Busco, implacavelmente, saciar sua sede,
mas a porção d'água não é suficiente.
Busco matar sua fome,
mas a comida não satisfaz a sua alma sedenta.
Busco compartilhar sentimentos,
mas a omissão legitima a covardia.
Busco nas lúcidas verdades os motivos para lutar,
mas o pensamento divaga nas ondas da ilusão.
Busco suavizar as dúvidas,
mas o mistério é o instrumento de volúpia.
Busco na esperança o remédio para amenizar a ânsia
mas a consolação é o lenitivo das incertezas.
Busco o oásis no deserto árido,
mas a expectativa ofusca o poder da alucinação.
Busco contemplar os desejos vívidos e soberanos,
mas o grito se perde no infinito.
Busco mitigar as adversidades,
mas a intolerância sufoca o apêlo.
Busco abrandar o ímpeto,
mas a vaidade permea a escuridão dos impulsos.
Busco na humildade o segredo para o desafio da convivência,
mas a opulência mancha o espírito coletivo.
Busco a paz, o entendimento,
mas sou remetido ao martírio eterno.
2 comentários:
Bela poesia!
Rosário.
Gostei dessa poesia... singela, harmoniosa! Perfeita!
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