4 de ago. de 2010

O DESENGANO COM O FUTEBOL

Ultimamente, não consigo me empolgar com um jogo de futebol sequer. Não diria que isso se resume ao futebol brasileiro em si, porque também na Copa do Mundo, a despeito da derrota do Brasil, não tivemos um primor na bola rolando.

Talvez eu já esteja, ao trinta e dois anos, sendo saudosista como o são aqueles que acompanharam as Seleções de 70 e 82(as quais infelizmente não pude seguir), sendo que a minha referência positiva compreende o final da década de 80 e início dos anos 90, quando um certo baixinho encantava o mundo, para citar o primeiro exemplo. Tempos dos holandeses Gullit, Rijckard e Van Busten. Época em que Maradona ainda fazia da bola um instrumento musical, e em que Jorginho alçava "com a mão" a bola na cabeça dos atacantes.

Naquela mesma época, os salários eram bem menores, infinitamente inferiores aos de hoje. Qualquer jogador de um time como Vasco da Gama não recebe menos de 30, 40 mil reais mensais. Uma desproporção tanto em relação aos demais trabalhadores quanto ao "mísero" futebol jogado por grande parte deles. Naqueles referidos anos, o futebol era mais vistoso, ainda havia alguns espetáculos e a imprensa, até esta, tinha melhores profissionais, na acepção termo.

Está chato o futebol e tudo que a ele vem ligado. Assistimos a comentaristas (na maioria, ex-jogadores) sem formação nem civilidade algumas ofenderem os telespectadores, protagonizando um bairrismo digno de pessoas sem instrução. Narradores que querem comentar arbitragem e o jogo; comentaristas que querem narrar a partida; repórteres que incitam briga entre torcidas e provocam técnicos, os quais caem como um "patinho" nas armadilhas feitas para aumentar a audiência e vender os produtos televisivos. Tudo com raríssimas exceções.

É lamentável: o esporte mais popular do mundo está, em minha visão, carrancudo e decadente. E digo isso com um constrangimento profundo, daqueles que admiram o futebol competitivo, mas também "romântico", que nada tem a ver com as armações que presenciamos em 2005, ou com interesses privados de "empresários" (com aspas, para diferenciar dos verdadeiros) e cartolas que, em sua grande parte, não têm a menor noção do que seja a ainda maior paixão do Brasil.

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