Mais de 500 mortos na região serrana do Rio de Janeiro. Entre eles, bombeiros, homens encarregados de salvar vidas e devolver esperanças. Temporal sem medidas, atingindo especialmente aquelas áreas impróprias para a instalação de moradias, fato que serve de argumento a autoridades poucos comprometidas com sua população.
Em outra dimensão, mas não tão longe dali, uma festa digna da chegada de grandes craques (embora o futebol não esteja tão em alta assim). Ronaldinho Gaúcho provocou tumulto, catarse ou seja lá o que for, atraindo a seu centro uma legião de repórteres, torcedores, curiosos e até rivais para comemorar a contratação para o rubro-negro mais famoso do mundo. Gávea foi o palco desse acontecimento, no qual Patrícia Amorim parecia mais a homenageada do que a anfitriã, posando para todas as fotografias.
Brasil, um país de extremos. De um lado, a dificuldade enorme para angariar recursos de iniciativa privada destinados a investimento em estádios e melhorias visando à Copa do Mundo de 2014. Em outra instância, a facilidade com que empresas de toda a parte se interessam em trazer de volta grandes nomes do futebol brasileiro decadentes na Europa, com salários milionários que jamais voltariam a perceber no Velho Continente pela fase enfrentada.
Voltando aos extremos. Mesmo sabendo que o Estado do Rio de Janeiro seria atingido por fortes chuvas de "moderadas a fortes", as providências não foram tomadas a tempo. Uma ação mais efetiva para os representantes das regiões afetadas é culpar as pessoas por se instalarem em áreas de risco, como se - no geral - a escolha fosse delas. Salvo algumas exceções, as pessoas que constroem casas ali, o fazem por falta de opção, já que não existe planejamento urbano, nem política de habitação, nem nada.
Do mesmo modo, acontece com o futebol. Tudo é feito em prol de um pequeno grupo interessado em ganhar dinheiro com a desgraça alheia. Enquanto muitos ficam na "rua da amargura", os monopolizadores aparecem com seus carrões, mansões, charutos importados, entre outros acessórios. Sejam no meio político, seja no meio futebolístico. O paradoxo em ambas as instâncias é evidente.
Esse hiato nunca foi favorável ao Brasil. Tais episódios - que, apenas aparentemente, se opõem entre si - ilustram nossa história. A falta de planejamento do espaço urbano, da segurança, das praças esportivas não compromete somente os eventos esportivos mais expressivos do mundo que serão realizados em 2014 e 2016. Se uma tragédia dessas acontecesse durante tais competições, o que haveria? Pessoas do mundo estarão aqui, e a vergonha não passará despercebida caso fatos de tal natureza voltem a repetir-se.
O Rio de Janeiro não poderá continuar bastardo, porque o olhar mais crítico para esse ponto geográfico do Brasil tenderá a trazer junto uma atenção maior também a lugares menos favorecidos, que assim como o estado fluminense, vivem de contrastes ruins, aqueles que traumatizam para uma vida inteira.
Em outra dimensão, mas não tão longe dali, uma festa digna da chegada de grandes craques (embora o futebol não esteja tão em alta assim). Ronaldinho Gaúcho provocou tumulto, catarse ou seja lá o que for, atraindo a seu centro uma legião de repórteres, torcedores, curiosos e até rivais para comemorar a contratação para o rubro-negro mais famoso do mundo. Gávea foi o palco desse acontecimento, no qual Patrícia Amorim parecia mais a homenageada do que a anfitriã, posando para todas as fotografias.
Brasil, um país de extremos. De um lado, a dificuldade enorme para angariar recursos de iniciativa privada destinados a investimento em estádios e melhorias visando à Copa do Mundo de 2014. Em outra instância, a facilidade com que empresas de toda a parte se interessam em trazer de volta grandes nomes do futebol brasileiro decadentes na Europa, com salários milionários que jamais voltariam a perceber no Velho Continente pela fase enfrentada.
Voltando aos extremos. Mesmo sabendo que o Estado do Rio de Janeiro seria atingido por fortes chuvas de "moderadas a fortes", as providências não foram tomadas a tempo. Uma ação mais efetiva para os representantes das regiões afetadas é culpar as pessoas por se instalarem em áreas de risco, como se - no geral - a escolha fosse delas. Salvo algumas exceções, as pessoas que constroem casas ali, o fazem por falta de opção, já que não existe planejamento urbano, nem política de habitação, nem nada.
Do mesmo modo, acontece com o futebol. Tudo é feito em prol de um pequeno grupo interessado em ganhar dinheiro com a desgraça alheia. Enquanto muitos ficam na "rua da amargura", os monopolizadores aparecem com seus carrões, mansões, charutos importados, entre outros acessórios. Sejam no meio político, seja no meio futebolístico. O paradoxo em ambas as instâncias é evidente.
Esse hiato nunca foi favorável ao Brasil. Tais episódios - que, apenas aparentemente, se opõem entre si - ilustram nossa história. A falta de planejamento do espaço urbano, da segurança, das praças esportivas não compromete somente os eventos esportivos mais expressivos do mundo que serão realizados em 2014 e 2016. Se uma tragédia dessas acontecesse durante tais competições, o que haveria? Pessoas do mundo estarão aqui, e a vergonha não passará despercebida caso fatos de tal natureza voltem a repetir-se.
O Rio de Janeiro não poderá continuar bastardo, porque o olhar mais crítico para esse ponto geográfico do Brasil tenderá a trazer junto uma atenção maior também a lugares menos favorecidos, que assim como o estado fluminense, vivem de contrastes ruins, aqueles que traumatizam para uma vida inteira.
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