
Nem se pode um momento enfraquecer
Vendo a vida toda hora inibido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

Todos devem viver para buscar
Praticar, refazer, reconstruir
Entender, compreender e reunir
Relutar, sem querer desnortear
Ensinar, Indicar, orientar
Planejar, projetar, até prever
Sem pensar que assim irão vencer
Tudo o que se apresenta construído
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

Nós vivemos em busca de aventura
Contentar-se não faz o nosso ser
E aquele que aspira a crescer
Já pretende sair da via escura
Se há hoje um caminho de amargura
Não é digno por pouco entristecer
Nem se faz necessário se render
Não faz bem aparência de abatido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

O processo de viver é uma arte
Há etapas e fases a trilhar
Os caminhos a se consolidar
Não pensemos que estamos lá em Marte
O sucesso de nós ora faz parte
O progresso é vontade de crescer
O caminho pra se sobreviver
No humano está ele contido
Quando tudo parece resolvido
Ainda há muita coisa pra fazer.

24 de dez. de 2009

O FIM DA CENSURA AO ELOGIO

Estamos num período robótico, frio, ultrarracional. É impressionante como as pessoas perderam a capacidade de reconhecer nas outras as suas qualidades. Hoje em dia, é proibido elogiar; permitido é, somente, cobrar e criticar, com a incrível justificativa de que nada estão fazendo a mais do que a obrigação.

Como vivemos um período transitivo, que é o final de ano, com comemorações natalinas e de réveillon, em que teoricamente todos refletimos sobre conquistas e falhas, nada mais justo do que considerar a possibilidade de voltarmos à “era do reconhecimento”. Que tal dizermos ao colega que ele é competente e que contribui imensamente para o trabalho dos demais? Acho que não há nenhum prejuízo quanto a isso, pelo contrário: assim fazendo, estamos provavelmente garantindo uma qualidade muito maior no seu desempenho, no futuro.

Vamos parar com as críticas destrutivas. Vamos entender o motivo de uma coisa não ter saído como deveria, ocupar um pouco o lugar do outro. Será que a vida inteira nós só fizemos acertar? Nunca erramos e, por isso, achamo-nos no direito de menosprezar os outros por seus erros? Não deveria acontecer assim, mesmo porque entendo que cada um se destaca em dada habilidade. Não conheço uma só pessoa que domine todas as áreas e, assim sendo, em algum momento, vamos nos encontrar limitados.

O Natal, de que tanto falam os proprietários de comércio e prestadores de serviços (com a devida razão, também, porque estão cumprindo o seu papel) deve ser uma prestação de contas com nós mesmos. Estamos habituados a pedir, mas esquecemos que antes haveremos de contabilizar forças e fraquezas, a fim de aperfeiçoarmos aquilo que entendemos ser de relevância. E isso pode começar a partir do momento em que consigamos ver nas pessoas as suas virtudes, considerando que tais qualidades sempre superarão quaisquer defeitos.

Vamos, então, celebrar o elogio, o reconhecimento, a capacidade de perceber os predicados positivos. Segundo a lei de causa e efeito, aquilo que vai sempre retorna e, nesse caso, sempre será reverenciado aquele que conseguir também valorizar os seus semelhantes, sem esperar nenhum benefício, nenhuma compensação, nenhum lucro, realizando tudo de forma espontânea e natural.

Bom Natal para todos. Que o recomeço seja marcado pelo uso de palavras e ações concretamente positivas.

Cassildo.

16 de dez. de 2009

NOSTALGIAS EM POUCO TEMPO

Quis-me perguntar, inúmeras vezes, por que eu sou tão saudosista. Sei que anda perseguindo essa resposta faz tempo e, para ilustrar a prova cabal dessa caarcterística peculiar em mim, vou referir-me às aulas que acabaram de encerrar, nos cursinhos preparatórios para o IFRN, PRÉ-VESTIBULARES e CONCURSOS.
Esta semana, destacada por marcar o encerramento de minhas atividades no ano de 2009, já estou sentindo a falta de alguma coisa que permeeou minha trajetória de fevereiro até agora. É como se alguma peça de um equipamento estivesse funcionando mal e precisasse ser trocada. E que, sem ela, o dispositivo não cumpriria sua função perfeitamente ou torna-se-ia sem muito valor. Resta-me o consolo de saber que é apenas um intervalo, uma situação temporária.
Isso reporta a tempos antigos. Especialmente, o período de Universidade, depois do qual passei a ficar lembrando de toda aquela cumplicidade que tinha com os colegas e alguns amigos; uma vez acabada, naquele âmbito, não mais existiria. Até hoje sonho que estou lá, junto a eles, em momentos únicos. Agora, na função de professor para cursos preparatórios, tenho essa mesma sensação que se renova a cada ano, aquele sentimento de não mais encontrar, reunidos no mesmo ambiente, os alunos que conosco conviveram quase 10 meses.
O que eu sinto, neste momento, é uma nostalgia que se formou em minúsculo espaço de tempo. Falo assim, porque normalmente o termo "nostalgia" é usado para lembrar de tempos muito antigos e, agora, pelo menos agora, eu sendo professor de Português, autorizo-me desviar o seu sentido por tão nobre razão. Já estou, sim, com muita saudade das aulas e das conversas, das dúvidas tiradas, das orientações, dos risos e dos conselhos. Situações que ficam e que jamais serão apagadas.
É isso que me move. Tenho dito: Professor é para sempre; aluno é para sempre, ainda que um ou outro possa não querer aceitar. No dia em que isso acabar em mim - e espero que nunca desapareça - não haverá motivos para que continue nessa trilha e assim, terá sido encerrado o meu ciclo. Deus ajude que isso demore muitos e muitos anos a acontecer.
Vou esperar por um ano de 2010 muito bom e que minha saga se prolongue. Desejo que tal ano inicie com muitas notícias de aprovações, para coroar todos os alunos que decidiram lutar para alcançar seus objetivos e, somente por isso, confirmarão os sonhos.
Um grande abraço.
Cassildo.

6 de dez. de 2009

O MUNDO ENQUANTO NÓS... (CASSILDO)

O mundo continua, enquanto paramos
O universo reage, se nós agimos,
A terra descansa, se não dormimos
O sol vem todo dia, ainda que não vejamos.
O mundo independe de nós.

As flores crescem, se não vivemos
As mentes viajam, se nós vagamos
O céu resplandece, se escurecemos
Os astros reluzem, se não brilhamos.
O mundo independe de nós.

O universo nunca está disperso
As estradas recebem os seus viajantes
Bandoleiros que não param jamais
E o mundo continua um só, enquanto nós.
O mundo independe de nós.

NO SEU UNIVERSO (CASSILDO)

Do mundo desligo-me.
Apago-me.
Fecho-me.
Sua presença basta
Para que eu viva,
Pelo menos nesse instante.
Estou desvinculado de tudo
O que pode ser normal,
Convencionais são minhas expressões
Abro-me em sua direção
Acordo-me no seu olhar
Conecto-me ao seu universo,
Nesses versos que ora inicio,
Intermedio e encerro

1 de dez. de 2009

MAIS QUESTÕES COMENTADAS - UFRN 2010

01. (UFRN 2010)
Na situação retratada pelo quadrinho, a resposta do interrogado
A) tem por objetivo despistar o delegado, cuja intenção é descobrir se o interlocutor mantém bom relacionamento com a família.
B) possibilita que o delegado atinja seu objetivo, ou seja, descobrir se também houve furto de confecções femininas.
C) comprova que a comunicação se realiza com sucesso, pois o interlocutor percebe a verdadeira pretensão do delegado.
D) surpreende e causa humor, devido ao fato de ele interpretar equivocadamente a pergunta que o delegado lhe faz.

REPOSTA: "D".
É uma questão que envolve elementos como subentendidos e intertextualidade. O efeito de humor é causado justamente pela interpretação errônea que o acusado faz. Quando o Delegado pergunta se ele "não pensou" na "mulher", na "filha", queria referir-se às conseqüências para a família do réu. Ele, numa situação que só provavelmente ocorreria numa piada, como é este caso, achou que se tratasse das peças de roupa destinadas a homens. Letra "A" descarta-se, pois a resposta não foi proposital, foi inocente; letra "B" também se descarta, pois não era intenção do Delegado definir roubo de peças masculinas ou femininas; letra "C" é totalmente equivocada, pois exatamente ao contrário, o processo comunicativo não ocorre com sucesso.

02. (UFRN 2010)
Pode-se subentender da fala do interrogado:
A) Ele sentia alguma frustração por ter sido a única pessoa beneficiada com a infração que praticara havia algumas horas.
B) Se houvesse peças femininas na loja, ele provavelmente teria pegado pelo menos uma, para a esposa ou para a filha.
C) Mesmo em situações consideradas de risco, ele costumava pensar primeiro nos familiares que em si mesmo.
D) Ele só assaltara a loja porque estava certo de que existiam confecções para pessoas de ambos os sexos.

RESPOSTA: "B".
A fala do interrogado, inclusive correlacionado-a à resposta da questão anterior, deixa claro que se houvesse peças do vestuário feminino, ele provavelmente as teria levado para mulher e/ou filha; letra "A" descarta-se, pois ele não parecia frustrado ou preocupado com alguma coisa; quanto à alternativa "C", não há indícios no texto de que ele pensava logo nos familiares do que em si mesmo; a letra "D", mais absurda de todas, porque o interrogado apenas se refere a peças femininas, condicionado pela pergunta do Delegado sobre a mulher e a filha.

30 de nov. de 2009

QUESTÕES COMENTADAS DA UFRN - VESTIBULAR 2010

Comento a seguir algumas questões da prova de Língua Portuguesa, da UFRN, realizada dia 23-11-2009 :

Questão 01 (UFRN 2010)
Leia o período abaixo.
Mal se congestiona o tráfego [...], o fagócito move-se [...].”
Nesse período, o conector Mal exprime noção de
A) tempo e admitiria, em seu lugar, a locução conjuntiva logo que.
B) tempo e seria correto substituí-lo pela locução conjuntiva visto que.
C) modo e é antônimo do advérbio bem.
D) modo e é homônimo do adjetivo mau.


RESPOSTA CLARA: "A". O vocábulo MAL pode atuar em três funções: como SUBSTANTIVO (antecedido de artigo: O MAL); como ADVÉRBIO (indicando modo, maneira, forma) e como CONJUNÇÃO TEMPORAL, indicando um tempo um intervalo breve de tempo entre duas situações. E, indicando TEMPO, como ocorre no caso acima, só poderia ser substituído por LOGO QUE. A expressão VISTO QUE, da alternativa "B", indica CAUSA e, por isso, descartava-se. Letras "C" e "D" seriam automaticamente desconsideradas, pois a palavra aqui analisada não indica MODO.

