7 de set. de 2015

INDEPENDÊNCIA?


Independência.

Palavrinha complexa e abrangente. Independência ideológica? Independência política? Independência econômica? Com todo o fanatismo existente e propagado nas redes sociais, é possível se falar em independência?

Somos mais dependentes do que possa supor nossa demagogia. Somos subordinados a dogmas que nos escravizam o tempo todo, fazendo-nos marionetes de um sistema cujos polos políticos não nos dizem a que vieram; e o pior, somos por convicção. Minha afirmação é incoerente (ser DEPENDENTE por CONVICÇÃO)? Muito mais incoerente é nossa postura de reclamar que as coisas não vão bem, quando isso se dá - em grande medida - pela nossa mediocridade e paixão sem limites.

Se procuramos tanto uma solução para problemas que historicamente afligem o país, não podemos desconsiderar que tais problemas serão sanados satisfatoriamente apenas quando conquistarmos as independências. Quando sustentarmos nossas posições sem as interferências diárias dos amigos, parentes e patrões; quando soubermos dizer "não!" a certos vigaristas travestidos de representantes do povo sem nenhum remorso; quando o Hino Nacional não se restringir a um ato isolado nos eventos esportivos internacionais; quando o debate político deixar de ser peleja partidária e virá uma discussão que precede o bem comum.

Se queremos independência, teremos que ser mais maduros: valorizando mais a educação (enquanto sociedade) e menos as baladas (não é que não possamos ser felizes, mas não podemos festejar eternamente sem razão); não tendo constrangimento em cobrar das autoridades o que elas nos devem. Seremos independentes quando movimentos de protestos não se confundirem com atos de vandalismo; quando tivermos discernimento a respeito das manipulações midiáticas que sofremos; seremos, enfim, independentes quando soubermos o que realmente queremos para o nosso país, numa consciência coletiva e não individual.

Sem isso, em minha visão clichê, a marcha de hoje e de sempre em nada nos representará.

Cassildo Souza

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