27 de jul. de 2009

TOTAL PLENO-ESTÁTICO (CASSILDO SOUZA)

Todos estão plenos
Todos os lados estão plenos
Todos estão nos lados plenos
Todos os plenos estão nos lados
Todos nos lados estão plenos
Plenos de estarem nos lados todos
Todos de estarem nos plenos lados
Todos os lados estáticos plenamente
Total e lateralmente plenos estáticos
Estáticos e plenamente todos laterais
Todos os lados estaticamente plenos
Lados plenos totalmente estáticos
Por lados estáticos em plena totalidade.

O QUE SERIA "OBJETO DIRETO INTERNO"?

Alguns gramáticos também denominam OBJETO DIRETO INTRÍNSECO. Ocorre quando, por força da estilística (comum nos textos poéticos), um verbo INTRANSITIVO torna-se TRANSITIVO, a partir da colocação de um complemento que "redunda" a significação desse mesmo verbo. Ex.:

Todos
vivem a vida conforme lhes convém.

Viver é um VERBO INTRANSITIVO (não exige complemento), mas é complementado com um vocábulo que reforça estilisticamente o seu sentido.

O complemento a vida é classificado, nesses casos, como OBJETO DIRETO INTERNO ou OBJETO DIRETO INTRÍNSECO. Esse ano, num concurso realizado em Sitio Novo/RN, pela empresa Concsel, abordou-se o assunto em uma das questões.

24 de jul. de 2009

ALGUNS GÊNEROS TEXTUAIS SOLICITADOS PELAS UNIVERSIDADES

Nos processos de vestibular, vários são os gêneros textuais solicitados. No caso da UFRN, há três anos seguidos os textos pedidos ficam entre CARTA ARGUMENTATIVA e ARTIGO DE OPINIÃO, gêneros já bastante discutidos neste blog. Mas existem outros, os quais comentamos agora:

RESENHA CRÍTICA: É o gênero textual que tem por característica analisar um objeto, uma obra ou até mesmo um produto, de forma imparcial e com vistas a orientar o público receptor sobre as suas características. Assim, existe a resenha de um filme, de um livro, de uma ferramenta lançada no mercado, etc, realizada por especialistas de cada área.

ANÁLISE COMPARATIVA: É um tipo texto que apresenta características da DESCRIÇÃO, uma vez que para comparar, é preciso, mesmo que implicitamente, fazer definições. Mas não é a intenção principal descrever, pura e simplesmente. Aqui, as características incomuns são a base da produção, para se chegar a um resultado, por via da comparação. O ideal é definir cdada elemento, e depois fazer as devidas observações sobre o que diferencia um do outro.

NOTÍCIA: Texto de natureza jornalística que, diferentemente do ARTIGO DE OPINIÃO, tem por objetivo o conhecimento do receptor àquilo que se relata. Na notícia, não se tem a preocupação de "tomar partido" sobre determinada situação, mas sim, levar ao leitor ou ouvinte a fidelidade dos fatos, com o máximo de informação possível. Deve responder às questões que normalmente exigem-se dos textos NARRATIVOS: "quem?" "o quê?" "onde?" "quando?" "como?" por quê?".

Diferenças entre "História", "história" e "estória"

Qual seria a diferença entre esses três vocábulos?

1. "História", com inicial maiuscula, significa a ciência oficial que trata dos acontecimentos no tempo e sua repercussão, como a História Geral, História do Brasil, etc.

Eu prefiro estudar História do Brasil a Matemática.

2. O vocábulo "história", com inicial minúscula, significa um relato verdadeiro, real, mas que não se enquadra na ciência oficial. É um fato, acontecimento.

A minha história de vida é algo muito particular.

3. A palavra "estória" remete à ficção ou a um relato do qual não se tem certeza sobre sua veracidade.

As estórias da nossa literatura têm muita qualidade. São narrativas de ficção muito interessantes.

Pedro é muito criativo. O menino vive com várias estórias "cabeludas".

Portanto, deve-se ter cuidado ao utilizar qualquer um desses vocábulos, pois, como vimos, possuem significações diferentes e que dependem do contexto situacional.

Um abraço.

Cassildo.

15 de jul. de 2009

PARABÉNS DE NOVO

Erleilson, grande amigo, de quem falei na postagem anterior, hoje está de Parabéns pelo seu aniversário natalício. São 27 anos de muita luta, dificuldades e, agora, de muito sucesso. É um irmão, parceiro, amigo, e lhe desejo toda a sorte do mundo com o herdeiro que chegará. Infelizmente, ele não atende ao telefone para que eu possa lhe falar pessoalmente.
Um grande abraço a ele e que Deus o ilumine.
Cassildo.