Questão 02 (UFRN 2010)
Assim como nas três situações que o fragmento apresenta (linhas 4, 6 e 7), o acento grave também está usado adequadamente na opção:
A) A loja onde Rogério trabalha só abre de terça à sábado.
B) A viagem à bordo de uma lancha foi muito cansativa.
C) O automóvel que Valéria comprou é movido à álcool.
D) O requerimento é semelhante àquele que foi indeferido.

RESPOSTA PRÁTICA: "D".
O acento indicativo de crase ou, simplesmente, ACENTO GRAVE, deve ser empregado sempre que houver a contração do A (preposição que sucede a palavra anterior) com outro A que antecede a palavra seguinte (ARTIGO FEMININO ou a primeira letra dos pronomes AQUELE, AQUELA, AQUILO). Assim, descartam-se diretamente as opções "A", "B" e "C" (nas três alternativas, respectivamente, SÁBADO, BORDO e ÁLCOOL são masculinas e não admitem o segundo A, que antecede as palavras femininas). A alternativa correta, "D", traz a preposição A do vocábulo SEMELHANTE ( Semelhante a quê?) seguida de outro A da palavra AQUELE e, portanto, emprega-se corretamente o Acento Grave.

Questão 03 (UFRN 2010)
Corresponde a uma forma desenvolvida da oração reduzida “
Atravessando-o certa tarde
[...]” (linha 5):
A) Certa tarde, a ponto de atravessá-lo.
B) Quando ia atravessá-lo, certa tarde.
C) Certa tarde, enquanto o atravessava.
D) Conquanto o atravessasse, certa tarde.

RESPOSTA SIMPLES: "C".
As orações reduzidas vêm sempre nas formas nominais (INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO) e dispensam o uso dos conectivos (Quando, Porque, etc). O verbo deste caso específico encontra-se no GERÚNDIO que, normalmente, indica tempo. Descartam-se as alternativas "A" e "D", que podem significar nessa ordem, NA IMINÊNCIA DE e EMBORA, ou seja, não há temporalidade. Opta-se pela letra "C" porque o teor dá idéia de continuidade, a ação verbal já em processo, aspecto típico do Gerúndio, como em ATRAVESSANDO, enquanto que a letra "B" expressa uma temporalidade definida, sem progressão.

27 de nov. de 2009

CONTRARIEDADES HUMANAS

Cassildo
A vida nos ensina sempre a aprender as coisas mais agradáveis. Mesmo sabendo que no mundo acontecem eventos imprevistos, queremos sempre ter em mente que tudo um dia vai mudar. Será, entretanto, que estamos sendo parte dessa provável mudança? O paradoxo chamado Homem assusta tremendamente. Vivenciamos guerras, desastres naturais, desmandos sociais e, contraditoriamente, presenciamos campanhas para desarmamento, luta contra as drogas, contra doenças incuráveis. Testemunhamos os chefes de Estado procurando uma solução para que suas nações encontrem a paz, para que não morra mais ninguém, para que a fome seja digerida.
O mundo é uma rotação estranha, porque os cérebros pensantes não pensam nada e os chamados “loucos” no final estão sempre com a razão. Esses últimos são alvos de críticas e zombaria e o mais intrigante é que quando se consegue perceber a sua racionalidade, já é muito tarde porque não estão mais entre nós.
Talvez por essas e outras coisas é que o mundo nunca vai caminhar em unidade. São aproximadamente 6 bilhões de cabeças diferentes, cada uma com seus caprichos e orgulhos, com suas falhas e fraquezas, mas também com suas qualidades múltiplas. Falar de amor é ser careta, falar do ódio é oportuno e ser diferentemente repudiável é sinal de promoção e crescimento. Nesse sentido, a mídia tem alimentado intensamente a “cachola” humana no sentido de fazer as pessoas pensarem que a qualquer modo podem passar da água ao vinho e se tornarem estrelas.
Mas, o fato é que a busca por uma identidade tem sido cada vez mais acirrada, porque não se propõe a luta por coletividade. Tudo caminha para o único, para o uno, para o maior, nunca para o melhor. A quantidade sobrepõe a qualidade. Número é mais importante do que gesto, conta bancária é mais importante do que afeto e carro importado é mais viável do que pessoas. Refletir é brega e “endoidecer” é “manêro”.

Por mais que tentemos elaborar um quadro de como se acha a Humanidade hoje, vamos sempre esbarrar em questões simples, mas sem resposta. Essa resposta que as pessoas têm buscado não é a melhor solução para nada. Quando se busca algo sem conteúdo, é impossível que se tenha forma necessária ao apogeu da raça mais complicada do planeta: o bicho homem.

25 de nov. de 2009

COMENTANDO A PROVA DE REDAÇÃO DA UFRN

Muita gente tem contactado comigo, querendo saber algo sobre a prova de redação da UFRN. Não houve surpresas, pois foi cobrado um ARTIGO DE OPINIÃO, como no ano passado.

Isso significa que o aluno deveria escrever um texto opinativo, com argumentos, estrutura definida em INTRODUÇAO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO e, de preferência, em primeira pessoa do singular ou plural, para diferenciá-lo da DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA. Na proposta pedia-se para não assinar e também foi exigido um título. Além dessas duas exigências, este ano estipularam o número de dois argumentos sobre os quais o posicionamento seria desenvolvido, ou seja, dois parágrafos.

Não houve maiores surpresas, a temática era abrangente e exigia do aluno a capacidade de relacioná-la a outros temas, como por exemplo, à segurança pública e à falta de privacidade.

23 de nov. de 2009

VESTIBULAR UFRN - 2º DIA: DE NOVO, UM ARTIGO.

Uma dúvida muito grande pairava na cabeça dos alunos que fariam a prova redação hoje, dia 23-11-2009. Será cobrado um artigo ou uma carta argumentativa? Como havíamos antecipado durante o ano nas aulas e, agora, na revisão de de véspera, o fato de o ano passado ter sido exigido um Artigo não impedia que ele fosse repetido esse ano. Não havia uma regra estipulando qual gênero textual seria pedido.
Para aqueles que temiam a carta, nesse aspecto houve alívio. Em relação ao tema, houve uma inovação, preferindo-se abordar a invasão de privacidade, a eterna vigilância que o contexto do mundo atual nos trouxe.
Na prova objetiva de Língua Portuguesa, nada de novidades. Utilizaram-se os textos literários tanto para a parte de Literatura quanto para a Gramática. O acento indicativo de crase foi objeto de uma questão, enquanto que parônimos/homônimos foram o objeto de outra. Na parte interpretativa, tirinha. Quantas vezes orientamos para que observassem bem esse gênero textual e outros correlatos como a charge e o cartum!
Em resumo, quem fez uma preparação correta, assistindo a todas as aulas só terá motivos para comemorar. Agora é esperar o resultado.
Boa sorte a todos. Amanhã ainda haverá as provas discursivas das disciplinas específicas.
Um abraço!
Cassildo.

20 de nov. de 2009

PASSAR NO VESTIBULAR É UMA ESCOLHA

Há muita gente aflita com o início do processo seletivo para o ensino superior, mais popularmente conhecido como Vestibular. A apreensão é plenamente justificada, principalmente se o candidato tem consciência daquilo que realizou durante todo o período de preparação. Passar no vestibular não é como numa loteria, ao contrário do que muitos pensam. É uma escolha, a qual depende das metas que cada um traçou para si.


Pois sim. O mundo em que vivemos é bastante impiedoso quanto às oportunidades. Não podemos perder tempo, achando que a qualquer momento a chance baterá à nossa porta, porque não é assim que acontece. No geral, as portas começam a abrir (ou pelo menos deveria ser assim) a partir do momento em que decidimos o que fazer da vida. E esse processo inicia com a escolha de uma área para qual prestaremos o vestibular.


O fato é que até chegarmos ao momento da seleção, toda uma estrutura deve-se ir construindo. A preparação - seja na escola ou nos cursinhos - deve ser encarada como uma coisa sagrada, devem-se renunciar muitos momentos que poderão ser retomados após o suposto sucesso. O comprometimento com as matérias, com as dúvidas, com os detalhes constitui a pré-aceitação do resultado positivo. A partir dali, você já começou a decidir: passarei no vestibular.

Então, àqueles que já fizeram sua pré-aceitação, só tenho a dizer, parabéns. Porque, se a aprovação é uma escolha e não uma conseqüência vaga, não é preciso ficar preocupado com o que virá. Sabemos, é claro, que o processo pode ser injusto em alguns casos, mas ele é especialmente desfavorável aos que não optaram pelo êxito. Não adiantará muito reclamar por aquilo a que não se fez jus e, por esse mesmo motivo, os previamente compromissados com tal sucesso, desejo abraçá-los com toda a felicidade do mundo, por terem escolhido o melhor caminho.

Um abraço a todos os vestibulandos que se submeterão às provas dos dias 22, 23 e 24.

Cassildo.

19 de nov. de 2009

ESTRUTURAS DE CARTA E ARTIGO - ÚLTIMA CHAMADA

Publico a seguir conteúdo sobre CARTA ARGUMENTATIVA e ARTIGO DE OPINIÃO. É o último antes do vestibular. Espero que possa ajudar na eliminação de algumas dúvidas antes do processo seletivo para o ensino superior. Esclareço que é um material em primeira mão, nos moldes do que será utilizado na Revisão de Véspera da Central de Cursos, domingo, dia 22 de novembro. Autorizo a reprodução, desde que seja para fins educacionais, não-lucrativos, não se admitindo, por exemplo, a edição em material impresso para comercialização.
Apreciem sem moderação.
Um abraço.

CARACTERÍSTICAS DO ARTIGO DE OPINIÃO

  • Características aproximam-se da DISSERTAÇÃO, principalmente na estrutura INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO e nas estratégias para defender um argumento;
  • Texto a ser publicado em JORNAL, REVISTA, SITE ou BLOG;
  • Opinião do autor (independente da linha do veículo de comunicação);
  • Geralmente se assina com PSEUDÔNIMO indicado pela organizadora do Vestibular (http://centraldasletras.blogspot.com/2008/08/o-que-pseudnimo.html);
  • Se não houver indicação de PSEUDÔNIMO, não se deve assinar o artigo;
  • Deve ser escrito em 1ª pessoa do singular ou plural, evitando-se os exageros.

CARACTERÍSTICAS DA CARTA-ARGUMENTATIVA

  • Texto de cunho ARGUMENTATIVO, em defesa de um posicionamento assumido;
  • Texto com leitor/destinatário específico, por isso deve haver referência ao receptor;
  • Adequação dos pronomes de tratamento;
  • Assinatura deverá ser com PSEUDÔNIMO indicado pela organizadora do Vestibular(http://centraldasletras.blogspot.com/2008/08/o-que-pseudnimo.html);
  • Geralmente, utiliza-se a 1ª pessoa do singular, levando em conta que é um documento mais individual do que a DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA.

EXEMPLO DE ARTIGO DE OPINIÃO

TERCEIRO MANDATO: DEMOCRACIA OU REGIME AUTORITÁRIO?

