O professor e a busca pelo equilíbrio
Ser professor
é estar, antes de tudo, habituado às mudanças bruscas de expectativas. Um dia
tudo dá certo, no outro o mundo cai. E então aquele ser ora está entusiasmado,
ora está frustrado, guiado pelos acontecimentos que não obedecem a uma
sequência lógica. Viver isso é mais do que comum em nossa profissão. Linearidade
não existe.
Não é fácil
encontrar o equilíbrio, o ponto que norteie com segurança absoluta as ações que
se vão desenvolver ao longo de um dia de trabalho. E isso não significa que não
haja critérios, que não se projete com clareza o que se quer. Trabalha-se para
públicos muito diversificados, ainda que se insiram num grupo maior com certa
padronização. As respostas nem sempre vêm de modo semelhante para os mesmos
níveis. Questões que intrigam até mesmo quem já tem certa “bagagem” na área.
O fato é que –
enquanto professores – somos cobrados a agir como se fôssemos máquinas
infalíveis, que conseguem prever com uma precisão espetacular os eventos que
ocorrerão daqui a um segundo ou daqui a meses. Essa cobrança vem de todos: da
sociedade, dos alunos, mas principalmente de nós mesmos. Sabemos que
infalibilidade não existe, ao mesmo tempo em que – malsucedidamente –
insistimos em tentar ser perfeitos, sem equívocos. Estamos na “corda-bamba” o
tempo todo.
Ser professor
resume-se a esse vai e vem diário, a esse interminável processo de cair e
levantar. Ser criticado hoje pelo que se elogiou ontem, ser elogiado quando não
se merece e, apesar disso, tudo ter critério mais ou menos definido. E, assim,
seguem as aulas, planejadas e imprevisíveis (doce contradição), seguem as
inquietações, seguem as exigências dos outros sobre nós, as nossas exigências
sobre os outros (os alunos). Assim segue a vida; vida que segue. Até a próxima surpresa.
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