31 de dez. de 2012

DESEJOS PARA 2013


É de praxe todos fazerem votos de ano novo. Sem concordar que deva ser regra, mas me submetendo também a esta convenção social, quero apenas isto para 2013: que deixemos de ser hipócritas, egoístas, corporativistas e de pregarmos nas redes sociais aquilo que não somos. Se isso ocorrer, garanto, o ano será histórico. É o que espero e desejo a meus verdadeiros amigos e àqueles que procuram ser corretos não apenas em dezembro, mas que fazem disso uma filosofia de vida!

27 de dez. de 2012

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - A PARTIR DE 01.01.2013



NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

                Em setembro/2008, O Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou o Novo Acordo Ortográfico, que visa a algumas mudanças na escrita e acentuação de vocábulos em Língua Portuguesa. 
A Reforma vinha sendo discutida desde o ano de 1990 e somente há pouco foi efetivado. Calcula-se que, no Brasil, as alterações devem variar de 0,5% a 1% enquanto que em Portugal, as mudanças serão de aproximadamente 2% do léxico.
                Foi estipulado o período de 04 anos ( iniciado em 1º-01-2009 e terminado em 31-12-2012) para que os usuários da língua possam adaptar-se à nova convenção ortográfica. Muitos livros didáticos já trazem as mudanças, enquanto concursos e vestibulares ainda têm considerado a antiga convenção para avaliar os seus candidatos. Nesse caso, conhecer esses detalhes constitui tarefa fundamental para professores, alunos e quaisquer outros falantes do idioma.
Uma das mudanças mais importantes reporta ao emprego do hífen, agora mais simplificado em seus usos, uma vez que as orientações para os prefixos são unificadas.
                 O TREMA (¨) será extinto, de palavras como  DELINQÜENTE, que passará a DELINQUENTE.
Nos países onde ainda se escreve HÚMIDO, será eliminado o "H" mudo, como já se faz normalmente no Brasil. Do mesmo modo, nos países onde se escreve OBJECTIVO, FACTO, CONTACTO, a letra "C" será eliminada.
As palavras formadas por prefixos terminados em vogal com radical iniciado em "R" ou "S" perderão o hífen e essas duas letras serão dobradas.
Ex.: ANTI-RÁBICO será ANTIRRÁBICO; ULTRA-SOM será ULTRASSOM. E assim por diante.
Porém, quando o prefixo terminar em "R"(SUPER HIPER, INTER) e o radical iniciar em "R", o hífen será mantido: INTER-RELAÇÃO; INTER-RACIAL.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

      A acentuação gráfica existe para marcar as sílabas tônicas das palavras. Assim, quando houver acento, este sempre será colocado na sílaba mais forte do vocábulo.
      Por esse motivo, todas as palavras proparoxítonas são acentuadas, uma vez que, no caso da retirada do acento, elas tornar-se-iam paroxítonas. Vejamos o exemplo:

      A gerência (rên) não estava sabendo do fato.
      Marcos gerencia (ci) uma equipe de funcionários.
Demais regras de acentuação gráfica:

1. Acentuam-se todos os monossílabos tônicos terminados em a, e e o (seguidos ou não da letra s). Exemplos: pá, fé, só, mês, és

      Todos estavam querendo ajudar.

2. Acentuam-se todas as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, em e ens. Exemplos: Pará, Seridó, café, através, parabéns, ninguém.

      Através dos tempos, percebemos quem realmente é bom.
3. Quando as palavras forem paroxítonas e terminarem da mesma forma que as oxítonas do tópico anterior, não receberão acento algum. Exemplos: Rara, fato, plebe, entraves, margens, homem.

4. As palavras paroxítonas que terminarem em i(s), u(s), r, x, n, l, ps, ão e ditongos serão acentuadas. Exemplos: júri, púbis, bônus, vírus, líder, lúmen, ônix, bíceps, fórceps, órfão, área, história.  

5. Acento das formas verbais de VIR e TER (além dos derivados), na 3ª pessoa do plural.
      Marcos não tem mais dinheiro para gastar. (singular)
      Todos têm aquilo que merecem. (plural)
      O governo mantém o povo como refém. (sing.)
      Os grandes detêm um poder de reação enorme. (plural)
      A chuva vem com muita força nesta época. (singular)  
      Os diretores vêm expor o projeto para nós. (plural)
      O estado intervém muito pouco nessas questões. (sing.)
      As denúncias advêm de todos os pontos da cidade. (plural)
6. Acento das formas verbais de LER, CRER, DAR e VER, na 3ª pessoa dom plural do indicativo e subjuntivo.
6.1 Antes do Acordo Ortográfico de setembro/2008:
Todas essas formas paroxítonas recebiam acento circunflexo, conforme os exemplos que seguem:

      Todos vêem a situação, mas ficam inertes,
      Quantos lêem pelo menos um livro por ano?
      Desejo que as nações dêem-se as mãos para vencer a crise.
      Os otimistas crêem na reação dos países desenvolvidos.

