5 de ago. de 2015

O PROFESSOR E A BUSCA PELO EQUILÍBRIO



O professor e a busca pelo equilíbrio

Ser professor é estar, antes de tudo, habituado às mudanças bruscas de expectativas. Um dia tudo dá certo, no outro o mundo cai. E então aquele ser ora está entusiasmado, ora está frustrado, guiado pelos acontecimentos que não obedecem a uma sequência lógica. Viver isso é mais do que comum em nossa profissão. Linearidade não existe.

Não é fácil encontrar o equilíbrio, o ponto que norteie com segurança absoluta as ações que se vão desenvolver ao longo de um dia de trabalho. E isso não significa que não haja critérios, que não se projete com clareza o que se quer. Trabalha-se para públicos muito diversificados, ainda que se insiram num grupo maior com certa padronização. As respostas nem sempre vêm de modo semelhante para os mesmos níveis. Questões que intrigam até mesmo quem já tem certa “bagagem” na área.

O fato é que – enquanto professores – somos cobrados a agir como se fôssemos máquinas infalíveis, que conseguem prever com uma precisão espetacular os eventos que ocorrerão daqui a um segundo ou daqui a meses. Essa cobrança vem de todos: da sociedade, dos alunos, mas principalmente de nós mesmos. Sabemos que infalibilidade não existe, ao mesmo tempo em que – malsucedidamente – insistimos em tentar ser perfeitos, sem equívocos. Estamos na “corda-bamba” o tempo todo.

Ser professor resume-se a esse vai e vem diário, a esse interminável processo de cair e levantar. Ser criticado hoje pelo que se elogiou ontem, ser elogiado quando não se merece e, apesar disso, tudo ter critério mais ou menos definido. E, assim, seguem as aulas, planejadas e imprevisíveis (doce contradição), seguem as inquietações, seguem as exigências dos outros sobre nós, as nossas exigências sobre os outros (os alunos). Assim segue a vida; vida que segue.  Até a próxima surpresa.



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