30 de set. de 2013


Em redação, precisamos ter em mente: não existem receitas, existem orientações. Procurar acertar temas, transmitir normas infalíveis, ainda mais quando se trata da prova do ENEM, de natureza interdisciplinar, é alimentar o lugar-comum e adequar-se a um modelo de vestibular que não existe mais.

29 de set. de 2013

AULA APENAS PARA QUEM QUER



Tenho questionado muitas coisas do ambiente educacional ultimamente. Afirmações que tenho postado principalmente no meu perfil do Facebook, em sua maioria, têm sido julgadas como polêmicas. Não há nenhum problema em ser polêmico, quando a finalidade dos questionamentos não é gratuita. Vejo como problemática a polêmica por si só, sem um foco, sem um objetivo concreto e claro. No meu caso, posso garantir, são inquietações que surgem a partir da experiência adquirida no cotidiano da sala de aula. Só para constar, eu vivo mais nela do quem em qualquer outro ambiente, posto que - em 3 turnos diários - eu trabalho do 6.º ano à preparação a concursos e ao ENEM, com LINGUAGENS (Inglês, Português, Redação). 

São questões que às vezes parecem irrelevantes, seja pela acomodação, ou mesmo pela falta de perspectivas de mudar determinados quadros. Se considero sagrado o ambiente de sala de aula, oponho-me a certas posturas de alguns jovens que (ainda) não veem a educação, escolarizada ou alternativa, como o foco de seu crescimento. São - alguns - ainda inconsequentes e inconscientes de seu papel na sociedade. Estes são especialmente chamados a inteirar-se da importância de se qualificarem, mas nem sempre dão uma resposta positiva. Conforme se sabe, ao não se concentrarem nas atividades que lhe são propostas, acabam, na maioria absoluta dos casos, inviabilizando a outra parte (consideravelmente maior) de alunos que estão ali para aprender. E aí mora o grande risco de, ao mesmo, nem conseguirmos trazer a minoria desinteressada nem mantermos o foco dos anteriormente comprometidos.

Quando publiquei "Que tal não haver mais escolas?", o fiz como ironia, mas ao tempo como reflexão. Eu não sei se suportaria ver as escolas serem facultativas, visto que - se pudesse - viveria integralmente na escola onde trabalho, para se ter uma ideia do quanto esses lugares me atraem. Vou à minha escola todos os dias, inclusive quando não tenho nada para fazer lá. Por outro lado, discutir essa questão não pode ser uma coisa obscura. Ora, se estamos dizendo o tempo todo que a escola brasileira não atende às demandas - quantitativas ou qualitativas - e além disso muitos alunos escolheram outras opções de vida (muitos nem estudaram e viraram comerciantes ou empresários de peso, depois foram se qualificar, isto é fato), por que não considerar tal possibilidade? Eu falei "considerar", discutir o tema abertamente, sem hipocrisias ou puritanismos que não têm resolvido a educação. Esta talvez fosse uma alternativa que acabaria com o desinteresse em sala, porque só estaria ali quem realmente quisesse. Agora, é claro que isso seria algo para os níveis mais altos, em que - teoricamente - os jovens já se dominam e dominam seus pais. Aliás, alguns pais adoram atrapalhar o processo de ensino-aprendizagem quando, por exemplo, viajam nas sextas-feiras para passear levando consigo os filhos que perdem a aula daquele dia. Ou seja, nem mesmo para os pais as escolas parecem ter importância. 

Tudo gira em torno de se dar liberdade e autonomia para aprender àqueles que estão realmente imbuídos de buscar na escola a base para seu futuro. Em boa porcentagem dos casos de alunos indisciplinados, já no ensino médio, não há volta. É falha da educação familiar? Pode ser. Da educação escolar, dos professores? Também. Falha do sistema público? Claramente. Ninguém vai negar isso. Mas o custo-benefício de se tentar salvar um aluno (o que é um sucesso que jamais deve ser preterido) deve ter um limite. E os outros que estão procurando seu crescimento? Precisam de menos atenção? Já estão a salvo? Quem questiona é quem vivencia a realidade, mas não significa que quem faz essa reflexão está acima da verdade. São discussões que devem ser postas à mesa, sem medos, receios e outras coisas mais. A disciplina e o interesse, vejo eu, são aspectos imprescindíveis para que o processo de ensino-aprendizagem surta efeito. Por isso, tantas reflexões e até brigas compradas com alunos desse tipo, ultimamente. Não é nada interessante ser antipatizado por seus seguidores estudantis, portanto se aconteceu é porque via-se como necessário.