Por Cassildo Souza

Muito tem se falado a respeito de um terceiro mandato para o Presidente Lula. Crescem os rumores de que ele poderá concorrer, mais uma vez, ao cargo maior da Federação. Se isso realmente se concretizar, constituirá uma forma de democracia ou um passo para o autoritarismo?
Muitos são os que defendem a sua permanência no poder, tendo em vista o bom governo que, reconhecidamente, vem fazendo. A economia permanece estável, novos investimentos estão sendo feitos no País e a maioria da população recebe ajuda financeira, por meio de programas sociais criados no governo FHC e reformulados na gestão de Lula. Por isso, a avaliação do segundo mandato alcança números bastante expressivos e não deixa de ser um dos principais fatores que reforçam o desejo de continuar exercendo o cargo.
As opiniões em contrário alegam que a possibilidade de prorrogação do mandato, através de nova eleição, contribuiria para alimentar o autoritarismo fazendo lembrar o regime ditatorial, cujos Presidentes sempre acabavam encontrando um dispositivo para permanecerem no poder mais tempo que o previsto. FHC, forte opositor de Lula, é um desses expoentes contrários à mudança. Para ele, não tem lógica Lula dizer que oito anos é pouco para se fazer o que deseja, pois criticara muito os dois mandatos do representante do PSDB, alegando que ele teve a oportunidade de fazer as reformas necessárias.
Então, qual seria o posicionamento coerente da população, já que os críticos da política brasileira comungam de opiniões diferentes, nos deixando ainda mais confusos? Trata-se de um assunto muito complexo. Precisamos atentar para o fato de que o povo, com o devido esclarecimento, poderá decidir pela continuidade ou não do Chefe do Executivo Nacional. Entendo que, mesmo Lula podendo concorrer ao terceiro mandato, só o ocupará se nós decidirmos assim. E nesse ponto, não podemos falar em excesso de autoridade; há democracia pura. O voto contrário assiste a quem discorda dessa possibilidade, optando por renovar os destinos da sociedade, caso, a seu juízo, se faça necessário.

EXEMPLO DE CARTA-ARGUMENTATIVA


Gravilândia, GV, 25 de dezembro de 2003.


Querida filha,Tenho-a criado da melhor maneira que um pai poderia fazer, considerando as condições por que sempre passamos no decorrer de nossas vidas. Apesar das dificuldades, nunca deixei de lhe dar o melhor de mim, procurei educá-la pensando em garantir um futuro digno para você e futuros descendentes. Entretanto, algumas de suas atitudes têm me incomodado um pouco ultimamente.

Sem querer bancar um pai “careta”, tenho me preocupado muito sobre a maneira como tem encarado as coisas em sua volta. Depois que conheceu aquele seu namorado, você virou a cabeça, jogou tudo para o alto e passou a cometer algumas imprudências: a maior delas, a falta de cuidados na prevenção de doenças ou de uma possível gravidez indesejada. Isso me deixa perplexo, principalmente pelas informações que você teve oportunidade de adquirir esses anos, o que naturalmente exigiria uma atitude totalmente diferente.

Lembre-se, não sou contra a sua maternidade. Aliás, considero o maior privilégio que uma mulher pode ter. Apenas não quero, caso isso venha a se concretizar prematuramente, vê-la desesperada pelos cantos, sem saber como agir pelo fato de não tê-la planejado. Vivemos num mundo recheado de mecanismos que ajudam a prevenir a gravidez, temos camisinha como o método mais conhecido, além de outros que você certamente os conhece. Por isso, peço-lhe que reflita um pouco sobre suas atitudes, você ainda nem concluiu o Ensino Médio, lembra? E o vestibular, o seu sonho de ser jornalista, de brigar pelos direitos dos mais fracos, como sempre dizia almejar quando era criança? Deixou-os de lado? Creio que não.

Filha, às vezes os sonhos podem ser interrompidos por falta de consciência. E é isso que lhe peço como alguém que a ama desde os seus primeiros passos, desde a época em que ainda segurava em sua mão para que andasse sem riscos de cair. Tome mais cuidado, previna-se; não jogue fora os seus anseios, as suas vontades, o seu futuro. Una o útil ao agradável. Divirta-se, sim, mas com prudência. E quanto ao resto, pode contar comigo e com a sua mãe, você sabe que estamos sempre prontos para dizer uma palavra de conforto, de apoio, de amor. Aquele amor insubstituível, que sentimos em nossos corações por essa linda menina que, num piscar de olhos, já virou mulher.

De seu pai que a ama profundamente,

Metódio Contraceptus

12 de nov. de 2009

QUESTÕES RESOLVIDAS - EVOLUÇÃO - 11.11.2009

AS DUAS QUESTÕES SEGUINTES FORAM RESOLVIDAS NA AULA DO CURSINHO "EVOLUÇÃO", EM 11.11.2009, E DIZEM RESPEITO AO ACENTO INDICATIVO DA CRASE:

01 (44). (UFPR) Em qual alternativa o vocábulo a deve receber acento grave?
a) pintou o quadro a óleo. b) Fomos a uma aldeia.
c) Dirigiram-se a Vossa Excelência. d) Voltou a casa paterna.
e) Começou a chover.

RESPOSTA: "D". Consideremos que a crase é fenômeno fonológico (sonoro) que representa a fusão de a (preposição) + a (artigo ou primeira letra dos pronomes aquele, aquela e aquilo). Assim, descarta-se a letra "A", pois óleo é masculino; na letra "B", temos preposição a + artigo indefinido uma, também descartando a possibilidade de crase; letra "C", crase proibida diante de pronomes de tratamento; letra "E", crase proibida diante de verbos. Na alternativa que corresponde à resposta (D) temos preposição a, que complementa voltou, mais artigo a exigido pela expressão "casa paterna" (diante dos substantivos casa e terra, só há crase se ambos estiverem especificados).

02(45).UFPR) Em qual das frases o a não deve receber acento grave?
a) Todos se referiam à casa de João. b) Todos aspiravam à posição de João.
c) Todos visavam à exaltação de João. d) Todos se dirigiram à casa de João.
e) Todos pretendiam à amizade de João.

RESPOSTA: "E". A crase presume regência com preposição a em relação ao vocábulo anterior. Isso ocorre em todas as alternativas até a letra "D"; letra "A", "Todos se referiam a + a casa de João (substantivo casa especificado exige artigo a), portanto recebe crase; letra "B", "Todos aspiravam a a posição de João (Aspirar, no sentido de pretender, rege preposição a), portanto, exige crase; letra "C", mesmo caso da anterior; letra "D", idem; na letra "E", o verbo pretender não rege preposição, pois é transitivo direto: "Todos pretendiam a (artigo) amizade de João".

Temos que entender crase como um conteúdo intimamente ligado a regência verbo-nominal. Se a palavra anterior traz a preposição a e a seguinte, o artigo a, certamente haverá crase, salvo nos casos em exceção como substantivos terra e casa.

Espero que tenham compreendido.

Um abraço.

Cassildo.

11 de nov. de 2009

SISTEMA DE BUSCA DO BLOG

Adicionei, no presente blog, um sistema de busca (parte superior direita), que permite ao leitor pesquisar qualquer assunto que lhe interessa, postado em mensagens antigas, desde a criação do site. Se, por exemplo, alguém quer um modelo de artigo de opinião, basta escrever a expressão "ARTIGO DE OPINIÃO", que são disponibilizados os locais onde se aborda tal conteúdo, com a opção de acessá-los em página extra, não se saindo da página inicial. Tal ferramenta facilitará muito a pesquisa dos pensam encontrar aqui o que tanto procuram.

Um abraço.

Cassildo

10 de nov. de 2009

Salve-se quem puder (Cassildo Souza)

Salve-se quem puder,
Se é que alguém pode sair
Dessa selva de pedra,
De espinhos, de escuridão.

Viva, quem estiver
Alheio ao que está por vir.
Numa vida sem meta
Ninguém pode prosseguir.

Emaranhado de coisas estranhas
Incríveis desandos,
Mudanças tamanhas,
Tremendos abismos, milhões de ismos
Cegueira, miopia, estrabismo.

Água e fogo se juntaram há tempos
Não se consegue distinguir
Bons e maus momentos
Não há parâmetros que definam a luz da escuridão
Não há diferença entre problema e solução.

9 de nov. de 2009

SER CONTRA, A FAVOR OU FICAR NEUTRO?


Uma das dúvidas maiores dos alunos que prestarão vestibular, no momento da redação, é o posicionamento a ser assumido. Alguém já me perguntou: "professor, se eu for contra, posso, ainda assim, expor os pontos favoráveis?"


Respondo no ato: "Pode".


O fato de o aluno ser favorável a determinado posicionamento, não o exclui de reconhecer pontos negativos ou contrários àquilo que defende. Todas as propostas de redação tratam de temas polêmicos, e usualmente essas temáticas apresentam idéias controversas. Do mesmo modo, se alguém está posicionando-se contra determinada atitude, também não se pode recriminar o reconhecimento aos aspectos positivos. Ou seja, o importante é que no final do texto, especificamente na conclusão, haja uma clareza. Após tudo que foi debatido, aprofundado ou argumentado, é preciso estabelecer uma definição.


Tanto é assim, que hoje as propostas de redação - por exemplo, as da UFRN - trazem uma terceira opção, a da OPINIÃO PARCIAL. Isso também não significa que o aluno deva "ficar em cima do muro". É que, escolhendo tal opção, ele poderá ser CONTRA ou a FAVOR, mas deverá abordar os pontos controversos no texto, reconhecendo haver pontos aceitáveis que não sejam somente aqueles de sua opinião.


Então, ao posicionar-se A FAVOR DO ABORTO, o aluno que escolher a opção PARCIAL, deverá reconhecer os pontos negativos também; de mesma maneira, ao optar pelo posicionamento PARCIAL, o candidato CONTRA A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS também deverá reconhecer os pontos positivos caso isso viesse a se concretizar.


Por essas razões, sempre que houver três opções: CONTRA / A FAVOR / PARCIALMENTE ou EM PARTE, a melhor estratégia é escolher a terceira, pois é improvável que algum tema só apresente pontos unicamente POSITIVOS ou unicamente NEGATIVOS.


Caso a proposta de redação traga somente duas opções - CONTRA ou A FAVOR - isso também não impede de abordar pontos FAVORÁVEIS e CONTRÁRIOS, desde que fique clara a sua posição FINAL.


Por ora, é isso. Quem sabe eu não poste mais alguma coisa até o fim do dia.


Cassildo.

3 de nov. de 2009

Apologia às artes (Cassildo Souza)

Onde posso vou
Buscar a afirmação num firme chão
Pisar as trilhas tortuosas sem aflição
Afeição que eu procuro
No muro de uma canção-poesia, solução
Para a tristeza da alma.
Seguindo as cores de uma sinestesia melódica
Banho as minhas impressões sentimentais
Renovo o viver por entre as artes
Numa plástica emoção de comover-me
Com criações, ilusões, realidades provisórias
Entreabertas diante de minha face.
Assumo identidades esfaceladas do real
Enquanto exploro a última gota de
Sensibilidade leitora que possuo
Para contemplar a genuinidade intelectual
Disposta pelos personagens da imaginação.

