9 de nov. de 2013




A falta de atitude do mundo moderno nos atrasa

Tenho sido pouco tolerante – mais ultimamente do que em qualquer outra época – sobre a falta de atitude que o mundo atravessa, embora os discursos vagos se propaguem por todas as partes, em todas as tribos.  “Vagos” porque, desacompanhados de ação concreta, nunca servirão a nada. Creio ser este um dos problemas pelos quais não conseguimos nos desenvolver e resolver as principais mazelas de nosso mundo.  

Vivemos uma modernidade atrasada, a despeito da contradição do termo. Pessoas pregam a paz, mas são intolerantes e egoístas quando precisam tomar decisões numa situação embaraçosa. São incapazes de travar um diálogo com aquele a quem passou a considerar desafeto, às vezes por questões banais, pouco importantes. Na hora de abordar o assunto “paz”, todos têm receitas e sugestões miraculosas, mas não movem uma palha para que tal palavra se torne uma atitude real frente aos desentendimentos que os seres humanos cuidam de criar inexplicável e descabidamente. E, ironicamente, muitos deles estão nos templos religiosos, pregando aquilo que não fazem. 

Inúmeras vezes escuto alguém dizer que quer estudar e focar-se num objetivo, como entrar numa faculdade ou ser admitido num emprego público estável. A questão é que a maior parte maior desses indivíduos só discursa e praticamente nada faz para que isso venha a concretizar-se. Acha-se bonito propagar a ideia de foco, de que se está procurando crescer, às vezes até para impressionar o interlocutor. Ocorre – entretanto – que no momento em que é necessário agir, “meter a cara” nos livros, fazer leituras, realizar simulados, tirar dúvidas, debater com colegas que também estão na mesma situação, há sempre uma justificativa para não realizar tais tarefas. 

Ficaríamos horas exemplificando casos que justificam essa tal ausência de ação concreta nas pessoas. Não defenderia a extinção dos discursos motivadores e da sensibilização, os quais são necessários em etapas preliminares à ação. É importante conscientizar, propagar ideias, incentivar. Mas não será suficiente caso – a posteriori – isso não se materialize. Ideias foram feitas para serem materializadas, sob pena de não haver sentido em concebê-las. Encher as redes sociais com trechos de citações, orações ou teorias só se tornará útil com a probabilidade de se provocar a sua execução. Do contrário,  nosso moderno mundo só caminhará para trás e, portanto, continuará atrasado.

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