15 de jan. de 2012

Os meios de comunicação de massa e a falta de pensamento crítico no Brasil

Cassildo Gomes Rodrigues de Souza

Definitivamente, há algumas coisas do mundo "moderno" que não me atraem. Os modismos que nos querem inculcar são múltiplos. São várias as estratégias para - no sentido prático do verbo - alienar o maior número de cidadãos possível. Os meios de comunicação de massa fazem parte dessas metodologias, e os seus adeptos só têm crescido a passos largos.

Em primeiro lugar, perdemos muito espaço discutindo coisas que não contribuem para a formação crítica do cidadão; por que não usamos o precioso tempo debatendo temas que incluam a educação, a disciplina e o respeito, aspectos tão ausentes na sociedade? Damos importância a temas que só engrandecem aqueles que nada executam em benefício de um povo consciente e politizado, mas que apenas desejam promover-se às nossas custas.

Para disfarçar o sentido real das coisas, falam que os brasileiros são criativos; o interessante são os pontos avaliados: O BBB, a exposição sexual e as piadas debochando da escola, que freqüentemente somos obrigados a presenciar nos diversos programas de entretenimento. Artistas em geral são aplaudidos quando - na televisão - falam que foram maus alunos. Com tantos exemplos dessa estirpe, ainda querem que sejamos desenvolvidos, contudo não é esta a criatividade da qual precisamos.

Nós vivemos endeusando os "reality shows" e as lutas do UFC: a febre é tão grande que até quem não lhes assistem, como o caso deste humilde ser que ora escreve, não tem alternativa de ficar imune às notícias do gênero. Ainda que afirmem ser a internet uma forma democrática, basta-nos abrir qualquer site, que as manchetes estarão lá, perseguindo-nos. Depois, reclamamos quando nossas crianças e nossos adolescentes não demonstram comportamento exemplar.

Não sou psicólogo, não sou psiquiatra, não sou sociólogo, nem tampouco filósofo. Sou apenas uma pessoa que, tendo a função de educador (antes de professor, é preciso ser educador), preocupa-se com o futuro da sociedade; além do mais, pretendo ser pai um dia e não gostaria de ver meus filhos direcionados apenas a entretenimento; ele é importante, sim, todos precisamos nos descontrair; mas também precisamos nos instruir, nos moldar, nos educar. Sermos críticos não é pecado, é, ao contrário, extremamente necessário.

Tais programas até podem ser úteis em determinados momentos da correria do cotidiano, mas deverão ser encarados como acessórios, nunca como principais. Talvez esteja aí o problema, na inversão de valores numa escala de 180º, fazendo do Brasil um país em que a falta de pensamento crítico constitui uma grande incoerência em tempos que nos configuram como a sexta economia mundial. Se economicamente estamos bem, a economia do pensamento transgressor também se faz uma dura e preocupante realidade.

Um comentário:

Theo G. Alves disse...

é... esse negócio de massa pra mim é nhoque.