6.2. Após o Acordo Ortográfico de setembro/2008:
Essas formas verbais perderam os acentos circunflexos e passaram a ser escritas assim: veem, leem, deem e creem.

7. Acentos diferenciais:
7.1. Antes do Acordo Ortográfico de setembro/2008:
7.1.1. Pêlo (substantivo) – Pélo (verbo) – Pelo (por + o);
      O pêlo dos animais pode fazer mal à saúde.
       Eu pélo minha barba a cada dois dias.
      Pelo amor de Deus, vai dormir!

7.1.2. Pêra (substantivo) – Pera (antiga contração)
      Prefiro pêra a maçã.

7.1.3. Pólo (substantivo) – Polo (contração antiga)
      Os interessados devem procurar seus pólos locais. .
      Não vá polo lado obscuro.
     
7.1.4. Pára (verbo) – Para (preposição)
      Este trabalho é para Cassildo.
      Cassildo, pára um segundo, por favor.


7.1.5. Apóio/apóia/apóiem(m) (verbo) – Apoio (substantivo)
      Eu sempre apóio o trabalho em equipe.
      Erleilson apóia Théo, que apóia Cassildo, que apóia os dois.
      Com um apoio desses, eu só poderia vencer.

7.2. Após o Acordo Ortográfico de setembro/2008:
Não existe mais acento diferencial para tais formas verbais, que são paroxítonas; o acento diferencial de pôr em relação a por permanece, por se tratar de um monossílabo tônico; permanece também o acento diferencial das formas verbais pode e pôde, considerando que se trata de tempos verbais diferentes. Exemplos:

Erleilson não pôde ir ao encontro; estava doente. (pretérito);
O filho pode ajudar o pai e a mãe, se quiser. (presente)


8. Acentuação envolvendo hiatos:
Permanece a regra seguinte:
I e U tônicos formando hiato com a sílaba anterior, sempre receberão acentuação, independentemente da posição na palavra. Exemplos: saúde, baú, saída. Exceção: dígrafo nh ou letra z, após os citados hiatos: rainha, raiz.

9. Acentuação envolvendo hiatos que sofreu alteração com o Novo Acordo Ortográfico:
As palavras como baiúca, Bocaiúva e feiúra perdem os acentos do I e U tônicos que formam hiato após o ditongo. Serão grafadas assim: baiuca, Bocaiuva, feiúra.

10. Acentuação dos ditongos abertos ÉI e ÓI (palavras paroxítonas)
As palavras como heróico, idéia, assembléia, paroxítonas que apresentam ditongos abertos no meio do vocábulo, perderão o sinal e passarão a ser grafadas da seguinte forma: heroico, ideia, assembleia.

AULA DA SAUDADE - EETB - 26.12.2012



Saudade. Nostalgia. Lembranças. Momentos memoráveis que ficaram. Hoje, um ciclo se encerra, uma trajetória se fecha, sonhos são concretizados. Será que imaginamos que esse dia chegaria tão rápido? Será que as amizades que se formaram e se firmaram nesses 3 anos estavam preparadas para este momento?

O filme das vidas de vocês começa a ser veiculado agora. Um filme também vem às nossas cabeças, enquanto mestres que aprenderam a conviver com meninos e meninas atônitos, apavorados, assustados com o que viria pela frente. Alguns que se escondiam por trás da timidez; alguns que, com a dinâmica dos desafios, agitavam-se, esperneavam e até choravam; alguns que se rebelavam, que protestavam, que se opunham; alguns que apenas calavam; alguns que apenas ouviam. É hora de partir, sim. Mas antes, abramos um parêntese.

 Para que serve a despedida? Não é para selar um final, certamente. Serve para fazermos balanços, para refletirmos, para prepararmos uma nova etapa, um novo destino. Nesta hora, nós, seus eternos professores, queremos – antes de tudo – dizer que valeu a pena. Queremos afirmar que o caminho percorrido, com altos e baixos, facilidades e entraves, sucessos e dificuldades, foi espetacular por ter sido ao lado de vocês; especial, por ter tido cada um cumprindo sua missão em favor de si próprio; arrebatador, por ter sido intenso;  doloroso, quando transparente; real, porque sempre com o coração. 