Uma última coisa para esclarecer: meu discurso não representa - jamais - uma possível desistência ou reclamação pelo que faço. Isso seria injusto com os "30 alunos interessados", que - matematicamente - correspondem a aproximadamente 85%. Pelo contrário, ao levantar essas questões tão temidas por alguns, estou mostrando que jamais abdicarei do meu "dom" em defesa dos alunos interessados em melhorar seu padrão cultural, em conquistar o mercado com qualidade e em serem críticos. Sejamos realistas e práticos. A competitividade do mundo atual não dá brechas a esperar por quem não escolheu o estudo como a via para crescer. Estamos numa época em que tudo está claro: ou se faz o próprio caminho ou se perde. Não há mais inocentes a respeito disso. O professor precisa - nesse caso - abrir os olhos de seus alunos, esclarecendo que, sem a participação deles, nada disso acontecerá. E isso é feito diariamente pelos bons profissionais, nos quais me incluo sem nenhum constrangimento pela falta de modéstia. Mas isso não garante a conquista de "5" pessoas que - como já falei - não visualizam os estudos como prioridade. E desafio QUALQUER UM a mostrar o contrário, de forma prática, porque falar eu também sei. E olha que eu falo muito...mas FAÇO também.

28 de set. de 2013




O cuidado que devemos ter, enquanto professores, é que jamais poderemos deixar de prestigiar os alunos comprometidos com os estudos; numa sala com 35 alunos, os 5 desinteressados - sob hipótese alguma, a meu ver - poderão inviabilizar o interesse dos 30 restantes. Se costumamos afirmar que "a vontade da maioria normalmente vence", em alguns ambientes escolares isso não se tem tornado realidade. 

Como profissional, entendo que, além de serem maioria, os 30 alunos restantes estão ali para aprender, ou seja, são quantidade e qualidade, já que é a esse fim que a escola se destina. O que foge disso, para mim, é distorção.

23 de set. de 2013

PROPOSTA DE REDAÇÃO N.º 06 - CENTRAL DE CURSOS - APLICAÇÃO EM 23.09.2013


MAIORIA não significa necessariamente RAZÃO

Cassildo Souza

Por que será que nós tendemos a acompanhar a maioria, convictos de que ela está sempre correta? Será que o fato de um número maior apoiar determinada ideia ou opinião corresponde ao fato de estarem com a razão? E o que é a razão, nesse contexto? É um posicionamento embasado, alheio ao que pensam os demais, ou seria filha dessa mesma maioria e, portanto, influenciada decisivamente por ela?

O fato é que estar convicto é uma tarefa muito complexa de ser atingida. Às vezes, por mais que tenhamos consciência de certas ações, parecemos esperar um aval dos "50% mais um" que em muitos casos nem têm conhecimento aprofundado sobre aquilo que está sendo julgado. Somos levados, na maior parte de nosso cotidiano, a avaliarmos coisas e pessoas por causa do índice de aceitação. Dá impressão que os números valem mais do que ideias, ações e pessoas.

Já tivemos várias confirmações do contrário. Exemplos não faltam de eventos cuja maioria foi declarada equivocada. Uma situação bastante comum em relação a isso são as eleições brasileiras. Ganha quem a maioria escolhe, certo? Nem sempre. O mais adequado seria dizer "Ganha aquele em que a maioria vota", o que não significa dizer que se votou porque se escolheu. Há muitos aspectos envolvidos num processo eleitoral que, dadas as circunstâncias, podem interferir na decisão final do eleitor, o qual - como temos observado - geralmente tem-se enganado. Então, ponto negativo para a premissa segundo a qual "A maioria sempre vence".

Outro aspecto a se comentar é que a "maioria" têm seus interesses e, por causa deles, pode cometer erros, já que a decisão pode ser adequada momentaneamente, mas no futuro trará consequências desagradáveis. Nesse caso, essa tal "maior parte" não estaria convicta de sua decisão e, desse modo, não teria elementos concretos suficientes para alcançar a verdade defendida. Faria apenas aquilo que a beneficiasse por certo tempo, na doce ilusão de estar tomando uma decisão razoável.

