Em nossa trajetória de vida e profissional, pessoas surgem, pessoas vão, pessoas nos decepcionam, pessoas nos orgulham. E o que devemos fazer é simplesmente tirar o melhor delas, sem nenhum rancor. Há algumas para quem nem é preciso fazer isso, porque dispõem de uma autenticidade tão grande que nos vale a pena lembrar delas. Heraldo Lisboa dos Santos é um desses personagens. Tendo trabalhado quatro anos em sua companhia, na SEMEC, aprendi a admirá-lo logo nas primeiras semanas: responsável como ninguém; exigente como poucos; amigo raro em todas as horas; e colega incomum. Mesmo nas horas de estresse ele se via imbuído a criar situações engraçadas, tornando aquilo que poderia ser uma contenda numa descontração propícia aos momentos de tensão.
Coisas que aprendi de Heraldo são bastantes. Mas as expressões por ele criadas fazem qualquer um reconhecê-lo como um exímio analista das situações do dia-a-dia. Certo dia, sugeri-lhe que criasse o Dicionário "Heraldês", traduzindo para aqueles que, infelizmente, ainda desconhecessem sua obra que a apreciasse sem moderação. Como foi bom aquele tempo, como na verdade também tem sido bom o que vivo hoje. Há muita gente boa ainda neste mundo, é só sabermos procurar. Heraldo é um exemplo de correção incontestável e, para homenageá-lo, deixo registrados alguns vernáculos de sua autoria, no dia em que, coincidentemente, o encontrei após algum tempo sem vê-lo:
RIGOLETO CATACUMBA
MONTE SINAI COREANO
BANGOLA PERGOLADO
CRIATURA RADICULAR
DOR NA ESPÍSTOLA
TACIMA CHAPECÓ
FIGURA PIGNORATÍCIA DO DESDÉM
FIGURA SESQUISPASSASQUINADA
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