A Bandeira do Brasil é uma das mais belas do mundo - se é que existe outra mais bonita. Contrasta, inevitavelmente, com as mazelas de "nossa Pátria", cada vez mais devastada pelos descasos, pelas paixões ideológicas e pela falta de rumo. Não considero sermos INDEPENDENTES; considero estarmos há séculos num período de transição que nunca se consolida para essa independência.
Infelizmente, muitos aspectos contribuem para essa transição "eterna". Os representantes indicados pelo povo (equivocadamente, na maioria das vezes) no geral não tem sido competentes e honestos, reproduzindo vícios desde a época colonial, influenciando negativamente parte da população, a qual também costuma agir quase sempre pensando em benefício próprio. O tal do círculo vicioso da corrupção, da vantagem, da falta de ética e do individualismo.
Acabar com isso é quase impossível; amenizar, porém, não é tão difícil de acontecer. Não seria, pois o que vemos ultimamente são grupos que defendem suas bandeiras negando os defeitos de seus representantes, alienados por certas figuras endeusadas (em todos os polos), numa peleja que mais lembra briga de torcidas, a fim de afirmarem seus "ideais" e negar o contrário. Uma verdadeira disputa predominantemente virtual. As redes sociais - inicialmente propostas para difusão de ideias, conhecimento e até diversão - viraram campo de batalha em que o embasamento é arbitrário, ignorante, fascista.
Tais fatos explicam parte do que vivemos agora. Um país manchado internacionalmente (mais do que sempre foi), com suas mazelas estampadas nos jornais impressos ou virtuais do mundo; uma crise política, econômica, social sem fim; pessoas brigando para decidir quem roubou menos ou roubou mais, como se o grau do delito os isentasse; uma nação cujo povo encontra-se perdido, a exemplo da classe política, chegando a parecer que estamos prestes a ouvir o grito "Independência ou Morte" mais uma vez; porque o primeiro parece não ter vingado.
O texto é mórbido, realista, sem alegorias. Mas isso não significa que não devemos cumprir nosso papel de cidadão, de patriota (não o patriota do marketing, das redes sociais). Antes do sonho e da utopia - necessários para a sobrevivência da nossa esperança - precisamos ter ciência de que o cenário não é favorável e continuará a não sê-lo por algum período, até que comecemos a fazer melhor nossas escolhas, esquecermos apadrinhamentos, privilégios e individualismo. A independência de uma nação começa pela independência do indivíduo, que não precisa ser capacho de nenhuma ideologia, nenhum político ou nenhuma corrente partidária.
7 de Setembro. Que a independência simbólica um dia venha a se configurar Independência plena.