13 de mai. de 2011

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA?

Hoje, não sei por minhas andanças profissionais, não vi muito falarem sobre a Abolição da Escravatura, nos meios de comunicação que nos rodeiam. Aliás, nem sei por que, após ter chegado de Acari (sempre bom), estou tratando desse tema. Ou, talvez, eu queira dizer que a escravidão, de uma forma ou de outra, nunca foi abolida.


Costumamos relacionar a escravidão à cor, pois foi assim a maneira como aprendemos que ela se estabelecia. Os negros, apenas por assim serem, eram mandados a trabalhar em regime de cárcere total, recebendo castigos intragáveis, alguns chegando até a morrer por "desobedecer" às ordens de seus senhores, tratados como animais da pior espécie. e não tinham escolha, não tinham recursos, não tinham outra opção, acabaram acostumando-se, mesmo convivendo com tamanha falta de bom senso.


É bom lembrar que a cor negra também era uma metáfora da falta de posses, uma vez que pessoas de cor escura que tinham dinheiro também comprava e vendia escravos. A hipocrisia do tempo atual não difere muito daquela época remota, o fato de possuir bens acaba "mascarando" aquilo que provavelmente é motivo de discriminação em situação normal. A escravidão era um bom negócio e - na verdade - era também um atividade cobiçada por gente. O Brasil foi praticamente todo formado assim.


Hoje, fala-se em 13 de Maio, como se as coisas estivessem resolvidas. Mesmo terminando o dia, é bom lembrar que um número bastante grande de pessoas ainda vive em escravidão: crianças, jovens, adultos, que se arriscam em atividades duras e sem remuneração, como os boías-frias que enfrentam as plantações de cana, trabalho dos mais cruéis para um ser humano, segundo quem já teve tão ingrata experiência. Donos de fazenda mantêm empregados sob cárcere, impedindo-os de fugir, e enriquecendo às custas de uma prática repudiável, como se homens fossem objetos.


Como vemos, muita coisa mudou do ponto de vista da maneira como se dá a escravidão. No entanto, nós precisamos admitir que ela não foi abolida no ato da assinatura da Lei Áurea, porque, em outras instâncias e com outras estratégias, há uma tendência de patrões enriquecerem pelo trabalho árduo dos pais de família que não têm lazer, não têm tempo para os filhos, nem recebem aquilo a que realmente seu trabalho faz jus. A escravidão, hoje, é pior, porque em nossos dias, o que esperamos é progresso e não atos retrógrados, que remontam aos tempos de nosso descobrimento.

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