DUAS BOAS NOTÍCIAS

Há pouco mais de duas semanas, meu amigo Théo Alves conheceu a dádiva de ser pai pela primeira vez, dividindo com sua esposa Larissa um momento tão precioso. "Nandinha" como já fora previamente chamada, veio ao mundo para trazer um ar de paz somente inerente aos recém-nascidos. Théo é uma pessoa que merece todo o sucesso do mundo e, mesmo sendo suspeito para referir-me a ele, faço-o com todo o prazer. A ele e a sua esposa Larissa, só tenho votos de muitas felicidades. Muito mais felicidades do que possam imaginar que tiveram até agora.
E, como nada no mundo acontece por acaso, a outra notícia tem a ver com o mesmo assunto e refere-se a outro amigo inseparável, Erleilson. Há uma semana, sua esposa Risolete recebeu a confirmação de gravidez (também o primeiro filho do casal) e daqui a uns oito meses, teremos mais um habitante neste imenso Planeta de 6 bilhões de mortais.
Não poderia deixar de registrar, aqui, essas duas notícias tão "vintage" que contrariam os descaminhos presentes em nosso contexto. Parabéns aos dois.

13 de jul. de 2009

POR QUE NÃO LÍNGUA PORTUGUESA?

Quem é meu aluno sabe o quanto defendo a área de Língua Portuguesa, assim como também o fazem ou fizeram Cloacir, Aparecida, Elba, Théo, Lucilene, Eva, Engrácia, Zé Ivan, entre outros. Chego até a ser chato, querendo, forçosamente, que os alunos assistam às minhas aulas, as quais são, para muitos, monótonas e sem graça. Até aí, tudo bem. Não vou mais querer mudar o mundo. Isso é um fenômeno interessante, mas real. Agora, o que dizer de quando essa atitude de indiferença parte das próprias escolas ou cursos preparatórios?
Uma semana dessas, um aluno perguntou por que motivo não havia muitos aulões de Língua Portuguesa. Por que a matéria de Redação nunca estava incluída em cronogramas dessa natureza. Eu achei extremamente positiva a preocupação, pois aí ficou evidente a capacidade de vislumbrar a disciplina como fundamental na composição do processo de ingresso à universidade. Mas, sinceramente, fiquei sem resposta.
Esse questionamento me fez refletir ainda muito mais sobre o fato de as instituições de ensino atribuírem um "status" diferenciado a áreas como Física, Química, Biologia e Matemática (que, por justiça, devem ser trabalhadas ao extremo). É sempre assim, a área de Humanas, composta por História, Geografia, Português e Inglês é tratada como se fosse acessória e, para equívoco dos que assim pensam, constitui importante componente para o desempenho geral dos candidatos. Quantos já não foram reprovados por darem importância menor do que deveriam a essas disciplinas! Mas não aprendem e continuam a trabalhar aquilo que é mais propício ao aluno receber.
Essas situações acontecem para percebermos, enquanto professores, que os menos culpados por não gostarem desta ou daquela matéria são os alunos. Se o próprio estabelecimento onde estudam ou se preparam para o Vestibular encaram a matéria de Redação como algo sem importância, para os estudantes seria incoerente uma dedicação maior nesse quesito, já que precisam enfrentar conteúdos das outras disciplinas. A conscientização não é uma coisa automática, implica atitude das pessoas que são, teoricamente, condutoras do processo de ensino e aprendizagem e por isso mais sensatas. Essa sensatez, infelizmente, não tem sido praticada.
Digo isso com uma certa tristeza e com uma convicção de que não posso parar de reclamar, de dar o devido mérito a determinadas coisas. Para os que pensam ser os "entendidos" de tudo que se refere à educação, eu tenho um recado: nada dá certo no ensino, quando se coloca o aspecto financeiro antes de qualquer coisa. É preciso consciência de que, na era da informação, quem não estiver preparado para comunicar-se será engolido pela selvageria da competição e, depois, poderá ser muito tarde para a reversão. Sonho com o dia em que as escolas, pré-vestibulares, cursos técnicos e até mesmo as universidades passem a enxergar a habilidade de interpretar o que se lê e de se fazer interpretar bem como uma condição para tornar-se um profissional competente.

10 de jul. de 2009

"TODOS" E "TODAS"

"Bom dia a "todos" e a "todas"". Quem nunca ouviu uma frases como esta, em abertura de eventos? A criatividade anda mesmo em baixa. De antemão, já digo que a redundância desta sentença é tão ou mais voraz do que aqueles pleonasmos do tipo "subi para cima" e "desci para baixo".
Pessoal, isso é um erro que tem-se repetido constantemente. O pronome indefinido todos significa "toda a gente", "todas as pessoas", "todo o mundo", "o mundo inteiro". São várias as opções. Quando se tem uma referência a "todos, estão incluídos homens, mulheres, crianças, idosos, brancos, pretos, cristãos, ateus, se brincar até mesmo o cachorro, presentes em determinado ambiente. Esse raciocínio rege-se por um dos princípios básicos da concordância nominal, pelo qual, havendo mais de um elemento especificado, e pelo menos um deles sendo masculino, prevalece o MASCULINO PLURAL.
Portanto, nunca usem as formas masculina e feminina para aludir a todo mundo. "Todas" deve ser utilizado marcando substantivos específicos: todas as pessoas, todas as coisas, todas as versões, e assim por diante.
Um abraço a TODOS. (não é preciso dizer a "todos" e a "todas").
Cassildo Souza

LINKS RELACIONADOS À REDAÇÃO PARA VESTIBULAR

Tendo em vista a divulgação do Edital do Vestibular/2010 pela UFRN/COMPERVE, indicamos os links relacionados a redação, que se encontram nas postagens antigas e muita gente não tem encontrado. É só clicar e acessar diretamente os modelos e os conteúdos importantes para sanar as dúvidas. Se algum ponto que desejarem esclarecer não se encontrar aqui, envie e-mail para duvidasnoar@hotmail.com ou cassildosouza@bol.com.br . Um abraço e bom início de estudo.

