20 de fev. de 2009

CLAREIRAS INDOMÁVEIS (Cassildo)

As clareiras que ficaram
São espaços obscuros
Eu já nem sei o que é certo ou errado
Presente, passado ou futuro.

Os sentimentos que acabaram
Me deixaram pelo escuro
Os tempos todos dessa vida viajaram
Fiquei aqui, me chocando nesse muro.

Se os dias não querem mais passar
As noites acompanham o seu ritmo
Tenho, muito, tentado me controlar
Procurando encontrar um viver legítimo.

As coisas acontecem quando é tempo
Preciso mesmo é esperar a hora certa
Segundos que caminham iguais aos anos
Ver se tenho como achar uma porta aberta.

As virtudes nem sempre são tão precisas
Os defeitos quase sempre são perdoados
O anormal propõe ações indecisas
Mas eu prefiro o oposto, o menos esperado.

Talvez por isso é que tudo seja árduo
E eu me sinta mais pesado, mais intruso
O único errado, o que não é unânime
Que se expressa de um modo bem confuso.

Mas, o meu mundo interno é secreto
Nem sempre aparento o que tenho em mim
Lamentos passam, tudo passa, a vida passa
Tenho muito o que fazer antes do fim.

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