Respeito muito as crenças e até mesmo as crendices. Não as julgaria mesmo sem acreditar na maioria delas, posto que cada pessoa tem seus conceitos e – desse modo – considero-os inatingíveis. Mas, a respeito da “sexta-feira 13”, acho que ela não passa de uma metáfora, e muito bem representativa, por sinal, de cenas de terror que possam ocorrer no cotidiano de milhões de pessoas.
A sexta-feira 13 já foi dia 11 de setembro de 2001. Tenho convicção de que nenhum número 13 foi mais terrível – para os mortos e seus familiares – do que o número 11 daquele mês n.º 09 do ano que iniciava o terceiro milênio. O mundo parou para vivenciar cenas inimagináveis, num complexo de verdadeiro horror para todos os envolvidos. A sexta-feira daquela semana caiu num dia 14, três dias após a tragédia.
Houve uma sexta-feira 13 no dia 1º de maio de 1994. O Brasil perdia talvez aquele que se tornaria seu maior ídolo postumamente – Ayrton Senna. Para o brasileiro em geral, aquela data ficou marcada, especialmente por se tratar do Dia do Trabalhador, tão historicamente massacrado em nosso país. A data 13 de maio cairia justamente numa sexta-feira, 12 dias após a catástrofe.
A duas maiores das “sextas-feiras 13”, em meu entender, ocorreram em 1945. Nos dias 06 e 09 de agosto (segunda e quinta-feira, respectivamente), as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram impiedosamente bombardeadas e destruídas, levando ao terror as suas centenas de milhares de habitantes. Essa prova cabal da crueldade humana nunca foi superada por maior que tenham sido outros dias 13 que caíram em sextas-feiras.
Todos os dias, tragédias ocorrem; guerras acontecem, catástrofes naturais nos surpreendem. Elas não caem – necessariamente – num dia 13 de uma sexta-feira, elas estão aí por todos os lados, todos os lugares, todas as horas. Considerar que a sexta-feira 13 é sinônimo de má sorte é, por si só, garantir que todos os outros dias serão de paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário