7 de nov. de 2013


O que seria a felicidade?

Felicidade para mim, independentemente de teorias que têm surgido sobre o tema – as quais respeito, mas não creio se tratar de matéria para comprovações científicas – é especialmente poder estar de pé, movendo-me, trabalhando, ter amigos, ter família, ter objetivos. Mesmo nas dificuldades – amparadas pelas perspectivas de avanços – a felicidade pode estar presente. Diria que ela deve predominar nossas ações, mas dificilmente será uma sensação ou uma condição exclusiva e constante.

 “O dinheiro traz felicidade?” talvez seja a pergunta mais debatida em todos os tempos, às vezes formulada fora de hora, às vezes respondida com base numa situação isolada, sem levar em conta os contextos. Respondendo por minha conta, é claro que o dinheiro traz possibilidades de estar feliz. Não são poucos os aspectos: se você é um pesquisador e pode contar com altos investimentos para aperfeiçoar seu trabalho – isto se faz com dinheiro –, é claro que tal possibilidade o deixará mais feliz; se alguém é acometido por uma doença ou por uma urgência de um tratamento e pode custear os procedimentos, sem depender do precário Estado, é evidente que isso trará momentos mais felizes; quem gosta de artes em geral, como música, teatro, cinema, com dinheiro na mão, tornará sua vida mais agradável, ao ter chances de custear esses serviços. Dinheiro, nesses casos, traria uma felicidade, embora momentânea em certos contextos.

No entanto, o maior equívoco que cometemos talvez seja pensar que “somente pelo dinheiro” encontraremos a felicidade. Há inúmeras outras maneiras de ser feliz (ou ter momentos felizes) que o dinheiro nunca poderá “comprar”: o amor de uma criança, por exemplo, sempre será espontâneo. Até poderemos agradá-la com presentes materiais, mas não haverá reciprocidade no sentimento se ela não quiser. Uma das simples coisas que me deixam felizes, por exemplo, é ter a atenção de alguém sobre aquilo que falo ou que tento propagar. Não há nada mais motivador do que ser ouvido e ter as ideias consideradas, visto que, em não vivermos sozinhos no mundo, é mais do que razoável que esperemos a recíproca de nossos interlocutores para aquilo que disseminamos. Não importa o quê. Ou seja, uma atitude simples, descaradamente simples, é, para mim, um motivo para estar feliz. Apenas um exemplo dentre muitos outros de mesmo nível.


Felicidade varia de pessoa para pessoa. Varia entre situações distintas. Mas ter amigos verdadeiros, num mundo tão egocêntrico (desculpem usar o termo sem referir a pessoas), é mais do que a felicidade. É a glória. Algo improvável. Tais coisas jamais poderão ser fabricadas, alicerçadas artificialmente, ou obtidas apenas por força do saldo bancário de alguém. Se, por um lado, o dinheiro tem as suas vantagens (caso contrário não lutaríamos por melhorias salariais), por outro, é importante saber separar as situações em que ele não é necessariamente uma condição essencial às nossas vidas e, consequentemente, à nossa felicidade, essa eterna busca do ser humano. 

Nenhum comentário: