29 de jul. de 2013

O USO DOS ADVÉRBIOS NA PRODUÇÃO TEXTUAL



Os advérbios - palavras invariáveis - servem para reforçar o sentido do verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio. Nunca serão empregados gratuitamente. Atente para os exemplos, considerando que todos os vocábulos destacados são advérbios:


Eles chegaram aqui RECENTEMENTE.

Eles chegaram aqui LENTAMENTE. 

Eles chegaram aqui TOTALMENTE cansados.

Perceba que, no primeiro período, a palavra destacada reforça a forma verbal "chegaram", indicando QUANDO a ação aconteceu. Na segunda oração, o termo destacado também reforça a forma "chegaram", mas dessa vez indicando o MODO como a ação acontecera. No terceiro caso, a palavra destacada não mais incide sobre o verbo, mas sobre o adjetivo "cansados", dando ideia de intensidade. 
Ou seja, os advérbios têm uma importância crucial no sentido que se deseja empregar nos períodos. Devem ser utilizados com muito cuidado.



O USO DOS INDEFINIDOS NA PRODUÇÃO TEXTUAL


Cuidado com o uso dos pronomes indefinidos, na produção textual. A troca de um deles poderá gerar muitas mudanças semânticas. Atente para os exemplos:

Eu sei que, no Brasil, ALGUNS cidadãos são desonestos.
Eu sei que, no Brasil, MUITOS cidadãos são desonestos.

Eu sei que, no Brasil, TODOS os cidadãos são desonestos.

Parece óbvio, mas costumamos não observar esses detalhes, ao compormos um texto.


28 de jul. de 2013

OS CIDADÃOS TAMBÉM SÃO RESPONSÁVEIS PELA IMAGEM DE SUA NAÇÃO



Cassildo Souza

                                                  
Nos últimos tempos, tenho me desiludido de vez com o país, entendendo que este é formado de pessoas – não necessariamente bem intencionadas – as quais vêm contribuindo para que não achemos muita coisa de interessante por aqui. Tenho refletido bastante sobre o que pode ser bom aqui no Brasil. A eterna imagem do carnaval e do futebol como aspectos simbólicos de afirmação já não cola há algum tempo. Em outras instâncias essenciais ao desenvolvimento de uma nação, será que temos grandes exemplos de retidão? Temos pessoas que querem qualificar-se, educar-se, melhorar? Temos políticos sérios? Temos meios de comunicação isentos? Essas questões me perseguem ultimamente.

Começo respondendo à própria pergunta reflexiva do segmento anterior: temos, sim, alguns exemplos de retidão, temos pessoas que querem qualificar-se, educar-se, melhorar; se existem políticos sérios e meios de comunicação isentos, no mínimo percentual que seja, já tenho minhas dúvidas. O fato é que, mesmo admitindo que nem tudo está perdido, o que sobra de negativo tende a ser muito mais avassalador do que as raras exceções de conduta idônea que vamos observando ao longo dos tempos. Infelizmente, tais posturas duvidosas vêm não somente das autoridades políticas, mas de cidadãos comuns, de profissionais do serviço público e dos meios de comunicação. Envergonhamo-nos pela nossa reputação internacional, e ao mesmo tempo não contribuímos para que ela seja positiva.

Costumamos cobrar as mudanças de cima para baixo: o governo e o parlamento, em nossa concepção, devem ser exemplares – premissa com a qual concordo plenamente, mas ponderando que não somente esses níveis devem primar pela correção. Parece existir uma teoria segundo a qual se quem está no poder representativo age com honestidade, tudo se resolve. Sabemos que isso passa longe de ser verdadeiro. Não podemos individualizar as práticas. Temos que exigir, sim, honestidade dos políticos que nos representam, porque se estão lá, é para fazer valer o poder que lhes concedemos, além do mais recebem seus vencimentos do nosso bolso. No entanto, também não estamos – enquanto povo – livres de procedermos de mesma forma, para legitimarmos as nossas reivindicações. É contraditório dizermos que corrupção é crime, se ao fazermos uma transação comercial levamos vantagem sobre o nosso parceiro, de forma consciente.

Outros fatos me intrigam nesses questionamentos. Por que alguns grandes empresários, sonegadores de impostos e exploradores da mão de obra de milhares de trabalhadores, são geralmente esquecidos nas reivindicações por mudança? E os meios de comunicação, por que são eximidos dessa ética que tanto nos falta, para que sejamos uma nação no mínimo justa? Não podemos deixar de focar aqueles que nos representam pelo voto, mas também não podemos achar que os outros segmentos podem agir da forma que bem entenderem. É certo que, conforme presumimos, tudo é uma cadeia em que muitas vezes tais segmentos se entrelaçam com base num objetivo desonestamente comum. Os interesses pessoais são alimentados por trocas de favores que envolvem políticos, funcionários públicos, grandes redes de comunicação, grandes empresários de diversos setores. 

Não há mudança sem conscientização, mas ela precisa iniciar da consciência tranqüila, não apenas por puritanismo, mas porque todos são beneficiados quando todos se ajudam. Muitas vezes os louros chegam a ser até mais interessantes do que as migalhas que certos atos ilícitos proporcionam. Sabemos que, na rede de corrupção, também impera a lei do mais forte. Uma minoria fica com a parte do leão, e a minoria não passa de cobaias, pensando sempre nas “facilidades”, no descumprimento a uma obrigação, num resultado que além de irrisório contribui para um atraso grande no desenvolvimento. Atraso que começa pela nossa imagem diante dos outros países, pelas chacotas que fazem do Brasil quando se analisam nossa educação, saúde e segurança, especialmente. Somos responsáveis pela imagem do país onde vivemos e antes de sairmos às ruas para protestarmos – ato também garantido pelo Estado Democrático de Direito – pensemos nessas complexas questões.

27 de jul. de 2013

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS

6. Qual a estratégia mais eficiente para se melhorar em redação?




É quase pretensão dizer que alguém já esgotou as dúvidas em redação. Trata-se de um processo contínuo, em que a leitura é um fator preponderante. Mas essa leitura precisa ser acompanhada de uma prática e deve ser realizada com consciência, pois o mau leitor dificilmente conseguirá ser um bom redator. Tudo precisa começar na escola, desde os primeiros anos de estudo.

26 de jul. de 2013

PARÁGRAFOS ARGUMENTATIVOS - CONSTRUINDO DUPLA ABORDAGEM - TEMA 01

Nesta seção, abordaremos alguns temas polêmicos, sempre construindo um parágrafo A FAVOR e outro CONTRA a respeito da proposta de produção textual, no intuito de orientar a abordagem de alunos do ensino médio para a redação do ENEM / 2013, seja qual for o seu posicionamento.

UNIÃO CIVIL HOMOSSEXUAL

A favor


Todo cidadão - não importando-lhe suas peculiaridades - tem o direito de constituir família  e união legalmente. Se aos casais heterossexuais a Constituição assegura tal benefício, e se todos os cidadãos são iguais diante da Lei, nada é mais justo do que o reconhecimento a essa união. O reconhecimento oficial ajusta-se aos preceitos do século XXI, indicando um avanço da sociedade e, portanto, ocorre de modo oportuno, demonstrando que os preconceitos, aos poucos, estão acabando. No fim, todos acabam ganhando.

Contra

Compreender a prática homossexual - ou, mesmo não compreendendo, respeitar - indica tolerância esperada em toda sociedade dita evoluída. Entretanto, é razoável entender que o Brasil, no presente momento, ainda não está amadurecido suficientemente para uma mudança tão complexa, a qual ainda precisaria ser melhor debatida em todos os níveis e segmentos sociais.  É preciso respeitar os homossexuais, assim como todo e qualquer ser humano, mas não necessariamente apoiar a oficialização da união homoafetiva, que - como se sabe - envolve outros aspectos, especialmente a adoção de crianças. 


25 de jul. de 2013

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS

5. Que construções devem ser evitadas no desenvolvimento do texto?






Um dos aspectos avaliados pelos vestibulares é a originalidade do texto. Portanto, devem-se evitar expressões já conhecidas como “Desde os primórdios da humanidade”, “venho por meio desta”, “portanto, concluímos que”. Lembre-se de que o texto é seu e, logo, as palavras devem ser suas.

23 de jul. de 2013

DOMINGUINHOS - O MÚSICO SE FOI


Infelizmente, Dominguinhos se foi. O cara que melhor difundiu a herança deixada por Luiz Gonzaga. Um músico que honrou demais a cultura nordestina, que fez parcerias memoráveis, especialmente com Nando Cordel. E o pior, daqui a alguns dias, ninguém falará mais nele, a não ser as gravadoras que lançarão, a  partir de agora, coletâneas póstumas.

#Lutonoforró

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS



4. Qual a importância do título nas redações de vestibular?


No caso do ENEM, historicamente a falta do título no texto não interfere na avaliação. Se o vestibular exigir o título, o candidato deve atribuí-lo, pois, nesse caso, a banca considera-o importante para a estrutura do texto. Não se deve confundir TEMA com TÍTULO: enquanto aquele diz respeito, grosso modo, ao assunto, este é atribuído pelo aluno e funciona como um tipo de manchete para o que será tratado.

22 de jul. de 2013

Só há uma forma de exercitar a escrita...

...escrevendo!

