13 de jul. de 2014

ADEUS, "COPA DAS COPAS"!


Os brasileiros, em situação normal, costumam lembrar de Copas do Mundo em que a nossa seleção tenha sido campeã ou - casos raros, como em 1978 e 1982 - tenha ficado na memória pelos resultados e performance, ainda que não conquistasse o título. O sentimento depois do campeonato de 2014, pelo menos para mim, é diferente. A "Copa das Copas", termo usado dubiamente, dependendo da intenção, já deixa saudade. Foi um sucesso dentro e fora do campo. Foi inesquecível e superou expectativas.

Pessoas, antes do início do evento, contestaram-no alegando que os recursos aplicados deixariam de ser investidos em áreas sociais importantes para o desenvolvimento do país, como educação de qualidade, transporte, infraestrutura urbana, segurança pública, habitação. É racional ouvir e concordar com tais posicionamentos. Mas acredito ser uma discussão mais ampla e para outra oportunidade. A Copa, como evento esportivo em si, pelos jogos emocionantes, de qualidade e equilibrados, foi insuperável; a realização do evento, a condução de tudo que o rodeia também superou as expectativas. Como brasileiro, estou menos envergonhado do que pensei que estaria, semanas antes do início.

Não raro ouvimos relatos de jogadores estrangeiros elogiando a receptividade de nosso povo, a estrutura dos estádios e a segurança geral. Sabemos que nada pode ser perfeito, ainda mais aqui. Mas a sensação de que o país realizou bem um grande evento é alentador, embora não possa servir para esconder inúmeros e crônicos problemas que enfrentamos e que travam nosso desenvolvimento. Mostrou-se que é possível fazer as coisas sem passar vexame (basta o placar de 7 x 1 que tomamos dos alemães) e isso mostra um caminho para os Jogos Olímpicos de 2016, que estão a nossa porta.

Sentirei falta dos jogos às 13h, 16h e 19h. Da expectativa com alguns amigos para ver um evento dessa magnitude em nosso país, com estádios cheios e público diferente. Sentirei falta das "trolladas" nas redes sociais, das discussões sobre os fatos dos jogos, sobre a qualidade da Seleção Brasileira e tudo mais. Não presenciei nenhum jogo, mas ter visto pela TV cerca de 50 partidas, na maioria interessantes, é algo de que não me esquecerei jamais. 

Nessas horas, não estou preocupado com racionalidade. Estou, sim, sentindo-me orgulhoso pelo que vi nesses últimos 32 dias. Isso não me impedirá de continuar um ser crítico acerca da nação brasileira.

Adeus, "Copa das Copas". Podemos, sim, fazer algo com qualidade.

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