11 de abr. de 2012

OUSADOS É QUE PASSARÃO NO VESTIBULAR


                                                                                                                                         Cassildo Souza

Já ouvi muito e já afirmei também: "o nível do vestibular caiu demais". Coisas que dizemos, às vezes, no impulso de exigir sempre o máximo de nossos alunos. É bem verdade que o nível de estudantes que ingressam universidade tem caído de uns anos para cá, porque essa equação quantidade x qualidade é universal e atemporal. Quanto mais gente, maior possibilidade existe de a qualidade se perder. No entanto, ainda que questionemos o conhecimento dos que conseguem tal "proeza", uma coisa não podemos negar: o aluno ousado apresenta sempre maiores possibilidades de sucesso nesses processos seletivos. 

E o que é ser ousado? É estudar o dia e a noite inteira, sem comer, beber, ver televisão, acessar internet, conversar com os amigos? É "devorar" os livros, tornar-se verdadeiro nerd, a fim de acumular conhecimentos a serem requeridos no processo seletivo? Isso até pode ajudar, mas não constitui - e os profissionais da educação podem atestar - o centro de uma boa preparação. Aliás, da forma como vêm sendo os exames dessa natureza, a "preparação" ao vestibular se afina com toda a trajetória do aluno; seu nível de leitura, de compreensão, aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos em sala, mas também aquelas informações que teoricamente a escola não abordaria, hoje em dia fazem bastante diferença na resolução dos problemas propostos, inclusive no ENEM. O aluno ousado tem essa percepção e faz o uso devido desse aparato na ocasião da prova.

E o aluno certinho, aquele que anota tudo, mas não diz uma palavra em sala de aula, não pergunta para não ser apontado, ou por vergonha ou por medo de errar? Este também é candidato forte à aprovação?  Nem sempre. Abordar as dúvidas com consciência e compartilhá-las no ambiente da aula é crucial para que conteúdos que ainda provoquem receios sejam fixados e imaginados em situação prática. Só estudar a matéria teórica, sem fazer correlações ou não associando as informações, a fim de recuperar informações trabalhadas no ensino básico, é insuficiente. Em qualquer que seja a disciplina, o candidato precisa ter noção de intextualidade, que se converte na ponte entre dois textos diferentes e que tratam do mesmo assunto. Isso fica mais evidente, quando ele procura debater temas, discutir polêmicas ou conhecimentos indefinidos, iniciando tais fóruns em sala de aula. Ser certinho até ajuda, mas ser inquieto e participativo decide. 

Da mesma forma que um relacionamento conjugal não pode durar apenas por existir amor, porque demanda também compreensão, bom senso, prudência, o aluno não será vitorioso somente porque acumulou conhecimentos; o desafio do vestibular exige essa inquietação para aglutinar as informações de todas as áreas, tornando vivas as teorias apreendidas; saber o que é o PRETÉRITO-MAIS-PERFEITO não significa identificar o sufixo "ra" ao final dos verbos (fizera, estivera, falara), isso está obsoleto faz muito tempo. Mas quando se sabe que isso corresponde a uma ação passada anterior à outra, também no passado, o aprendizado terá suplantado a simples memorização. Então, acrescenta-se ao conhecimento puro outros ingredientes que o tornarão útil e aplicável ao cotidiano, que deve ser a finalidade de todo e qualquer exame para entrada à universidade. Isso é ousar. E alunos ousados é que passarão no vestibular!

Um comentário:

Anônimo disse...

oí meu nome é raylene adorei o seu blog me ajudou muito parabéns vc é um homem muito inteligente e culto.seu blog não tem a intenção de vender e sim compartilhar conhecimento o mundo precisa de mais pessoas como vc.que se doa em prol de outras,perdoe-me os erros. mas nao é sobre isso q eu quero falar daqui a uma semana farei um concurso que esta pedindo uma redação em prosa disertativa argumentativa pode me ajudar? por favor.desde já agradeço.