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS

3. Quantos parágrafos deve conter um texto de natureza dissertativa?



A maioria dos alunos acha que um texto de cunho dissertativo só deve ter três parágrafos, o que não está totalmente correto. Pode conter a partir de três, compondo a estrutura INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Se considerarmos que o desenvolvimento poderá apresentar mais de um parágrafo, esse número total varia. Tudo depende da maneira como o candidato organiza suas idéias.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS

2. Que temas provavelmente cairão na redação do ENEM 2013 e vestibulares 2014?



A variedade de temas é muito grande. Algumas universidades tendem a preferir determinados assuntos, mas existe interligação entre todas as abordagens possíveis. Geralmente, os que interessam à sociedade são os preferidos pelas bancas, incluindo-se a do ENEM. O importante é estar informado sobre tudo e preparado para o texto, seja qual for o tema escolhido. A FUVEST, por exemplo, escolhe temáticas bastante abstratas, como o consumismo. Já publicamos aqui, recentemente, todos os temas cobrados na redação do ENEM de 1998 a 2012.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEXTOS ARGUMENTATIVOS

1. O que é um texto argumentativo?



Esse tipo de texto tem como base principal a opinião expressa através de argumentos. Os gêneros dessa natureza são os preferidos dos vestibulares. Compreende a DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA (que é uma abordagem mais geral), o ARTIGO DE OPINIÃO e A CARTA ARGUMENTATIVA. Desde 1998, a sequência escolhida pelo ENEM é a DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA EM PROSA (ou TEXTO ARGUMENTATIVO, ou, ainda, TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO).

16 de jul. de 2013

PROCESSO DE SELEÇÃO PARA ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA - UFRN - 2014

A UFRN acaba de divulgar Edital destinado ao processo de ensino superior a distância para 2014. Para o Campus de Currais Novos, serão oferecidos 9 cursos: Administração Pública, Letras - Português, Pedagogia, Química, Física, Matemática, Ciências Biológicas e, como novidade para 2014, História e Geografia. Serão 60 questões objetivas (10 de cada uma das disciplinas Matemática, Química, Física, Biologia, História e Geografia) mais uma redação de cunho dissertativo-argumentativo (carta argumentativa ou artigo de opinião). As inscrições ocorrem de 15.07 a 06.08.2013 pelo valor R$ 30,00. 

As informações detalhadas estão contidas no Edital, pelo link: http://www.comperve.ufrn.br/conteudo/psdistancia/20141/documentos/EditalEAD2014.pdf.

14 de jul. de 2013

Quanto vale a simplicidade?



Quarta-feira, 10 de julho, 17h40. O telefone familiar toca para um convite não tão familiar. O meu compadre Erleilson Herly me chamava para uma caminhada, algo que nunca tinha feito com ele na vida. Já jogamos bola juntos, trabalhamos na mesma instituição há mais de três anos, frequentamos a casa um do outro regularmente, sou padrinho do filho dele. Entretanto nós, parceiros de tantas atividades, nunca antes saíramos para caminhar. Fomos normalmente, realizar algo muito comum do dia a dia das pessoas.

No trajeto de uma cidade já morna pelo final de expediente, começamos a comentar o saudosismo que alguns pontos nos traziam. A sede da SEMOSU (antiga FIAT), a antiga DISVESE, o Mini Center Jovilla e outras localizações por onde trilhávamos pareciam reconstruir um tempo infanto-juvenil que nos remete muitas dificuldades, mas muitas alegrias também. Uma sensação inexplicável, mas necessária às vezes, que até nos trouxe bem-estar naquela noitinha. Um sentimento estranho que tende a nos conduzir para uma época de menos compromissos (e comprometimentos), de menos responsabilidades, de colegas da escola, até de pessoas que já se foram. Como seria bom permanecer nessa dimensão por uns 3 anos! Não tínhamos quase nada e no entanto tínhamos tudo o que o ser humano precisa: vida.

Considerando essa pequena "regressão", comecei a lembrar do tempo em que nós dois iniciamos a trajetória profissional em Santa Cruz, especialmente entre a sexta e o sábado da segunda metade de 2005, na casa de José Erivan e Maria Irene C Santos. Aquelas noites em que nos acompanhavam especialmente os discos de Lulu Santos (De Leve, uma coletânea de 1996) e Kid Abelha (Meio Desligado, um acústico de 1994). Coisas simples naquela época, reeditadas agora como uma singular caminhada por uma cidade nada diferente para nós (e mesmo assim, muito mudada). Os dois momentos têm em comum, em 2005 ou 2013, o fato de exercermos um pouco mais a nossa condição humana, de sairmos dos paradigmas, das convenções exigidas por um mundo predador, de fugirmos a tanta sofisticação que nos impõem. Momentos distintos, mas parecidos em suas essências de simplicidade.

Aquela tarde-noite me fez rediscutir comigo mesmo o valor das coisas que deixamos de lado, aos poucos, e que vão se acumulando pela cegueira que nos querem empurrar sobre os olhos. Conquistamos muitas coisas nesses 8 anos referidos, é verdade. Mas isso não é tudo. No cotidiano, deixamos de sentar com os nossos amigos e rir das besteiras que eles contam; deixamos de brincar nos intervalos que temos disponíveis, para discutirmos coisas sérias; deixamo-nos levar demais pelas aparências, pela padronização digna das linhas de produção. Todos indo para o mesmo canto, gritando as mesmas idiotices e esquecendo-se do que realmente nos humaniza: a simplicidade; esteja ela presente nas lembranças de prédios antigos ou nas melodias que alguma vez nos tocaram no início de uma trajetória, é isto que nos torna gente. De repente, até deixamos em segundo plano (temporariamente) os benefícios de uma caminhada - importante para o corpo - por eventos essenciais ao nosso espírito.