15 de set. de 2012

NA VISÃO DOS JOVENS ATUAIS, A ESCOLA CONTINUA REALMENTE NECESSÁRIA?


Temos presenciado há algum tempo discussões sobre os ajustes da instituição escolar aos anseios da juventude atual. Em parte, a premissa está correta, já que os contextos mudam a cada era. No entanto, é preciso discutir se a escola precisa ou mesmo tem a obrigação de ser um espaço destinado exclusivamente a atender aos interesses da clientela estudantil, independentemente de quais sejam. Se assim o for, não sei se sua existência é mais necessária.

Evidentemente, a escola não pode viver na "era analógica", não deve ficar datada, tem de ajustar-se à contemporaneidade. Isso jamais deve ser negado. Por outro lado, não é salutar distorcer tais princípios sob a justificativa de servir ao aluno fora dos objetivos a que essa mesma escola se destina. A educação escolar, sabemos, é a sistematização do conhecimento, e nem sempre a clientela, pelas peculiaridades de sua faixa etária, está propensa a apreendê-lo. Por isso nem tudo pode ser cedido pela escola, por uma razão de adequar o que será transmitido às finalidades previstas a uma instituição educacional.

De repente, estamos caminhando para o que eu chamaria de "loucura" ou "absurdo": o fim das escolas, pelos menos no modelo em que é concebida atualmente. Se os jovens atuais, em grande parte, não veem sentido em estudar, "alimentados" por suas famílias, que já não conseguem acompanhá-los, isso não significa necessariamente que a escola deva moldar-se a suas pretensões, mas é o que se defende cotidianamente, como se o grande problema da educação fosse eternamente a escola e os profissionais que lá atuam. Em todas as análises sobre problemas, especialmente a evasão escolar, aponta-se para a falta de atrativo nos bancos escolares. Ora, se os adolescentes não encontram motivo para irem à escola, isso não quer dizer que o problema seja de quem a compõe. Tal público tem frequentado as aulas sem captarem os temas que lá são debatidos, como se quisessem apenas "oficializar" uma formação, para tentar ou o mercado de trabalho ou o ensino superior, mesmo sem a preparação devida, apenas para atender um requisito social. Isso é um fato e precisa ser levado em conta.

Da maneira como as coisas se apresentam - e como infelizmente querem alguns "estudiosos da educação" - a escola não se sustentará. É improvável e inconcebível que consideremos a adaptação total para atender a interesses pessoais ou desinteresse da maioria do público estudantil, que não vê mais importância não só na escola mas em outros segmentos. Meu temor é que, num processo lento, os bancos escolares estejam condenados ao fim, como já observamos no número de matriculados a cada ano, especialmente no ensino médio. Nossos jovens, municiados por teóricos, pela mídia de massa e principalmente pela falta de acompanhamento dos pais, não percebem mais a força do saber sistematizado e tem uma voz muito ativa nesse sentido.

Um comentário:

Anônimo disse...

CHOQUEI!...