AINDA NÃO (CASSILDO)

Ainda não chorei,
Porque quero ir à forra, quando isso acontecer.
Ainda não falei,
Porque quero gritar, quando tiver que me expressar.
Ainda não pedi,
Porque quero ter direito à tudo, quando tudo estiver disponível
Ainda não tremi,
Porque tenho todo o calor em vez do frio,
Ainda não estou,
Porque quero vir totalmente, sem me dispersar
Ainda não fui,
Porque quero viver muito mais do que possa caminhar essa estrada do viver.

27 de out. de 2009

TRANSCENDIMENTO - FRAGMENTO DE MÚSICA (CASSILDO SOUZA)

...porque a expressão lingüística faz parte de mim.

Laços inlançáveis
Seres que se enlaçam
Laços que se prendem
Nós que se compreendem


Coisas que se prendem
Luzes que se acendem
Visões que me transcendem
Situações que não me entendem

(...)

Observo com PALAVRAS
Calo com o FALAR
Inferfiro com a PRESENÇA
Mesmo sem me destacar.

QUESTÕES RESOLVIDAS - EVOLUÇÃO - 26.10.2009

As duas questões a seguir foram retiradas do material trabalhado no Curso Preparatório "Evolução", Nível Médio, segunda-feira:


1.ESAF) Em todas as alternativas as palavras foram acentuadas corretamente, exceto em:
a) Eles têm muita coisa a dizer.
b) Estude os dois primeiros ítens do programa.
c) Afinal, o que contém este embrulho?
d) Foi agradável ouvir aquele orador.
e) Por favor, dêem-lhe uma nova chance.


RESPOSTA: "B". A palavra EXCETO indica o inverso do que se encontra no enunciado, portanto, dever-se-ia marcar a alternativa com palavra acentuada INCORRETAMENTE: Na letra "A", a forma verbal "têm" concorda com o pronome "Eles", plural, e por isso recebe circunflexo; na letra "C", "contém" concorda com o termo "este embrulho", singular, e por isso recebe acento agudo; na letra "D", "agradável" é paroxítona terminada em l; na letra "E", "dêem-lhe" concorda com a terceira pessoa do plural, como em "vêem", "lêem", "crêem". A alternativa da resposta, "B", explica-se pelo fato de "itens" não contemplar acento gráfico, assim como "homens", "virgens", "nuvens", "polens".

2.(TRE – RJ) A alternativa que apresenta erro quanto à acentuação em um dos vocábulos é:
a) lápis – júri.
b) bônus – hífen
c) ânsia – série
d) raízes – amável
e) Anhagabaú – bambú

RESPOSTA: "E". A palavra "bambu", assim como "tatu", "Parati", "pitu", "caju", não recebe acento gráfico, pois somente as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em" e "ens" são acentuadas; as que terminam em "i" e "u" não serão; já "Anhagabaú" é acentuada por que apresenta hiato formado com sílaba anterior, como os casos de "saúde", "saída", "faísca", "Maíra"´; nos demais casos, todas as palavras estão corretamente grafadas.

23 de out. de 2009

O que é que me falta fazer mais (Cassildo Souza)

Acabei com a miséria e com a fome
Corrupção fiz questão de abolir
Guerra do Golfo cheguei a intervir
Só usando a influência de meu nome
Expulsei comandantes de renome
E pus ordem, primando pela paz
Controlei homem, moça e rapaz
Nunca mais ocorreu nenhuma guerra
Levei sossego de volta àquela terra
E o que é que me falta fazer mais bis)
Se o que fiz até hoje ninguém faz.

Eu ensinei ao Drummond de Andrade
Escrever, no quintal de sua casa
Em Itabira, eu lhe dei a minha asa
Para entender a nossa realidade
E relatar o fictício com verdade
Como o fazem os poetas imortais
Se inspirando de maneira eficaz
E nos trazendo momentos bem distintos
Expressando até mesmo seus instintos
E o que é que me falta fazer mais (bis)
Se o que fiz até hoje ninguém faz.

A Rei Pelé, a Garrincha e Maradona
Fui eu mesmo que os fiz trazer a arte
Do futebol que de nós ora faz parte
Tornando a bola a nossa primeira dona
Eliminando todo o esporte cafona
Deixei os outros países para trás
Desguarnecidos, com jogadas “imorais”
Comandadas por Romário e Ronaldo,
Dunga, Bebeto, Ronaldinho e Rivaldo
E o que é que me falta fazer mais (bis)
Se o que fiz até hoje ninguém faz.

A ciência foi por mim desvencilhada
Após o surto que foi a Filosofia
Fiz o que ninguém no mundo o faria
Fiz que a terra deixasse de ser parada
A Matemática foi uma coisa inventada
Química e física eu criei bem lá atrás
Para curar as doenças anormais
Eu fiz surgir neste mundo a Medicina
E ensinei a compor Penicilina
E o que é que me falta fazer mais (bis)
Se o que fiz até hoje ninguém faz.

O maior mérito eu agora vou contar
Que foi trazer a figura do repente
Violeiros, uma classe inteligente
O maior prêmio de que posso me orgulhar
Os cantadores, que eu gosto de contemplar
Todos rompendo limites convencionais
Municipais, estaduais ou federais
Pra que o povo lhes dispensem seu apreço
E nunca mais errem o seu endereço
E o que é que me falta fazer mais (bis)
Se o que fiz até hoje ninguém faz.

O SISTEMA DE TRANSPORTE BRASILEIRO


Cassildo Souza

Viajar, mesmo para um lugar pouco distante, tem-se tornado um incômodo para muitas pessoas que dependem do transporte público, inclusive para mim. Nós, que dependemos de horário para nos deslocarmos até outra cidade, somos o tempo todo reféns de um sistema caótico, que se arrasta por alguns anos, sem que o Estado nada faça para sanar a situação.

Veículos quebrados pela falta de manutenção poderia ser o único vilão, o que já seria muito grave. Além disso, o fator preponderante para o desgaste dos usuários é a falta de pontualidade. É evidente que todo ser humano deve ter uma percentagem de tolerância, pois nada se faz milimetricamente, não existe um cálculo perfeito entre distância e tempo. Mas a coisa atinge o limite do absurdo, quando o atraso é de 40 minutos a 1 hora em relação ao estabelecido no cronograma de uma empresa. Ficamos de mãos atadas, correndo o risco de - como acontece corriqueiramente - não cumprirmos o nosso horário de trabalho.

Se determinada companhia não tem condições de prestar o serviço com o mínimo de respeito possível ao cidadão, então as autoridades deveriam manifestar-se em favor dessa população. Acontece que, em não acontecendo o primeiro caso, deveríamos nós, os maiores interessados pela causa, fazer gestão junto aos órgãos competentes para que o caso fosse resolvido. Como não "gritamos" em favor de nossos próprios interesses, aqueles que não dependem do sistema de transporte público não estão preocupados em saber o que se passa em tal esfera, ou, se sabem, não o consideram um problema relevante.

Além da lastimável estrutura, ainda temos que aturar motoristas e cobradores estressados, mal-humorados e mal-educados - é bem verdade que em casos isolados - que não receberam o treinamento adequado ou se esqueceram do que aprenderam e que, por isso, chegam a tratar os passageiros como se fossem objetos, com uma espécie de desrespeito esperado apenas daqueles que nunca tiveram instrução alguma sobre a vida e a profissão.

Todos os problemas, juntos, compõem uma matéria para a reflexão de todos nós. Precisamos falar mais alto, cobrar dos responsáveis aquilo que é simplesmente nosso direito. Não estamos pedindo favor a ninguém, pagamos - e caro - por um serviço medíocre. Esse fato é apenas mais um na enorme lista de serviços que não funcionam satisfatoriamente em nosso País. Se analisarmos outros serviços, como água e energia, apenas para citarmos dois, veremos que somos especialistas na morosidade e falta de ação, e isso, infelizmente se nada for feito, tende a perdurar por muitos anos, transtornando a população que mais paga impostos na face da Terra.

17 de out. de 2009

LÍNGUA PORTUGUESA: TERROR DAS ESCOLAS E CURSINHOS


Gostaria muito de saber, em sendo Professor de Língua Portuguesa e redação, o que anda acontecendo com a mentalidade de algumas pessoas que trabalham com educação direcionada a pré-vestibular. Sempre que é preciso "descartar" alguma disciplina para a substituição por outra de maior "projeção", a escolhida é Português. E, incrivelmente, isso parte de pessoas de quem você jamais poderia esperar.

Eu tenho-me, ultimamente, conscientizado de que meu papel - na contribuição para aqueles que desejam aperfeiçoar-se em escrever melhor - é bem mais difícil do que pensava há alguns anos, quando me aventurei nessa profissão. Eu não posso focar apenas o interesse ou desinteresse do aluno, e sim tenho também que estar preparado para a desatenção dos meus "comandantes" em relação à minha disciplina; ao desinteresse com que tratam, como se fosse apenas uma matéria complementar, para compor uma grade que, pelas convenções, deve ser toda certinha.

Falo isso com uma imensa tristeza, pois o desabafo geralmente remete à uma desculpa antecipada de um fracasso. Não é o meu caso. Longe de ser um narcisista, nunca achei que sou medíocre, embora tenha a plena consciência de que sempre precisarei melhorar. No entanto, procuro desenvolver um trabalho sério e, contraditoriamente, sou mal-interpretado por isso. A ser mal-compreendido pelos meus alunos, posso até concordar em parte. A ser preterido pelos que coordenam as instituições de ensino, fico impressionado como podem essas pessoas desconsiderar a importância da Língua Portuguesa. Porque aqui não se discute a rejeição em relação à pessoa do Professor Cassildo, mas em referência a uma área do conhecimento fundamental em qualquer situação.

Eu nunca vou me acomodar ou me acovardar diante dessas situações. Só não consigo impregnar em minha cabeça que pessoas responsáveis pela educação tenham tal mentalidade. Deve ser por isso que o desempenho médio na redação dos vestibulares é pífio e, também por isso, são vários os profissionais que mesmo tendo cursado o nível superior não escrevem bem, não se fazem entender corretamente. Eu espero - e vou fazer a minha parte - que um dia a nossa língua seja valorizada como merece e que todos - principalmente os que se consideram educadores - possam compreender de uma vez por todas que sem comunicação não há vida fácil.

