17 de mar. de 2016

DIFERENÇAS ENTRE VÊ/VER, CRÊ/CRER, DÁ/DAR, LÊ/LER, ESTÁ/ESTAR



Na língua portuguesa existe uma dúvida muito grande em relação a quando usar adequadamente as formas verbais acentuadas em oposição às formas de infinitivo de alguns verbos, quando estes apresentam semelhança gráfica e fonética. Por exemplo, qual seria a ocasião correta para se usar VÊ e VER? Em que situações um e outro devem ser empregados?

As formas VER, CRER, LER, DAR e ESTAR constituem INFINITIVOS VERBAIS (terminações verbais, como AR, ER e IR) e, quando conjugadas na terceira pessoa do singular, perdem o "R", devendo ser acentuadas. Logo, o verbo CRER tornar-se-á CRÊ na conjugação; o verbo VER tornar-se-á VÊ e, assim, por diante.

O povo brasileiro crê pouco nas autoridades públicas. (certo)
O povo brasileiro não crer nas autoridades públicas. (errado)
A atenção que o professor dá a seus alunos é fundamental. (certo)
A atenção que o professor dar a seus alunos é fundamental. (errado)

Notemos que usar, nesses casos, o verbo no infinitivo seria alguma coisa estranha, como observamos na comparação seguinte:

Antônio faz com que os processos sejam agilizados.  = O professor  atenção aos alunos.

Antônio fazer com que os processos sejam utilizados. = O professor dar atenção aos alunos.

O infinitivo, no entanto, funcionará como verbo principal no caso de locução verbal (mais de um verbo valendo como um só), como no esquema abaixo:

O professor pode dar atenção a seus alunos de forma mais eficiente. (certo)
O professor pode  atenção a seus alunos de forma mais eficiente. (errado)

Na comparação,

O professor pode fazer tudo mais corretamente = O professor pode dar atenção a seus alunos.
O professor pode faz tudo mais corretamente = O professor pode  atenção a seus alunos.

Então, para resumir, as formas verbais com "R" vistas aqui são infinitivas e serão utilizadas nas locuções verbais, como verbo principal; as formas verbais acentuadas serão utilizadas de forma simples, como verbo flexionado na oração.

Havendo dúvidas, postem comentários. Responderemos assim que possível.

Grande abraço,


Professor Cassildo Souza.

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