Hoje, homens e mulheres cheios de objetivos reais, vocês demonstram física e espiritualmente o quanto cresceram, o quanto viraram pessoas de bem, o quanto se transformaram em cidadãos para o futuro. Hoje, vocês não são mais meninos e meninas assustados, atônitos, rebeldes, opositores e, no entanto, como pré-adultos vocês possuem as mesmas características de antes, agora com dosagem equilibrada, mas necessária; porque passe o tempo que passar, seremos todos sempre assustados, atônitos, rebeldes, questionadores, para que nossa condição humana seja mantida.

Formar pessoas não é tarefa das mais fáceis, mas deixa de ser complexa quando tais pessoas decidem o que querem ser. Vocês facilitaram a missão de seus mestres: decidiram ser vencedores, ser do lado do bem, ser bons filhos, bons alunos, e contaram com a nossa ajuda para alcançar todos esses objetivos, porque sabiam que sonharmos juntos é melhor do que sonharmos sozinhos. Vocês não se dão conta, ainda, da maravilha que os compõe, da felicidade que representam para seus pais, familiares e professores. Vocês – de fato – já se tornaram homens e mulheres constituídos para brilhar.

Hoje, não temos palavras para agradecer o quanto foi especial desfrutarmos de sua presença todas as tardes; falta-nos conteúdo para dizermos que vocês são iluminados; como nos esquecermos das aulas cheias de questionamentos? Como nos esquecermos do barulho que às vezes tomava conta da sala, de forma inexplicável? Como nos esquecermos dos seminários, das viagens de estudo, das resenhas dos intervalos, das broncas por alguma coisa indevida, das divergências com colegas e professores, dos protestos por aquilo que julgavam ser errado? Como nos esquecermos de cada rosto juvenil que transita para uma fisionomia mais sisuda e preocupada com o mundo cruel que os espera?

Não precisamos apagar nada, aliás, tudo deve ficar da maneira que está na lembrança. Tudo deve permanecer do jeito que sempre esteve. Esses flashes são intermináveis. Eles são, também, inapagáveis, impagáveis e inesquecíveis. Nunca deixarão de ser nossos alunos, já que decidimos, por unanimidade, não deixar de sermos seus ensinantes; nunca deixarão de ser nossos amigos, visto que escolhemos ser seus cúmplices; nunca deixarão de ser nossos confidentes, porque fizemos votos para eternamente ouvi-los; nunca deixarão de nos consultar, na medida em que os seus sentimentos são parte de nossas vidas.

Vão para o mundo, pois estão no ponto de iniciar batalhas, gladiadores! Nunca estarão acabados, mas aprenderão a constância que se exige no mundo da globalização econômica, social, cultural; quem os tiver como parceiros serão privilegiados, assim como fomos em pelo menos três anos. Entregamo-los com a certeza de que – cumprida a nossa missão de orientá-los para a vida – jamais nos decepcionarão. Vão com toda a felicidade que Deus lhes deu, pois a vida é um composto de eras que se encerram para se renovar. Em nós, ficará uma saudade imensa, que jamais enfraquecerá, mas que – por outro lado – representa o quão felizes fomos em dividir a convivência com vocês, filhos nossos adotados pela paixão de ensinar.

Nós os amamos!

*Texto composto e lido pelo professor Cassildo Souza, em 26.12.2012, durante a Aula da Saudade das 3ªs. séries "A", "B" e "C", da Escola Estadual Tristão de Barros - Currais Novos / RN.

24 de dez. de 2012

LEMBREMOS DO OUTRO LADO DO NATAL

Em meio a diversas hipocrisias que alimentam a sociedade, especialmente nesta época apelativa e marqueteira, em que ícones de diversos segmentos e marcas comerciais aproveitam para se promoverem, vejamos o lado obscuro que não muda, infelizmente, com a chegada do Natal. Não que a comemoração natalina seja a responsável pelas desigualdades, mas - pela euforia da época - nos falta às vezes a percepção daqueles que não podem dizer "Feliz Natal!".

Será que as crianças, milhares delas, que estão passando fome (por incrível que pareça, ainda existem aos milhões em todo o mundo, cerca de 900) estão incluídas nessas comemorações? Sem comida, sem escolas, sem brinquedos, sem pais, sem afeto, sem cidadania, sem lazer, elas se inserem nas falas do "Feliz Natal", "Próspero Ano Novo", "Boas Festas", "Venturoso Ano Novo"? Evidentemente que não.