14 de out. de 2009

REVISÃO DA CENTRAL DE CURSOS - QUESTÕES RESOLVIDAS

Ontem à noite, teve início o ciclo de revisões da Central de Cursos. Nos dois primeiros horários, houve as disciplinas de Língua Portuguesa e Redação, e nas 3ª e 4ª aulas, Karlo Sérgio trabalhou Física.
Em nosso caso específico, a primeira parte englobou Interpretação de texto e Gramática, e no segundo momento, trabalhamos a parte direcionada à produção de textos. Foram disponibilizadas questões de diversas instituições, algumas das quais comentamos a seguir, com a numeração original do material de revisão:
QUESTÃO 26. (UFRN) Considere o trecho:

“Foste assaltado(1). Bem, a primeira coisa a dizer é que isso não chega a ser um fato excepcional (2). Excepcional é ganhar um bom salário, acertar a loto: mas ser assaltado é uma experiência que faz parte do cotidiano de qualquer cidadão brasileiro (3). Os assaltantes são democráticos: não discriminam idade, nem sexo, nem cor, nem mesmo classe social – grande parte das vítimas é das vilas populares(4).
É claro que na hora não pensaste nisso. Ficaste chocado com a fria brutalidade com que o delinqüente te ordenou que lhe entregasse a bicicleta [...].”

Pode-se afirmar que o elemento lingüístico em destaque refere-se às informações contidas:
A) nos três últimos períodos do primeiro parágrafo.
B) nos quatro períodos do primeiro parágrafo.
C) nos dois primeiros períodos do primeiro parágrafo.
D) nos três primeiros períodos do primeiro parágrafo.
RESPOSTA: A. O parágrafo possui 4 períodos, conforme indicado nos parênteses. O elemento nisso relaciona-se com o verbo pensar. E a pessoa assaltada, neste caso específico, não pensou que essa prática"não chega a ser um fato excepcional"; que "excepcional é ganhar um bom salário, acertar a loto" e que "os assaltantes são democráticos". Trechos que coincidem com os três últimos períodos do parágrafo analisado. O primeiro período "foste assaltado" não está incluído no termo referencial nisso, já que não haveria razão para a vítima do assalto esquecer que foi assaltado, deixando de pensar nesse fato. Por isso, a referência não considera a oração inicial, mas os períodos seguintes.

QUESTÃO 27.(UFRN) Considere o trecho:

“Entregaste e fizeste bem: outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem ou até mesmo o medo [...].”

No período acima, o apagamento dos dois-pontos implicará o uso de uma conjunção/locução conjuntiva a fim de explicitar a correta relação semântica que se estabelece entre as orações por eles interligadas.

Feita a substituição devida desse sinal de pontuação (sem que se altere o sentido original), o período deverá ser reescrito da seguinte forma:

A) Entregaste e fizeste bem, logo outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem ou até mesmo o medo.
B) Entregaste e fizeste bem, assim como outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem e até mesmo o medo.
C) Entregaste e fizeste bem, porque outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem ou até mesmo o medo.
D) Entregaste e fizeste bem, à medida que outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem ou até mesmo o medo.
RESPOSTA: C. Questão típica de período composto, na qual o aluno precisa entender o sentido muito mais do que os termos gramaticais. Os dois-pontos estão, digamos, ocupando o lugar de um conectivo que, neste caso, tem idéia de causa. A segunda oração é motivo, causa, justificativa da primeira e os articuladores que expressam tal idéia são porque, pois, tendo em vista que, etc. Na alternativa "A", logo indica conclusão; na "B", assim como indica comparação; e na "D", à medida que indica proporção.

QUESTÃO 29. (UFRN) “Deixa-me dizer-te, antes de mais nada, que a tua indignação é absolutamente justa.” (linhas 19 e 20) Mudando-se de tu para você o tratamento dado ao destinatário da carta, o período, de acordo com o registro culto da língua escrita, deverá ser reformulado do seguinte modo:
A) Deixa-me dizê-lo, antes de mais nada, que a sua indignação é absolutamente justa.
B) Deixe-me dizer-lhe, antes de mais nada, que a sua indignação é absolutamente justa.
C) Deixa-me dizer-lhe, antes de mais nada, que a tua indignação é absolutamente justa.
D) Deixe-me dizê-lo, antes de mais nada, que a tua indignação é absolutamente justa.
RESPOSTA: B. Questão aparentemente complexa, mas extremamente simples, para quem entende a diferença entre 2ª e 3ª pessoas e regência dos pronomes oblíquos. Primeiro, o verbo dizer apresenta dupla transitividade (VTDI): dizer "o quê?"(OD) "a quem?"(OI). A primeira resposta é "que a sua (3ª pessoa) indignação é absolutamente justa" (OD), e a segunda é a ele, a ela ou a você, que sempre serão representados pronominalmente por lhe (OI). Então as alternativas que apresentam dizê-lo (dizer + o) estão descartadas, ficando tão-somente letras "B" e "C". Agora, a mudança de 2ª para 3ª pessoa: o pronome tua converte-se em sua e o verbo, no imperativo, muda de deixa (tu) para deixe (você, ele, ela), ficando clara, portanto a resposta.

13 de out. de 2009

RETA FINAL DO VESTIBULAR

Em meio ao desconcerto que foi o desfecho do ENEM 2009, milhões de alunos em todo o país se preparam para etapa final do Vestibular 2010. As revisões começam a todo vapor, e hoje a Central de Cursos inicia o seu ciclo em todas as áreas.
No caso específico de Língua Portuguesa, teremos início hoje à resolução de questões que envolvem todo o conteúdo trabalhado durante o ano, na parte gramatical e de redação. Uma ótima oportunidade de sanar definitivamente aqueles assuntos que não se fixaram bem nos últimos nove meses. E não pode existir desculpa de descanso, pois o feriado serviu exatamente para revitalizar as forças.
Até lá!
Cassildo.

5 de out. de 2009

UTOPIAS QUE NÃO SE VÃO

Cassildo
Ontem sonhei, coisa rara de acontecer comigo. E sonhei, contraditoriamente para alguns, em estando no ambiente universitário, do qual fiz parte entre 2000 e 2004. Esse evento me fez arrepiar ao acordar, lembrando de momentos tão intensos e felizes que ali vivi. Sou mesmo utópico: nunca concordei com a medíocre frase "universidade é alegria para entrar e alegria para sair". Sempre fui um ferrenho combatente de tal idéia.
Eu ficava conversando com os colegas mais próximos (por uma questão involuntária, porque tinha bons contatos com todos): Claydson, Wescley, Riédja, Elvira, Mônica. Eu já me ficava imaginando o que aconteceria quando dali saísse, não só pela oportunidade de obter conhecimento, mas muito por essa convivência tão sadia que me traz uma nostalgia profunda. Até queria não sentir isso, porque dá um nó na garganta e um aperto no peito. De qualquer modo, tais sinais são indicações de que foi um tempo inesquecível.
As discussões mais ásperas, as discordâncias, as confissões, tudo isso é indelével para mim. Se eu chorasse por tais motivos, não teria nenhuma vergonha de assumir. As coisas mais importantes aconteceram no período de que falei, independentemente de estarem ligados à universidade. Daria tudo para vivê-los novamente. As experiências com professores (profissionais ou não, como em qualquer outro lugar) só serviriam de base para mim, depois, ao também me aventurar no que considero uma dádiva. O coleguismo que virou amizade com alguns de meus companheiros e até com estudantes de outros níveis e cursos (Ananília, Elis e Kaju, por exemplo), a vontade de vencer, de ser gente grande, de ser coerente, de fazer direito são aspectos que só justificam esse saudosismo eterno impregnado em meu coração.
Digo, sem nenhum medo de errar: aquele tempo foi o melhor em minha vida. E, se por acaso, algum dia, eu vier a dizer o contrário, serei ainda mais feliz, pois estarei vivendo algo melhor do que aquilo, o que seria o ápice. Sou eternamente grato a meus colegas, professores, funcionários daquela instituição (UFRN - CAMPUS DE CURRAIS NOVOS), os responsáveis por tornar a utopia em mim uma coisa que jamais se acabará.

2 de out. de 2009

Sereno ( Cassildo Souza)

Amplo, sem me desmedir
Entro sem me atingir
Fáceis de se diluir
São pensamentos que vagueiam.

Templos, que vierem a mim
Campos em que eu ande sem fim
Antes de tudo, distanciar do fim
Em trilhas que me norteiam.

Vasto como um ser em êxtase
Coisas sem importância deixam-se
Ações que me venham, mexam-se
Pois as superficialidades fecham-se.

Misto de experiências vividas
Misturas das varias minhas vidas
Loucuras temporárias descabidas
No final boas coisas exercidas.

Conclusão: variação de meu sistema
Me vindo com certeza ou dilema,
Estando em risco ou situação amena,
Quero ver e cruzar a via serena.

MEC DIVULGA PROVA ANULADA DO ENEM

O Ministério da Educação divulgou, através do portal da UOL, a prova que seria aplicada no próximo final de semana, a qual acabou sendo anulada após suspeita de fraude. A prova de redação, por exemplo, abordaria o tema da terceira idade, com base nos direitos que o Estatuto do Idoso prevê. Como já havia sido antecipado por este blog, o texto é uma DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA EM PROSA.
Com relação às questões objetivas, houve a valorização da interpretação e da intertextualidade (várias foram as charges e poemas ao longo do caderno). A internet foi bastante explorada, exigindo-se do candidato sua visão crítica das facilidades que a ferramenta traz.
Agora, os alunos terão um tempo a mais para estudar, mas a mudança no calendário poderá comprometer os planos de várias universidades, atingindo mais de 200 mil vagas que seriam alocadas por ocasião do Exame.

30 de set. de 2009

A REDAÇÃO NO ENEM

Quatro milhões e meio de jovens estão aptos a participar do ENEM este ano. O Exame desse final de semana, dias 03 e 04 de outubro, servirá já para se avaliarem as mudanças ocorridas. Muitas universidades já utilizarão a prova para o ingresso em seus cursos, o que não acontecerá ainda na UFRN, UFCE e UFPB. Aquilo que sempre preocupou nos demais vestibulares agora tende a se redobrar: Qual é o estilo da redação a ser cobrada no ENEM?
Tradicionalmente, como faz a maioria das universidades, o INEP, instituto responsável pela elaboração das provas, cobra uma DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA EM PROSA. Em outras palavras, pede-se para o aluno argumentar sobre determinado tema, de maneira IMPESSOAL, utilizando-se basicamente da 3ª pessoa do singular ou do verbo no impessoal (acompanhado de SE). Portanto, devem-se evitar expressões como NA MINHA OPINIÃO, EU ACHO, EU VEJO, EU ENTENDO. Mas também, em caso contrário, a prova não será anulada por esse motivo. A estrutura da DISSERTAÇÃO é muito parecida com a do ARTIGO DE OPINIÃO, com a diferença de que o primeiro texto não é publicado em veículos comunicativos, mas apenas exigidos em vestibulares e seleções dessa natureza, enquanto que o segundo é do tipo jornalístico e aparece em jornais, revistas, sites e blogues. Além disso, a DISSERTAÇÃO jamais é assinada, sob pena de anulação da prova.
Em 2007, o tema foi EXCLUSÃO SOCIAL, e em 2008, DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA. Assuntos como LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, GRAVIDEZ PRECOCE, PRÉ-SAL, COTAS UNIVERSITÁRIAS, VOTO OBRIGATÓRIO, CRISE ECONÔMICA, AUMENTO NO NÚMERO DE VEREADORES, entre outros correlatos são possíveis de constituir a prova de redação. Como nas demais ocasiões, a prova discursiva tem um peso muito grande na nota final.
Outra informação é importante é que haverá uma quantidade grande de textos, entrelaçando as disciplinas e valorizando a capacidade de apreensão e interpretação.
Instruções para a DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA EM PROSA:
  • Nunca assinar o texto, sob pena de anulação;
  • Assumir um posicionamento claro, caso seja solicitado na proposta;
  • Estruturar o texto em, no mínimo, três parágrafos (introdução, desenvolvimento e conclusão);
  • Evitar o uso da 1ª pessoa do singular;
  • Não fugir radicalmente ao tema, sob pena de anulação;
  • Atribuir um título, principalmente se for solicitado;
  • Dar caráter de imparcialidade ao texto (não se deixar levar pelas próprias opiniões, perdendo, com isso, a capacidade argumentativa).