Particularidades da carta argumentativa
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/09/particularidades-da-carta-argumentativa.html

O que é pseudônimo?
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/08/o-que-pseudnimo.html

O que é texto em prosa?
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/08/o-que-texto-em-prosa.html

Refutação
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/07/refutao.html

Modelos de artigos de opinião
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/07/lei-seca-ou-lei-tolerncia-zero.html
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/04/chuvas.html
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/03/revoluo.html
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/02/prevenir-ou-remediar.html

Modelo de carta argumentativa
http://centraldasletras.blogspot.com/2008/05/exemplo-de-carta-argumentativa.html

7 de jul. de 2009

QUESTÕES COMENTADAS DO CONCURSO DE AGENTE PENITENCIÁRIO/RN

QUESTÃO 01 (anulada, a questão foi adaptada aqui)
“Cumprimento” tem significado distinto de seu parônimo “comprimento”. Das frases abaixo, aquela em que houve troca na escolha dos parônimos, entre parênteses, é:
a) Os jovens assistiram ao concerto do rock naquele final de semana. (conserto – concerto)
b) Os professores deferiram o pedido de adiamento das provas. (deferir – diferir)
c) Era eminente a decisão do mestre em afastar-se da escola. (eminente – iminente)
d) As crianças fizeram uma descrição do lugar por onde passaram. (descrição – discrição)
e) O jovem selou o animal para dar um passeio. (celar – selar)

RESPOSTA
: “C”. Na letra “A”, conserto significa reparo e concerto significa show; na letra “B”, deferir significa aprovar e diferir significa distinguir; na letra “C”, eminente significa importante e iminente é que significa , prestes a ocorrer. Portanto, há troca nos significados. Na letra “D”, descrição é o ato de descrever; na letra “E”, selar significa pôr arreio de animal, enquanto celar não existe como verbo.

QUESTÃO 02
Considere o seguinte trecho: “Um adolescente empurra a professora...” (3º§). Em qual das alternativas abaixo, o termo destacado NÃO apresenta a mesma função sintática do termo sublinhado anteriormente?
a) “Um menininho chama a professora...” (3º§)
b) “Na outra ponta, temos o espetáculo deprimente...” (4º§)
c) “Não vi ainda ações eficazes”. (4º§)
d) “... que provoca violência física...” (5º§)
e) “Quase todos os países foram responsáveis pela gravíssima crise...” (5º§)

RESPOSTA
: “E”. O termo sublinhado anteriormente tem a função de complementar, sem preposição, a forma verbal empurra, portanto, é OBJETO DIRETO. Dentre as alternativas anteriores, a que NÃO tem essa mesma função é a da alternativa “E”, que se refere ao sujeito, por via do verbo de ligação “foram”. Seria classificado como PREDICATIVO DO SUJEITO e, por isso, a alternativa a ele correspondente constitui a resposta.

QUESTÃO 03
Assinale a alternativa que exemplifica o emprego, no texto, de linguagem conotativa:
a) “... a crise financeira global.” (1º§)
b) “... péssimo exemplo de autoridades...” (1º§)
c) “Adolescentes chegam de tromba junto do carro...” (2º§)
d) “... e nem sabia quantos diretores tinha...” (4º§)
e) “Jovens e adultos reagem a isso com agressividade...” (4º§)

RESPOSTA
: “C”. Linguagem conotativa significa linguagem figurada, desviando-se do sentido original. Nessa perspectiva, a alternativa que apresenta tais características é a letra “C”, com o termo de tromba, que significa magoado ou, melhor ainda, mal-humorado.

SAIU O EDITAL DO VESTIBULAR UFRN 2010

Em relação à produção textual, nada de novidades. É essa a tônica do Edital publicado pela UFRN, última sexta-feira (03-07) para o Processo Seletivo Vestibular 2010. Nem mesmo as novas regras ortográficas serão exigidas, segundo o documento. Outro aspecto que não sofreu modificação foio gênero textual, que, novamente, ficará entre CARTA ARGUMENTATIVA e ARTIGO DE OPINIÃO. Ao longo dos tempos, temos abordado esse tema aqui no blog. Vários modelos podem ser encontrados desses textos, os quais se caracterizam pela defesa de um ponto de vista, com base em argumentos convincentes e no padrão culto da língua portuguesa.
Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail: duvidasnoar@hotmail.com. Atenderemos prontamente às perguntas encaminhadas.
Um abraço.
Cassildo.