Sempre fui desconfiado dessas posturas que valorizam o "mais" o "maior", o "melhor". Aliás, duvido muito que isso tenha um fundamento efetivo. Não se pode julgar um ato como correto apenas porque aplaudiram, bem como não se deve desprezar uma ideia simplesmente por não lhe darem importância. Hoje em dia, mais do que antes, vive-se um momento das "falsas maiorias", já que em vários momentos as massas são ludibriadas, os públicos são comprados e a legitimidade não apresenta genuinidade.

Maioria não significa necessariamente razão. Até pode servir de referência, nos regimes democráticos, para se atender à vontade (mesmo que momentânea e sem referência) de um grupo, mas a convicção e a eficácia das decisões não precisam ser exatamente defendidas por todos. Explicam-se pelo embasamento dos motivos que levaram a determinada tomada de posição. E embasamento quase nunca tem a maioridade como pré-requisito.

21 de set. de 2013

POR QUE A CONVIVÊNCIA É TÃO DIFÍCIL






Cassildo Souza

Toda relação perfeita é mentirosa e toda convivência é dolorosa na sua construção, pois no meio  do caminho muitos acontecimentos parecem tornar inviável a concretização dos elos.  Dividir experiências é, de fato, um desafio que - em tempos ditos modernos - tornou-se ainda mais complexo. Os egos inflados têm habilidosamente se destacado na tentativa de minar as relações.

Por mais que se tente contrariar a lógica dos relacionamentos, existe um elemento central que interfere decisivamente no andamento desses processos: o orgulho humano. Este ingrediente é letal: começa devagar, mas aumenta silenciosa e rapidamente até alcançar níveis intoleráveis para quem deseja compartilhar um vínculo afetivo. Não se admitir um erro, não aceitar uma bronca que, no final, pode ser benéfica, repreender na hora errada, julgando-se o dono da razão, sempre provocará tumulto entre os envolvidos.

São eventos próprios da natureza humana. Decorrem da proximidade natural existente entre seres que convivem, às vezes, diariamente: um pai e um filho, dois irmãos, um professor e um aluno, colegas num mesmo ambiente de trabalho. Não deveria ser assim, mas o tal orgulho acaba confirmando que temos muito ainda a aprender. Nós, que nos consideramos tão espertos, somos dominados de um sentimento que nem sempre faz bem, especialmente quando o assume o significado mais próximo de egoísmo.

Precisamos nos despir desses elementos que só nos fazem mal. Uma convivência desgastada só corre o risco de acabar de vez com uma relação de qualquer natureza. Não somos seres isolados, nem podemos achar que a nossa espécie sobreviveria se assim fôssemos. Um bom começo para que as relações humanas sejam duradouras é admitir que somos truculentos, às vezes; intransigentes quase sempre; egocêntricos constantemente. O resto são ajustes simples que qualquer conversa poderá resolver. E a resposta ao título do texto também se tornará mais fácil de ser formulada. 

8 de set. de 2013

EETB - ALGUNS MOMENTOS DO DESFILE CÍVICO DA INDEPENDÊNCIA / 2013

Foi uma tarde-noite muito especial, especialmente pelo entendimento dos alunos sobre o que seria aquele momento. A consciência cidadã, dos problemas do Brasil, de como e a quem reivindicar avanços. A escola toda está de parabéns, desde os funcionários aos alunos; da equipe de apoio à equipe pedagógica; da direção aos professores. Mas os reais protagonistas são eles, os estudantes, por tudo que fizeram, pela dedicação e pelo empenho.

Confiram as fotos:




























7 de set. de 2013

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O ENEM / 2013

Não esqueçamos: 49 dias e 10 minutos para o ENEM / 2013. 7 semanas cravadas para o primeiro dia de prova.



INDEPENDÊNCIA


Que tenhamos independência sempre: nas ações, nos discursos e, principalmente, nas atitudes. Que nossas concepções estejam alinhadas ao que fazemos no dia-a-dia. Uma nação torna-se independente quando seus cidadãos decidem militar por um grupo e não apenas pensando individualmente. Não adianta pensar mudanças sem que estas comecem de nós mesmos.

Poderíamos iniciar essa independência concreta, sendo independentes no voto, alheios a quaisquer outros critérios que não sejam honestidade, correção e caráter.

Neste 7 de Setembro, ainda não podemos comemorar essa tal independência, mas a data pode - se quisermos - representar um marco do início da virada.