Desejo boa sorte a todos os candidatos e que o ENEM possa servir, se não de ajuda no ingresso à universidade, como forma de medir os conhecimentos apreendidos durante o ano.

Um grande abraço.

Cassildo.

MEU CONTATO COM AS LETRAS

Não tenho dúvidas de que meu contato com as letras se deve, essencialmente, a meus pais. Cresci com elas, pois, para quem não sabe, eles são violeiros. Ele, Luiz Rodrigues de Souza, do Rio Grande do Norte, indefinidamente de Lajes Pintadas ou São Tomé; ela, Maria Lindalva Gomes de Souza, autêntica paraibana, do Sítio Baixio, em Araruna. Além de improvisar (sou suspeito para dizer que isso é um dom fantástico), sempre compuseram canções e inevitavelmente, seja pelo DNA ou pela influência do meio, eu me tornaria profissional da área de Línguas.
Minha mãe possui mais de cem composições, das quais algumas foram transformadas em dois CDs. Meu pai escreveu menos, mas sempre com um cuidado peculiar na métrica, aspecto primordial na cultura popular, e também chegou a gravar um disco. Desde cedo, ambos incentivaram-nos (a mim e a meus irmãos) a escrever correto, a ler, a fazer as tarefas da escola, mesmo num ambiente precário e sem muita estrutura material. Esse contato constante com a escrita e com a composição não se resume a minhas atribuições atuais. Meus dois irmãos mais novos se aventuraram a escrever um filme, vejam só! De novo, sou obrigado a citar o DNA como elemento fundamental nessa transmissão, que torna tudo natural para nós. Digo, orgulhosamente, fomos criados completamente com o irrisório dinheiro ganho nas feiras, nos bares, até altas horas da madrugada, e, eventualmente, em alguns festivais. Hoje, aposentados, nossos "velhos" estão mais tranqüilos e chegou a hora de devolvermos tudo o que deles "tiramos" para sobreviver.
Talvez e, principalmente, o maior legado que apreendemos tenha sido essa habilidade, se assim pudermos chamar, de para tudo termos que escrever. Expressar através de palavras escritas aquilo que, muitas vezes, não pode ser falado é um privilégio e não se mede aqui o mérito de ser bom ou mal escritor. Basta ser escritor, pois a pretensão de ser reconhecido com isso inexiste, já que é suficiente essa característica incontestável que eu e meus irmão possuímos. Sou grato a meu pai e minha mãe, que possibilitaram essa incrível experiência da qual nunca mais quero livrar-me. Sou feliz.

28 de set. de 2009

SER PROFISSIONAL, O QUE É?

Cassildo Souza
Ser profissional é, para mim, uma das qualidades mais importantes do ser humano. Nada se iguala à capacidade de fazer cumprir aquilo de que se está imbuído, algo que não deveria ser considerado mérito, por se tratar apenas do atendimento às atribuições. No entanto, o profissionalismo é tão carente hoje que passa a ser considerado muito mais valoroza a ação daqueles que desempenham suas tarefas com compromisso e responsabilidade.
Para ser um bom profissional, é preciso, essencialmente, identificar-se com o que se faz. Por mais que exista a boa vontade, a ética e a necessidade dos rendimentos, quando uma profissão não é típica da vocação, geralmente o desempenho fica abaixo do que poderia ser. E existe muita gente que trabalha em áreas estranhas às suas aptidões, mas, por causa da sobrevivência, vê-se obrigada a enfrentar o tédio delas gerado. É o que acontece com a maioria dos trabalhadores brasileiros.
Há também alguns "profissionais" que estão em determinado posto apenas pelo status. Receberam um "prêmio" de algum padrinho e pensam que são os detentores de todo o poder do universo. Quando esse sentimento ocupa o ser humano, a arrogância e a prepotência ganham um espaço infinito e, consequentemente, as atribuições que lhes foram conferidas são totalmente esquecidas, perdendo com isso os que dependem de determinado serviço.
Seja pela não identificação, seja por falta de competência ou até mesmo pelo pedantismo, nada justifica a falta de profissionalismo: quando falo nisso, também incluo a acomodação de não se buscar conhecimento, qualificação e refletir sobre as falhas que todo ser humano está sujeito a cometer. Ninguém é infalível, e o bom profissional também sabe disso. Ele é o primeiro a reconhecer um ato falho e, por conseguinte, o primeiro a se cobrar para acertar numa outra ocasião.
Todo mundo deve ter um ato de grandeza pelo menos uma vez na vida. Tentar se corrigir não é falta de mérito, pelo contrário é uma qualidade dos bons. Deve-se entender que, independentemente do cargo ocupado, aquela função só existe porque pessoas dependem dela. A obrigação é servi-las bem, não somente por uma questão de "etiqueta", mas para que necessidades sejam supridas. E isto vale para qualquer segmento: médico, educacional, comercial, industrial. Nada substitui a gentileza e a receptividade em bom estilo. O resto é coisa de quem deveria ficar em casa, recebendo uma mesada, apenas para não causar prejuízos à comunidade.

21 de set. de 2009

VOLTANDO

Digo sempre que não gosto de passar mais de uma semana sem postar em meu blog. É um compomisso, primeiro comigo mesmo, depois com aqueles a quem dirijo minhas produções.
Acontece que, na semana passada, estive meio indisposto, na verdade eu tive uma crise de diarréia pesada, que me tirou aquilo que mais admiro em mim: a capacidade de superar a carga de trabalho, muito corrida e cheia. Senti-me, claro, muito mal com tudo isso.
O fato positivo é que agora pareço estar bem melhor e quase recuperado. Digo "quase" porque não quero me enganar e sair por aí achando que já estou em "ponto de bala" novamente. A disposição voltou, a vontade de trabalhar também (quase não parei mesmo doente) e é isso que importa. As postagens voltarão, como tudo que existe de bom em mim.
Vamos à luta, pois as batalhas são sucessivas e a guerra não se vence em apenas uma delas.
Um abraço.
Cassildo.

14 de set. de 2009

Estranhos (Cassildo Souza)

Tudo no disfarce
Máscaras invisíveis
"Caras" deformadas
Nada por esforço
Frágeis e acessíveis
Mãos manipuladas.
Nada inocente
Tudo intenção
Todos sem razão
Estranhos relativos
São dissimulados
Nessa escuridão.
Obscuridade
Lei contemporânea
Impera sobre nós
Não se há clareza
Fachadas de beleza
Notadas no após.
Depois de tudo, nada
Indefine-se na calada
Qualidade do atroz.

10 de set. de 2009

O SILÊNCIO (CASSILDO SOUZA)

Peço perdão por ter usado a palavra
Não mais me dirigirei à Tua Senhoria
Se era a minha voz o tormento
Tranqüiliza-te: eu me calarei
Não a ouvirás mais
Não mais ouvirás eu
Apenas deixa-me terminar
Mandar-te a mensagem que ainda resta
Para que não se tenham dúvidas
Para que não sobrem brechas
Um dia, esquecerás de ter-me ouvido
Não precisarás ter uma má recordação
Não serei eu culpado por não falar
Ficarás imune, permanecerás intacta
Continuarás a estrada
Sem que eu te seja a pedra
Os caminhos voltarão a brilhar
E eu sumirei a partir do meu silêncio.

8 de set. de 2009

ALGUNS TEMAS FAVORITOS PARA OS VESTIBULARES

Nenhum professor de redação pode se dar ao luxo de querer "adivinhar" qual é o tema do vestibular. Não seria viável, pois isso acabaria por desvalorizar o trabalho feito durante um ano. Seria muito simples. Não se precisaria passar todo os dez meses de preparação, pois bastaria apelar para uma "bola de cristal". No entanto, critérios para considerar alguns temas como favoritos e possíveis de constituir o tema da redação devem ser parte dessa atividade e, por isso, a discussão precisa existir. A seguir, enumero assuntos que poderão figurar nos vestibulares, com comentários positivos e negativos.

PRÉ-SAL. A descoberta de reservas petrolíferas abaixo da camada do sal tem sido matéria bastante abordada na imprensa nacional e ganha força para o vestibular. O Governo tem feito declarações muito positivas, considerando uma grande possibilidade econômica, principalmente pela eventual escassez do petróleo no mundo. Para isso, defende que investimentos gigantescos precisam ser realizados, além da criação de outra estatal para controlar a exploração: a Petro-Sal. Os contrários dizem que é preciso ter cuidado para que o País não seja vítima da maldição do Petróleo, ou seja, ficar dependente do mineral, descuidando-se de outros ramos econômicos igualmente ou mais viáveis. Além disso, alertam para as dificuldades geológicas, uma vez que a profundidade pode chegar até aos 7.000 metros.

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. Tem sido cada vez mais freqüente a discussão sobre o tema que, inclusive, foi cobrado no Exame do CEFET de 2008. Para quem a defende, a mulher é dona do corpo e, por isso, deveria decidir o que fazer com o seu filho, principalmente em caso de não ter condições para criá-lo. Por outro, quem o condena (principalmente as religiões Católica e Protestante) renega a prática por entender que ninguém tem o direito de impedir que uma vida seja gerada, especialmente quando os pais poderiam ter evitado a gravidez, na maioria dos casos, precoce.

LEI ANTIFUMO. A Lei estabelecida em agosto, na cidade de São Paulo, até serviu de modelos para outras localidades. A determinação é que locais fechados de uso coletivo não permitam o fumo, a fim de preservar a saúde dos não-fumantes ou fumantes passivos, que algumas vezes são mais afetados que os próprios fumantes. Para as pessoas que não apreciam o cigarro, o argumento é de que a norma constitui uma maneira de possibilitar mais saúde aos ambientes públicos. Os que fumam, porém, entendem que deveria existir uma melhor orientação por parte dos estabelecimentos, respeitando igualmente a todos.

SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL. Desde ano passado, com o surto da Dengue, o tema de saúde pública tem adquirido força. Esse ano, com a pandemia da Gripe A (H1N1), é possível que alguma banca exija aos candidatos a abordagem desse assunto tão importante e tão controverso, sem, no entanto, priorizar determinada doença.

VIOLÊNCIA. O Brasil sempre foi conhecido pela desestruturação urbana, e a violência resulta como principal ponto negativo dessa desorganização. Mas essa temática pode ser cobrada sob as diversas formas de manifestação, pois existem, além da violência urbana, a violência familiar, no trânsito, infantil/pedofilia e até na escola. Colocar a educação como elemento decisivo para a mudança no quadro é estratégia interessante, principalmente fazendo-se a correlação com o que ela pode trazer em termos de instrução, disciplina e qualificação profissional.

CORRUPÇÃO. Infelizmente, esse tema também está sempre em vigência. Todos os dias sabemos de algum caso de corrupção no País, em especial envolvendo autoridades que deveriam zelar pela probidade, honestidade e zelo pelo dinheiro público. De 2005 para cá, foram várias as crises envolvendo a Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional: Mensalão, Mensalinho, Renúncia de Renan Calheiros e, agora, o caso dos Atos Secretos, cuja repercussão ajuda a pressionar a saída do Presidente do Senado, José Sarney.

PRÉ-SAL: GARANTIA DE SUCESSO ECONÔMICO E POLÍTICO?

Cassildo Souza
Tem ganho um importante espaço na imprensa nos últimos dias o assunto do pré-sal, reservas petrolíferas encontradas recentemente no Brasil, com capacidade de exploração para até 80 bilhões de barris. O tema passou a ter uma importância tão significativa, que quase não se fala mais sobre a Crise do Senado. Se em toda discussão existem as controvérsias, neste caso, elas também se fazem presentes: alguns (principalmente os aliados do governo) defendem que tal descoberta será a salvação econômica do País; outros (que podem incluir oposicionistas) acham que é preciso estabelecer critérios por não se tratar de um "bilhete premiado", tendo em vista os aspectos econômicos e geológicos. Ainda existem aqueles que temem pela "maldição do petróleo" - a atenção exclusiva do Governo a esse ramo de atividade, em detrimento de outras formas de provimento à economia.

Com previsões cada vez mais fortes de que o petróleo estaria chegando a seu limite, entendo que encontrar reservas desse tamanho não pode ser um fato a passar despercebido. Por isso, o episódio tem sido tratado - em especial pelo Governo - como um dos aspectos decisivos na afirmação da economia do País, num período em que o mundo passa para uma crise gigantesca, embora aqui ela não tenha atingido as proporções que se esperavam. Além dessas questões, no âmbito político isso pode servir como "carta na manga" dos governistas, levando-se em conta a sucessão presidencial que começa a ser esboçada. O Petróleo, certamente, será o carro-chefe da eventual candidata Dilma Roussef, a qual já foi - inclusive - Ministra das Minas e Energia. Analiso que o otimismo é totalmente compreensível, tanto pelo lado econômico como do ponto de vista político.


Contudo, nada está garantido: ouvi já especialistas dizerem que a viabilidade do pré-sal dependerá, em muito, de diversos investimentos, principalmente na área tecnológica. No que tange o aspecto geológico, não será fácil explorar tais reservas sem um planejamento bem desenhado, haja vista que a profundidade medida até se chegar ao mineral pode alcançar os 7.000 metros e, até se atingir o local específico - com a necessidade de fixar os cabos de âncora e com a resistência natural das rochas - muitos procedimentos precisam ser bem realizados, o que exige sabedoria e competência. Outra questão, a financeira, também deve ser cuidadosamente analisada: estima-se que será necessário gastar pelo menos 1 bilhão para que a estrutura de exploração garanta sucesso e, conseqüentemente, rentabilidade econômica. É realmente um desafio, não basta "apertar um botão".


Independentemente da viabilidade do negócio, é interessante cuidar para que o País não se torne vítima da "maldição do petróleo". É um momento importante, cujas ações poderão dar muitos frutos à economia nacional, entretanto, não se deve esquecer das demais potencialidades existentes e que merecem igual importância por parte do Governo. A nação deve ter equilíbrio, sendo a exploração petrolífera um dos pilares para fortalecer o crescimento, não o único.

Se as ações em referência forem devidamente observadas, o Brasil pode, realmente, ter motivos para comemorar futuramente. Nem iremos descartar uma possibilidade econômica tão forte, nem tampouco nos esquecermos das várias outras riquezas de que somos possuidores. Tudo dependerá da maneira como esse processo será conduzido e, em caso de competência, clareza e bom senso, nada impedirá que nos tornemos uma "potência", palavra tão pregada nos últimos tempos pelas nossas autoridades.

3 de set. de 2009

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação e conotação são dois aspectos diferentes, mas não os considero opostos. A conotação (ou sentido figurado) tem por base justamente a denotação, porque é a partir da comparação que surge um novo sentido.

Denotação significa o sentido real, original, literal. Aquele encontrado no Dicionário.

Conotação é justamente o desvio desse sentido original, por meio da comparação.

Vejamos os exemplos:

A lua estava cheia ontem. A Terra ficou toda iluminada.

Aqui, o vocábulo LUA está tomada em seu sentido real, o satélite natural do Planeta e que recebe a luz do sol para também clarear a Terra. Portanto, temos sentido DENOTATIVO.

Diferentemente, ocorre uma FIGURAÇÃO DE SENTIDO (CONOTAÇÃO) com o trecho a seguir:

"Eu vivo sempre no mundo da lua, porque sou um cientista, o meu papo é futurista, é lunático". (Guilherme Arantes, em Lindo Balão Azul)

Percebam que a expressão em negrito acima não está no sentido real. Até porque ninguém "vive no mundo da lua". Mas, por comparação em relação à distância da lua, o eu-lírico diz estar sempre longe, como se estivesse em outro plano, pensando coisas não-convencionais. Ou seja, a expressão coube na composição. Houve uma METÁFORA, que é a figura de linguagem mais conhecida e utilizada. Desse modo, as palavras foram empregadas no SENTIDO CONOTATIVO.
Um abraço e até mais.
Cassildo.

29 de ago. de 2009

CAMINHOS PARADOXAIS (CASSILDO SOUZA)

A BOCA QUE TE CONDENA
É A MESMA QUE TE ABSOLVEU
NO TEMPO EM QUE FAZIA PARTE
DESSE UNIVERSO TEU.

POR ISSO A VIDA É DUAL
CONTRADITÓRIA, PARADOXAL
A METAMORFOSE É CONSTANTE
O INTERVALO É INSTANTE.

AMBULANTES SÃO IDÉIAS
OPINIÕES SÃO MUTÁVEIS
CONTRÁRIOS VIRAM DE LADO
AS CERTEZAS, IMPROVÁVEIS.

HÁ TRÊS FACES DA VERDADE
A PRIMEIRA, A SITUAÇÃO
A SEGUNDA, A INDECISÃO
A TERCEIRA, A OPOSIÇAO.

O NADA ESTÁ EM TUDO
A FALA SAI-SE DO MUDO
O MUNDO VIRA BRINQUEDO
O MEDO VIRA ESCUDO.

A DÚVIDA ESCURECE O CLARO
O RARO SE ESCLARECE
PERECEM AS CONJECTURAS
QUE SE APÓIAM EM ARMADURAS.

VERDADES NÃO CORROMPIDAS
MENTIRAS QUE ESTRELAM
AS SITUAÇÕES DAS VIDAS
COM COISAS QUE SE APELAM.

28 de ago. de 2009

Hiato (Cassildo Souza)

Quanto tempo durará
O hiato que se formou
Entre nossas esquisitas idéias?
Esse abismo, para onde deslocar
Se tudo mantém uma oposição
Se nada se obtém no núcleo da razão?
Caminhos descaminhados
Descaminhos prolongados
Nesses ninhos enrolados.
Tiros não acertados
Tombos não planejados
Em rebeldias sem causa.
Muitos emaranhados
Indefinidos estados
Que não apresentam pausa.
E a direção, sem um norte
Sem forte orientação
Na calada das incertas.
Pudesse eu escrever
Tudo que quero dizer
Sem as feridas abertas,
Diria, em alto tom
Não há nada assim tão bom
Que não emita alertas.
O espaço que cresceu
Distância que percorreu
Nada muito adiantou.
Esperarei por resposta
Sem figuras de retórica
Essa questão está posta.
Nada se modificou
Onde está esse meu “eu”,
Para onde se voltou?

21 de ago. de 2009

O "HERALDÊS"

Em nossa trajetória de vida e profissional, pessoas surgem, pessoas vão, pessoas nos decepcionam, pessoas nos orgulham. E o que devemos fazer é simplesmente tirar o melhor delas, sem nenhum rancor. Há algumas para quem nem é preciso fazer isso, porque dispõem de uma autenticidade tão grande que nos vale a pena lembrar delas. Heraldo Lisboa dos Santos é um desses personagens. Tendo trabalhado quatro anos em sua companhia, na SEMEC, aprendi a admirá-lo logo nas primeiras semanas: responsável como ninguém; exigente como poucos; amigo raro em todas as horas; e colega incomum. Mesmo nas horas de estresse ele se via imbuído a criar situações engraçadas, tornando aquilo que poderia ser uma contenda numa descontração propícia aos momentos de tensão.
Coisas que aprendi de Heraldo são bastantes. Mas as expressões por ele criadas fazem qualquer um reconhecê-lo como um exímio analista das situações do dia-a-dia. Certo dia, sugeri-lhe que criasse o Dicionário "Heraldês", traduzindo para aqueles que, infelizmente, ainda desconhecessem sua obra que a apreciasse sem moderação. Como foi bom aquele tempo, como na verdade também tem sido bom o que vivo hoje. Há muita gente boa ainda neste mundo, é só sabermos procurar. Heraldo é um exemplo de correção incontestável e, para homenageá-lo, deixo registrados alguns vernáculos de sua autoria, no dia em que, coincidentemente, o encontrei após algum tempo sem vê-lo:
RIGOLETO CATACUMBA
MONTE SINAI COREANO
BANGOLA PERGOLADO
CRIATURA RADICULAR
DOR NA ESPÍSTOLA
TACIMA CHAPECÓ
FIGURA PIGNORATÍCIA DO DESDÉM
FIGURA SESQUISPASSASQUINADA

ALINHANDO OS OPOSTOS (CASSILDO SOUZA)

Trajetória-ilusão
O início-conclusão
Da estranha sensação.
O redondo aplainado
O espinho perfumado
Desse escuro-clarão.
E o direto-inverso
Quanto seco no molhado
Quanto cheio no vazio.
E o bondoso-perverso
Quanta emoção racional
Quanta cheia no estio.
E vida-morte sempre
O sofrer prazerosamente
Inicia o final.
A reta-torta se cansa
E o estático se lança
Nesse enigma-sinal.

