Há certas coisas que as palavras não têm que traduzir, não precisam definir. São elementos acima de nossa compreensão e, por isso mesmo, não se faz viável ficar procurando sinônimos, conceitos, comparações. São únicos, inimitáveis, irreproduzíveis e insubstituíveis. A mãe estaria no topo de tais elementos, por se enquadrar - mais do que os outros - na explicação anterior. Nada é mais peculiar e indescritível do que ela.
Casado há quase um ano e meio, nunca me esquecerei de sua companhia, na qual vivi durante 32 anos ininterruptos. Algumas vezes sonho que ainda estou lá na casa dela, como se nunca houvesse saído. Coisas de uma pessoa saudosista em tudo, mas para quem, no caso específico de minha mãe, tal saudosismo se acentua. Há, entre mim e ela, uma ligação ela inatingível, inabalável, indelével. Levo seus ensinamentos para sempre e para onde vou.
Se hoje posso desempenhar com prazer, com compromisso e com obstinação tudo aquilo que faço, foi porque minha mãe - em grande escala - permitiu isso. Possinbilitou-me crescer, estudar, trabalhar, num ambiente que não era favorável e que nem assim a impediu de buscar a dignidade para seus filhos. Ensinou-me a não me apoderar das coisas alheias; a não desrespeitar as pessoas; a conquistar com os próprios méritos; a não me curvar diante das mediocridades nem das adversidades; ensinou-me a ser gente. E gente do bem.
Somos a representação de nossas mães, somos criaturas, quando elas criadoras. Somos o reflexo, quando elas a concretização. Somos o resultado, quando elas o processo. Somos a realização, quando elas a concepção. Somos o que somos, quando elas a existência.
Obrigado, minha mãe!
Cassildo.
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