Que a tecnologia nos oferece uma gama de opções para a prática educacional, não existem dúvidas. Hoje, professores e profissionais da educação em geral que não se ajustaram a essa conjuntura sofrem na pele os efeitos da desatualização. Mas, como limitar o uso dessas ferramentas em sala de aula, pelo aluno que as utiliza de forma deliberada? É constante a preocupação dos docentes em relação aos prejuízos que o mau uso desses aparelhos pode causar à aprendizagem.
Embora, na maioria das escolas, o uso de celulares, MPs, smart phones e similares seja restrito, ainda assim é comum no meio de uma explicação ouvirmos toques, alertas de mensagens ou simplesmente observarmos alunos com fones de ouvido comprometendo totalmente a sua concentração. Significa mais trabalho para os professores pois, na visão de tais alunos, é como se aula não fosse prioridade concorrendo com equipamentos moderníssimos. Além disso, a interrupção constante inviabiliza o processo de ensino-aprendizagem.
Alguém dirá: o professor, então, use tais dispositivos em sala, a fim de tornar mais úteis esses aparelhos e ao mesmo tempo aproximar-se da linguagem do aluno. Muito válida a sugestão, no entanto nem todas as aulas estarão, necessariamente, relacionadas ao emprego dessas tecnologias. É preciso compreender que há metologias adequadas para cada situação. O fato de essa linguagem ser dominada pelo discente não pode servir de justificativa para o exagero, nem pode alimentar ações que não se coadunam com o ambiente escolar. Inúmeras vezes quem utiliza esses mecanismos na escola não está interessado em adquirir conhecimento, mas em se divertir, bater papo, passar o tempo. E é isso que deve ser evitado.
Entendo que as escolas, através de suas equipes pedagógicas, devam promover debates mais aprofundados sobre o tema. É preciso existir uma conscientização tanto para os docentes quanto para os alunos, já que simplesmente restringir o uso - impondo limites sem a clara justificativa - não seja suficiente para sanar a questão, como de fato não tem sido. Cumpre-nos cuidar para que uma opção de modernização e inovação do ensino não acabe tornando-se um entrave e o inviabilize, ação contrária ao que todos nós, educadores e cidadãos, queremos.