19 de ago. de 2009

LEI ANTIFUMO - UM PASSO PARA O AVANÇO

Cassildo Souza
Aprovada em São Paulo, a lei que proíbe as pessoas fumarem em locais fechados de uso coletivo poderia ensaiar mais uma polêmica no cenário das discussões do Brasil, como no caso da "Lei Seca". No entanto, o que se observa nos primeiros dias de sua atuação, diferente daquele outro dispositivo, são pessoas que, no geral, a receberam satisfatoriamente. Seria uma denúncia de a população estar conscientizando-se?
Todos são livres para fazerem o que quiser com suas vidas, inclusive morrer com o pulmão manchado. No entanto, a Lei visa a um favorecimento coletivo, pois não há nada mais deplorável do que ficar recebendo fumaça dos outros. Mesmo em locais abertos, para quem não é fumante ativo, representa um incômodo terrível aquele cheiro sufocante do resíduo que volta depois de uma tragada. Ninguém é obrigado a passar por isso. Nesse aspecto, vislumbro um passo adiante na luta contra os efeitos desse passatempo nada convidativo.
Sem querer, acabam-se beneficiando também os contrários à norma, que, felizmente, são minoria. Se o hábito de fumar é restringido, gradativamente vai-se criando um controle, uma freqüência menor. Por conseqüência, alguns podem repensar se essa atitude favorece a sua saúde e, de repente, até tentar livrar-se espontânea e completamente. Nesse sentido, a Lei, que possui caráter altamente social e coletivo, acaba também atingindo objetivos individuais ainda que não seja a sua inicial preocupação e, por isso, merece ser congratulada.
Medidas como essa são de uma importância enorme, num país onde a saúde é tema corriqueiro. Se podemos mudar hábitos para não contrairmos a dengue e a gripe suína, por que devemos continuar num erro que só pode levar senão à morte, a doenças muito graves? Não é à toa que, segundo o site http://www.leiantifumo.sp.gov.br/ (portal criado pelo Governo de São Paulo para tecer informações), 88% das pessoas são adeptas da Lei. É claro que é preciso cuidado para não desrespeitar a individualidade alheia, mas a consciência coletiva parece ser um aliado na tentativa de tornar os ambientes fechados e coletivos cada vez mais agradáveis e cada vez menos responsáveis pela propagação de doenças. Isso é avanço, e avançar nunca será ilícito.

13 de ago. de 2009

MODELO DE CARTA ARGUMENTATIVA

Transcrevo um modelo de carta argumentativa mais adequada ao momento atual. Vale a pena conferir. Trata-se de um pedido de afastamento do Presidente do Senado, José Sarney.


Brasília, 30 de julho de 2009.


Excelentíssimo Senhor Presidente José Sarney,


Com as minhas considerações, venho tratar de um assunto bastante recorrente na mídia nos últimos meses, o qual envolve diretamente V. Exa., como Presidente do Senado Federal, Casa pela qual tenho o maior respeito. Trata-se de denúncias de favorecimento a vários senadores, por via de Atos Secretos, inclusive o Senhor, fato que envergonha a todos nós, brasileiros.
A minha visão é de que o Senhor Presidente deveria pedir afastamento do cargo. Sem querer fazer um julgamento precipitado, mesmo porque todos são inocentes até que se prove o contrário, o fato é que as denúncias existem e não são simples. São muitos os indícios de beneficiamento ilícito, como casos de nepotismo e aumento de verba indenizatória, sem publicação nos devidos órgãos de imprensa oficiais. Vossa Excelência aparece ligado a diversos desses Atos e, por isso, acho que sair, pelo menos temporariamente, seria uma prova de que pretende colaborar com as investigações.
Tais investigações constituem um elemento decisivo para a transparência pública, uma vez que a sociedade precisa ter conhecimento de como o dinheiro de seus impostos e tributos estão sendo aplicados. Num país em que a educação e saúde, só para citarmos duas áreas, costumeiramente vão de mal a pior, é inadmissível aceitarmos que ocorrências dessa natureza sejam consideradas normais. Por esse motivo, entendo que o Excelentíssimo Senador deve pedir licença, visando sempre ao interesse público.
Como cidadão brasileiro, consciente de minhas obrigações e direitos, é este o meu posicionamento. Se quem não deve não teme, dê-se a chance de esclarecer o que Senhor mesmo chama de denúncias infundadas, e isso só pode ser feito a partir do momento em que não mais ocupar a Presidência dessa Egrégia Casa, pois a sua imagem estará desvinculada de toda e qualquer “manobra” que porventura exista para não prolongar o caso.

Com os meus respeitos.

Povo Consciente.

12 de ago. de 2009

COMO ATINGIR UM BOM NÍVEL DE REDAÇÃO

Dicas para fazer da redação uma tarefa mais natural e menos temerosa:

- Ler sobre todos os assuntos é o primeiro passo. Ninguém consegue transmitir qualquer coisa, sem que obtenha informações sobre ela. Há vários temas que podem ser cobrados, e não existe uma tendência ou previsão. A preparação deve ser completa;
- Escrever corriqueiramente. Se você ler e não praticar, não vai adiantar muita coisa. É preciso converter as informações recebidas em construções textuais. E isso deve ser feito com um prazo de, no máximo, uma semana de descanso. Se passar disso, a acomodação começa a ganhar espaço;
- Ser objetivo, claro, conciso. Não se admitem mais textos truncados, que se apóiam única e exclusivamente em demonstrar conhecimento vocabular. De nada serve utilizar as palavras mais hilárias sem que estejam contextualizadas com a situação;
- Definir uma linha de raciocínio e não fugir dela. Misturar temas ou desviar-se do foco pode, inclusive, eliminar o candidato;
- Escrever de forma legível. Isso não significa dizer que seja preciso "desenhar" a letra. O aluno deve, simplesmente, tornar claros os períodos que compõem o texto, para possibilitar uma avaliação fiel daquilo que está sendo analisado;
- Não se posicionar de forma exageradamente subjetiva. O texto, qualquer que seja seu gênero, deve trazer uma carga de impessoalidade, que significa não tomar partido de um assunto por questões pessoais. É preciso equilíbrio, até para poder encontrar argumentos convincentes;
- Evitar expressões coloquiais, quando o texto for de natureza DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA. Isso não se adequa à situação;
- Saber diferenciar a estrutura conforme os gêneros: Carta exige um modelo, Artigo exige uma outra esquematização, Notícia tem suas particulares. E assim por diante;
- Reescrever sempre o texto que não foi bem avaliado. Essa atitude talvez seja a mais importante e, infelizmente, a menos praticada.
Espero que essas dicas possam contribuir àqueles que estão conscientes da importância da redação na nota final do vestibular.
Um grande abraço.
Cassildo.

6 de ago. de 2009

TIRANDO DO SÉRIO

Devo ter alguns desafetos virtuais, por aí afora. Digo "virtuais" porque não tenho conhecimento e nem me interessam intrigas. No entanto, isso é baseado nas minhas relações diárias com pessoas mais próximas e, teoricamente, com maior liberdade para falar certas coisas.
O que me tira do sério é alguém desconfiar de mim sem motivos ou acusar-me de algo que, insistentemente, digo não ter feito e de que, também insistentemente, continuam acusando-me. Aí não há paciência que dure mesmo em mim. Sou assim, explosivo quando a situação exige. Acontece de, por questões de civilidade, eu posso "engolir um monte de sapos" quando esperam que eu "chute o balde". Sou imprevisível. Nem sempre isso acontece. E o contrário também, pois por uma pequena coisa, eu posso fazer uma tempestade desnecessária. Acho que todos somos assim, de certa forma. O mais importante de tudo é reagir quando se tem um motivo, o que tem ocorrido comigo ultimamente.
Ontem à noite e hoje pela manhã fui sondado por essa insistente afirmação de coisas que não realizei e acabei, no primeiro caso, apenas me calando; mas no segundo, talvez pela continuidade do processo, vi-me bastante enfurecido, a ponto de dizer que não admitiria ser chamado de mentiroso. Mesmo quando se tem razão, certas vezes se acaba exagerando e, nesse caso, parece que existe mais uma autocondenação do que uma defesa.
O fato é que, embora disposto a melhorar, a essência não morre. Porque existe uma coisa chamada princípio, da qual todos devemos desfrutar, para que a nossa identidade não seja considerada descartável. Um dos princípios que tento carregar é o de não me curvar diante daqueles que desejam contrariar as minhas convicções. Tenho-as como tesouro e, a despeito do julgamento sobre meu comportamento excessivo, faço de tudo para defendê-las e conservá-las. Mas isso não significa que serei o dono da verdade, nem que guardarei uma gota sequer de mágoa, esse sentimento mesquinho e regressivo.

5 de ago. de 2009

O MUNDO DOS "FAZ-DE-CONTA"

Parece que estamos vivendo um período bastante controverso em nossa realidade. Tudo virou de ponta-cabeça e está invertido nos valores, nos costumes, até na prática com aquele de quem se diz amigo. O certo é, hoje, o errado; este, por sua vez, vale muito mais do que aquele.
As aparências atualmente enganam mais do que nunca. Mas até certo ponto, pois também, no geral, as pessoas não têm mais vergonha de se mostrarem inertes, incompetentes, antiéticas, sem caráter. Ninguém mais se preocupa em contribuir para o crescimento do outro; ser honesto é sinônimo de "babaquice"; não fazer bagunça é igual a ser "muito delicado" e trabalhar correto é sinal de caretice. Aonde vamos parar? A que ponto nós chegamos neste Terceiro Milênio tão esperado e tão pouco evolutivo, por causa dessas questões?
Não teria nenhuma pretensão de mudar o mundo. Aliás, antes disso, eu teria que mudar muito a mim mesmo. Mas acho que cada um, ao reconhecer as próprias falhas e refletir sobre o que realmente é positivo, moderno e inovador, já está dando um passo para que a evolução volte a acontecer. Li, certa vez, num texto intitulado "Arrumar o homem" que nada pode ocorrer no sentido de renovação se não partir antes do indivíduo, do ser humano que procura conscientizar-se daquilo que servirá como base para suas futuras gerações. Os valores precisam ser retomados enquanto ainda existe tempo. É preciso não perder de vista o que diferencia o certo e o errado, porque isso não muda com o passar do tempo. As atitudes é que mudam, no entanto, nós podemos controlar as ações.
Temos de transmitir àqueles que estão em nosso redor que a postura correta é o caminho a ser trilhado. As máscaras sempre caem, por mais que procuremos disfarçar. Hoje, contraditoriamente, vivemos cercados de mecanismos vigilantes e, mesmo assim, alguns ainda insistem em querer esconder aquilo que, muitas vezes, está óbvio. Tudo em nome de um "faz-de-conta" sem precedentes para poder alimentar a ganância e a incapacidade em detrimento da busca incessante que todos deveriam traçar coletivamente.