28 de jan. de 2009

ESTRANHAS CONVERSAS INFORMAIS SEM MUITO NEXO ENTRE CASSILDO, THÉO E ERLEILSON NUM LOCAL DE IDENTIFICAÇÃO IGNORADA, SEM OBJETIVO APARENTE

Por Cassildo Souza

1º ATALHO

Cassildo: Negão, a cada dia fico decepcionado com as pessoas. Não posso dizer de todos, mas há bando de gente irresponsável fingindo ser educador. É um negócio impressionante. Não cumprem as obrigações com os funcionários.

Erleilson: O pior é que eles não querem pagar bem e mesmo não pagando bem, ainda assim atrasam. Hoje em dia eu nem me empolgo mais pra ensinar em certos lugares. Vê Santa Cruz, uma cidade menor do que a nossa, o povo lá sempre paga em dia. Tem problema como em todo canto, mas pelo menos respeita o cara. Não é não, Théo?

Théo: É verdade. E o bom é que lá eu nem esperava receber 13º e o mês de janeiro, porque ainda não havia nada formalizado e já estava de férias. Mas recebi. Me ligaram de Santa Cruz dizendo que tinham depositado o dinheiro. Eu fiquei surpreso. Demonstrou respeito e compromisso.

Cassildo: Eu continuo dizendo que a distância entre escola pública e particular é cada vez menor. Os caras que se cuidem. Se todos os profissionais da educação pública tivessem compromisso com sua função de educador, o negócio seria outro. A mim, eles não enganam mais. Eu posso até fingir que estou sendo enganado.

Erleilson: Eu acho que a gente tem de saber filtrar onde é melhor pra trabalhar. O meu tempo de trabalhar de graça já passou faz tempo. Eu quero, por enquanto, permanecer em Santa Cruz, no Estado e na UFRN.

Cassildo: Só sei que não morro mais de fome dessa idade. Não vou me matar por ninguém. O meu compromisso nunca foi com dono de escola. Sempre foi com os meus alunos. São eles o meu alvo, quem quiser que faça diferente. Se o diretor tiver sua clientela como meta principal, aí eu automaticamente passo a ter compromisso com ele. Caso contrário, não tenho nenhuma obrigação de agradá-lo e prejudicar meus alunos.

Théo: Agora, tem outro detalhe: a cobrança que eles fazem. Querem tudo certinho, nos prazos, mas na verdade nem sempre cumprem os seus prazos. Eu entendo que todos devem ter direitos e deveres, porque se não fica muito complicado. Você cobra, mas não faz.

Cassildo
: O mais importante é que a gente cumpra as obrigações e não aprenda com certos "profissionais". Eu não quero ter um monte deles como espelho. Mas é claro que nem todo mundo é assim. A prova é o colégio lá de Santa Cruz. Aqui também tem estabelecimentos sérios.

Erleilson:
Homem, vamos falar no Vasco, que é melhor.

Théo:
É melhor falar no Corínthians, que está voltando à primeira divisão. O Vasco caiu pra segunda.

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