Cassildo Souza
O governo concede cotas para alunos das escolas públicas que desejam ingressar no ensino superior, hoje quase todos através ENEM. Isso não é novidade, nem deve ser encarado com indignação, especialmente quanto às cotas sociais. Mas, ao incluir os Institutos Federais nessa política, acaba havendo - em meu entender - um desequilíbrio, posto que há uma distância gigantesca entre os alunos dos IFs e aqueles oriundos de outras esferas. E não tem havido - aí, sim, um grande problema - investimentos concretos para diminuir tal hiato.
Ainda que a proposta dos IFs seja priorizar a qualificação profissional, como os alunos em questão são teoricamente os melhores (foram muitíssimo bem selecionados), acabam se sobressaindo na prova do Exame Nacional, deixando para trás a concorrência de outros alunos de escolas estaduais e municipais e - em muitos casos - até de instituições privadas, o que também não pode ser desconsiderado. E se, além de tudo isso, eles podem recorrer à política de cotas, a vantagem acaba sendo ainda maior, contrariando a mesma ideia do governo de propiciar o acesso à educação superior de qualidade de forma equânime.
Vejo aí, nessa análise rápida e superficial (o assunto é complexo e deve ser aprofundado), um desequilíbrio na disputa por vagas, já que a maioria dos alunos oriundos de escolas públicas estaduais e municipais, que com as cotas tenderiam a aproximar suas notas, acabam sendo "engolidos" pela diferença que os separa dos alunos matriculados nos Institutos Federais. Evidentemente, alguns alunos "federais" - tendo essa possibilidade - valem-se desse incentivo e suas chances de entrar em boas universidades acaba se alargando. Ressalto que o mérito deles deve ser reconhecido, no entanto.
Ainda que a proposta dos IFs seja priorizar a qualificação profissional, como os alunos em questão são teoricamente os melhores (foram muitíssimo bem selecionados), acabam se sobressaindo na prova do Exame Nacional, deixando para trás a concorrência de outros alunos de escolas estaduais e municipais e - em muitos casos - até de instituições privadas, o que também não pode ser desconsiderado. E se, além de tudo isso, eles podem recorrer à política de cotas, a vantagem acaba sendo ainda maior, contrariando a mesma ideia do governo de propiciar o acesso à educação superior de qualidade de forma equânime.
Vejo aí, nessa análise rápida e superficial (o assunto é complexo e deve ser aprofundado), um desequilíbrio na disputa por vagas, já que a maioria dos alunos oriundos de escolas públicas estaduais e municipais, que com as cotas tenderiam a aproximar suas notas, acabam sendo "engolidos" pela diferença que os separa dos alunos matriculados nos Institutos Federais. Evidentemente, alguns alunos "federais" - tendo essa possibilidade - valem-se desse incentivo e suas chances de entrar em boas universidades acaba se alargando. Ressalto que o mérito deles deve ser reconhecido, no entanto.
Entendo ser um momento de transição, este que estamos passando, por isso não quero fazer críticas infundadas. Pode ser que isso se aperfeiçoe (e o processo não é instantâneo) com o tempo, mas defendo que só ocorrerá concretamente esse aperfeiçoamento, caso o país invista seriamente nos níveis básicos, a fim de possibilitar essa tão pregada e pouco vista IGUALDADE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário