31 de dez. de 2015

2016: COMECEMOS POR NÓS!


Seguindo as tradições - sem entanto constituir dogma - desejo que o ciclo a se iniciar seja bem mais leve para a maioria. Para a maioria, porque entendo que nem todos consideraram totalmente ruim o período anterior. As realidades são distintas a cada ser. Individualmente considero "15" um dos melhores de minha vida pessoal e profissional; pensando coletivamente, eu devo concordar que muita coisa negativa ocorreu. Muitas das quais por nossa própria culpa. Refletir é, também, assumir os erros.
Não podemos desvincular de nossas ações o sucesso de uma temporada; vivemos culpando os outros, creditando fracassos a terceiros; se um projeto não foi bem-sucedido, se um empreendimento deu errado, "foi culpa da crise"; crise é, aliás, uma palavra mágica que tem se tornado clichê para responder de imediato aquilo para o qual não temos a resposta sólida. A crise financeira não é sozinha responsável pelos desmandos do Brasil e do mundo. Ele é cruel, é verdade. Mas há crises moral, institucional e familiar no decorrer de nossa história. Há crise nos valores: ser honesto virou ingenuidade. Esses problemas juntos é que acabam por resultar na avalanche a que temos assistido diariamente, em especial em nosso país. São, de fato, crises. E crises de múltiplas facetas.
Se queremos falar de boas novas, de projetos bem-sucedidos, de realizações pessoais e profissionais, comecemos de nós mesmos. Não precisamos do discurso para fazê-lo. Desejar Feliz Natal ou Feliz Ano Novo tornou-se quase uma expressão do tipo "bom dia", "está quente aqui", "tudo bem?", despretensiosas, quando não se tem assunto para abordar. É preciso, muto mais do que desejos em vão, que atitudes existam. Ações que nos signifiquem e nos dignifiquem por estarem devidamente associadas ao que falamos ou escrevemos, onde quer que estejamos.
Desejo menos hipocrisia; menos violência; menos corrupção. Então digamos: "desejo que eu seja menos hipócrita, menos violento, menos corrupto; desejo que eu me afaste cada vez mais do egoísmo, da inveja e da falsidade; desejo que eu me mantenha firme em minhas convicções, desde que elas não prejudiquem terceiros; desejo que eu seja menos egocêntrico, mais tolerante; que eu seja cada vez mais consciente de minhas limitações; desejo também que eu tenha autoestima, consciência de meu valor; desejo, enfim, que eu esteja sempre a caminho de me tornar mais humano". O discurso em primeira pessoa favorecerá - de fato - as mudanças necessárias.
Não sendo assim, o "Feliz Ano Novo", "Bom Ano", "Feliz 2016" e expressões correlatas continuarão a constituir dogmas dos quais a humanidade já não mais precisa. E assim, a tradição será renovada por puro capricho, não nos trazendo absolutamente nada de evolução para o mundo.
Que em 2016 sejamos os primeiros a assumir nossos erros.
Grande Ano a todos.

30 de dez. de 2015

"FELIZ NATAL", "FELIZ ANO NOVO"

"Feliz Natal" e "Feliz Ano Novo", em boa parte das ocasiões, são saudações individualistas, visto que os que a proferem geralmente estão em situação favorável, com ceias caríssimas e que até se desperdiçam às vezes. É um "Feliz Natal" para quem o diz e não um desejo para o outro, que muitas vezes está mal, sem perspectivas e não recebe nenhuma ajuda daqueles que lhes desejam boas festas. Se o espírito de Natal, segundo os que mais o defendem, é a coletividade, essa propagação tem sido muito pouco praticada.

E SE O CALENDÁRIO MUDASSE?

E se o calendário mudasse, como já várias vezes ocorreu no decorrer da história? Então o término do ano mudaria também. Isso nos faz refletir que tudo é abstrato em relação a essa época. Ficamos adiando para o próximo período de 12 meses coisas que poderiam ser realizadas no momento presente. "O ano que termina", "Tomara que acabe logo", "Foi o melhor da minha vida". Tudo isso é relativo porque depende das convenções temporais a que estamos submetidos.
Por outro lado, são coisas que alimentam a humanidade; de certo modo, são dogmas. Eles existem e ponto final. Se não devemos nos escravizar a eles, também não podemos ser tão "rabugentos" a ponto de criticarmos aqueles que os seguem. As críticas também têm limite e a autocrítica pode tomar seu lugar de vez em quando.
Costumamos apontar como falhas aquilo que não gostamos de fazer, como se fôssemos donos da verdade. Cada um sabe como vive e, isso sim, representa um caminho para a tolerância e para o respeito às pessoas.
Que venha 2016; mas que venha, a qualquer tempo, a reflexão e a autoanálise. Ninguém é perfeito, principalmente aquele que só fala na primeira pessoa do singular.
Vida que segue.

VOTOS PARA 2016?

Quer fazer votos para 2016? Comece por você mesmo, deixando o pedantismo de lado, não sendo omisso quando puder ajudar, nem tirando vantagem de quem já nada tem.