E aqueles que lutam por receberem suas dívidas, trabalhistas ou provenientes de outras atividades, sem sucesso, sem perspectivas, com a dignidade ferida, o que farão na passagem do dia 24 para o dia 25? Poderão comprar pelo menos seu alimento básico para dar a seus filhos, os quais já não possuem vestuário para se apresentarem com decência nessa noite tida como "de comemoração pelo nascimento de Jesus Cristo"?  De certo, não podem celebrar muita coisa, mas apenas ter uma ponta de esperança para que o próximo período seja menos tirano.

Nós, brasileiros, que dedicamos 127 dias apenas para quitar nossos impostos anualmente, que temos nossas casas invadidas por ideologias perversas, que temos réus confessos poderosos condenados e impunes, que morremos à míngua para colocar o filho na escola ou para conseguir um procedimento médico, podemos dizer - plenamente - Feliz Natal? Tenho muitas dúvidas sobre isso.

Ainda bem que, humanos que somos, dotamo-nos da capacidade de visualizar dias melhores e talvez essa abstração natalina seja o combustível que nos ajuda a mantermos tal esperança ativa. Caso contrário, o Natal não teria sentido para a maioria das pessoas, pois já que se trata de celebração, precisamos melhorar muito a humanidade no intuito de conferir sentido à comemoração, saindo desse lado obscuro. Que o Natal, tido pelos terráqueos como o Renascer, como a vinda de um novo tempo, tenha em suas próximas edições um significado coerente com o que esperamos para o planeta: dignidade e aversão à hipocrisia. Mas, é claro, trata-se de uma mudança coletiva com iniciativa individual.

23 de dez. de 2012

NESTA ÉPOCA, RETROSPECTIVAS SÃO INEVITÁVEIS



Alheio a apelos comerciais que se exercitam com mais veemência nesta época em nome de Jesus Cristo, inevitavelmente, de forma alienada ou não, somos levados a fazermos balanços, reflexões sobre um período de 365 dias marcado segundo as nossas abstrações. Pessoas de todas as religiões, de todos os segmentos, faixas etárias, gêneros, classes sociais, crédulos ou incrédulos acabam realizando sua retrospectiva pessoal. Comigo não haveria de ser diferente.

Metaforizando a ideia de Natal como Renascimento, faz sentido que tais reflexões nos venham à tona. Alguns fazem suas análises com base no montante de dinheiro acumulado, na aquisição de bens materiais, nos cargos que conquistaram, dentre outros aspectos. Eu prefiro fazer diferente, mesmo porque não conquistei nada disso, nem me interessa prioritariamente. Prefiro dizer que 2012 foi um ano espetacular em vários aspectos, mas principalmente por me manter realizando atividades que me completam; por estar ao lado de pessoas a quem estimo; por conhecer outros seres humanos especiais, não obstante a escassez de gente do bem; por realizar projetos engavetados, alguns dos quais extremamente pessoais e importantes para mim. Por estar vivo, com saúde e com vitalidade.

Sei que para a maior parte da sociedade, essas minhas conquistas seriam bestiais; pois digo que elas me fizeram melhor, mais firme, mais motivado e menos dramático; foram relevantes no sentido de me colocar sempre inquieto, em dinamicidade, num movimento dialógico – primeiro comigo mesmo – e depois com os outros. Este ano, que está desfazendo-se para o recomeçar de um outro – mesmo sendo o tempo alguma coisa abstrata – deixará marcas em minha vida pessoal e profissional justamente por ter consolidado várias vertentes que eu vinha tentando – gradativamente – concluir. É isso que me importa.

Além disso, as reflexões devem levar-nos a buscar o aperfeiçoamento naquilo em que erramos durante os últimos 12 meses. Como não somos dotados de perfeição, estaremos sempre propensos a mudanças de atitude, de estratégia, de metodologia. Muita coisa também não deu certo, houve dias de crises, de estresses, de berros, até de choros, mas isso é o que norteará o avanço nas questões menos favoráveis que temos enfrentado nos últimos tempos. E, na minha convicção, as deficiências que todo ser humano tem serão otimizadas para o nosso crescimento.

Natal: Nascimento e Renascimento. Espero que em 2013 todos possam comemorar menos acidentes de trânsito, menos corrupção, menos ignorância, menos intolerância; mais respostas positivas, mais portas abertas, mais conhecimento, mais amor (sem hipocrisias), mais lealdade. Se não for para esperar isso, tudo o que a ideia moderna de Natal e Ano Novo traz será apenas futilidade. Grande ano para todos que acreditam na verdade.