O que fazer quando, às nove e meia da noite, num trecho onde as linhas de celular não têm conexão, um ônibus quebra? E, ainda, quando se sabe que o próximo veículo deverá passar por ali - lotado - apenas 2 horas e meia depois?
Vindo da aula de Santa Cruz, passei por essa situação apenas a segunda vez em cinco anos. Tenho muito mais sorte do que outros que constantemente veem o ônibus quebrar e comprometer toda uma programação. Saímos da Rodoviária às 8h55 e, exatamente na metade do caminho, constatou-se um problema na barra de direção. Ainda bem que isso foi depois de termos subido a Serra do Doutor, exatamente em frente ao Restaurante da Serra. O cobrador, de carona numa carreta, foi até à cidade de Santa Cruz, para manter contato com Currais Novos e pedir novo veículo.
Por volta das 23h20, chegou o outro carro e as bagagens tiveram de ser transferidas. Seguimos a prolongada viagem e estávamos em Currais Novos às 23h48. Aliás, "eu" estava, porque a maioria das pessoas tinha destino a Caicó, para os festejos do carnaval. De novo, eu tive mais sorte do que eles, que atrasaram em muito uma viagem que já era longa.
Fico pensando como pode uma empresa tão tradicional está às ruínas. E o pior, o Estado nada faz para mudar a situação. Permanece inerte ao descumprimento das obrigações e ao desrespeito com o contribuinte que, além de pagar seus impostos normalmente, paga, ao entrar num veículo, aquelas taxas mais específicas referentes ao transporte urbano. Nada contra a empresa, que deve agir como suas condições permitem. Não culpo os funcionários, nem mesmo os proprietários, apesar de entender que deve prestar serviço quem pode corresponder às expectativas.
Em meio a tantos discursos, nenhuma autoridades ouvi referir-se ao péssimo estado em que nosso sistema de transporte se encontra. E olha que vamos sediar uma copa do mundo. Será?
Fui dormir tarde, mas pelo menos cheguei a meu destino.
Cassildo.
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