30 de jul. de 2008

QUARTA-FEIRA, DIA DE CORRERIA

Na quarta-feira é uma rotação só. É dia de viagem à Santa Cruz, para a Unidade da Central de Cursos. Nós, que vivemos nessa correria, somos gratificados com cada aprovação, com cada sucesso obtido pelos nossos alunos. Por isso, fazemos com prazer aquilo que escolhemos e nada pode nos abater, embora problemas existam em qualquer segmento. Queremos ver as pessoas crescerem, conquistarem seus sonhos, como um dia nós assim o fizemos. Por isso, nada para nós é muito cansativo. Meus colegas, como Erleilson, Kleyton e Lucemário são outros exemplos dessa luta e sabem o que estou dizendo.
Portanto, aos meus alunos, digo-lhes: fiquem atentos, não desistam de seus sonhos e, principalmente, contem conosco para, juntos, dividirmos a alegria de ingressar em uma nova fase.

22 de jul. de 2008

CENTENÁRIO DE MACHADO DE ASSIS

Os alunos devem ficar atentos para um tema que poderá ser cobrado na redação do Vestibular / 2009. Este ano se comemora o Centenário da Morte de Machado de Assis (28-09), considerado um dos maiores escritores brasileiros em toda a história.
O escritor é identificado pelo estilo irônico, cético e intimista ao mesmo tempo (chegava a dialogar com os leitores), o que lhe conferiu um caráter muito diverso, por isso é difícil enquadrar suas obras em algum estilo literário, a não ser no estilo Machado de Assis, o qual possuía a habilidade de ver, como ninguém, a realidade nua e crua. Suas obras mais conhecidas, talvez por isso, estão mais relacionadas ao movimento Realista, que se caracterizava exatamente por traduzir fielmente a sociedade da época, diferentemente da idealização que acontecia no Romantismo.

Machado de Assis é o fundador da Cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras, que presidiu por um longo período.

Por ocasião dos 100 anos de sua partida, foi criado um site http://www.machadodeassis.net/, que traz um acervo com a sua biografia, incluindo-se obras e relatos de outros importantes nomes da literatura sobre ele. É interessante visitá-lo, para que se obtenha mais conteúdo a seu respeito.


21 de jul. de 2008

AULÃO EM ACARI - II

Pela segunda vez estivemos em Acari, em nome da Central de Cursos, para um aulão de Língua Portuguesa. Resolvemos algumas questões da UFRN, que são consideradas fortes para o Vestibular deste ano. Mais uma vez, o público presente teve um comportamento excepcional, ficando atento do início ao fim (e olha que foram duas horas de aula). Antes, a psicóloga Ana Suzana estivera realizando uma atividade motivacional com os alunos.
Gostaria de agradecer a Ismael, organizador dos aulões, pela iniciativa que já dura quatro anos. É investindo em iniciativas dessa natureza que conseguiremos transmitir um pouco de cultura e aprendizado àqueles que não dispoem de recursos para bancar um cursinho pré-vestibular.
Não sei se voltaremos a Acari este ano, mas a impressão que ficou foi a melhor possível e todos estão de parabéns.

17 de jul. de 2008

CHARGES

Gênero textual muito peculiar, pela maneira como se apresenta abordando os problemas da sociedade. O autor da charge geralmente escolhe um tema atual para dar o seu ponto de vista sobre determinado assunto. É um texto que exige do leitor conhecimento do contexto sócio-político-econômico e capacidade de enxergar os elementos implícitos, pois nem sempre se apresenta com linguagem verbal. Em muitas ocasiões, lê-se a mensagem pelos recursos visuais existentes.



ANTI-HORÁRIO (Cassildo Souza)

Quantas mini-depressões!
Quanta vontade de sumir
Viajar por entre átomos.
Quais serão nossas missões,
Aqui neste mórbido lugar?
Que imagem apreciar,
Nestes dias de não sei o que fazer?
Os olhos estão abertos
Fechados em suas convenções
Orgulho ferido é arma
É fogo que queima, inflama
Chama e ardor da glória
Não nos interessam mais.
Por que será que tudo virou ponta-cabeça?
Todos estavam, há bem pouco tempo
Dilacerados pelos choques
Dessa dialética louca
Ontem foi,
Hoje é diferente
Amanhã já não se sabe
E estamos aqui, inertes
Bancando heróis sem causa
No silêncio sem razão.

FRAÇÕES (Cassildo)

As pedras estão gritando
Dizendo que não existimos mais
Querem acabar nosso sonho
Estamos num faz-de-conta
Usados a mascarar
Uma situação que não vai demorar

Quem é que vai esperar
Até o nunca mais
Nada vai chegar
Não vamos compreender
A essência do querer
Já passou nosso
Não há mais o que merecer.

Ousamos muito
Subestimamos as situações
Agora é tarde
Somos apenas frações

15 de jul. de 2008

PARABÉNS, AMIGO!

Abro espaço neste meu blog para parabenizar um dos melhores professores de Matemática da nova geração. Tenho o privilégio de ser seu amigo, começamos a batalha de ensinar praticamente juntos, um sempre acompanhando o outro.
Você sabe do carinho que tenho por você, da consideração que existe entre nós. Neste dia 15, só posso desejar mais sucesso do que já tem conquistado. Matenha a humildade, que é uma de suas características marcantes. Saiba que estou sempre à disposição em momentos bons e ruins, pois a vida é muito inconstante e algumas vezes nós temos que refletir, rever conceitos, buscar soluções. As aflições sempre existirão, mas amigos existem para essas ocasiões, não somente para comemorar etapas bem-sucedidas. Você sabe que é um irmão e pode contar comigo sempre que precisar.


Parabéns pelos 26 anos de idade.


Seu amigo,


Cassildo.

Querer e Poder: Querer é Poder?

Pergunto a meus alunos: Vocês querem realmente sentir o "arrepio" de passar no Vestibular? Asseguro-lhes que talvez não exista sensação melhor. Mas é preciso pagar o preço e isso nem tudo mundo está disposto a fazer.
Se nós avaliarmos as histórias de todas as pessoas bem-sucedidas, veremos que a batalha foi difícil para que elas chegassem a um determinado nível. Não será diferente no Vestibular, certamente. Alguns dirão que já houve casos em que, sem estudar, candidatos obtiveram sucesso no exame. Isso é verdade, mas quem se arriscaria a pagar para ver? A estatística desses casos seria insignificante perto daqueles que realmente se comprometem e renunciam alguns meses para atingirem a tranqüilidade e o sonho de serem universitários.
Muitos alunos fazem cursinho pré-vestibular por status. Não sei que status é esse, mas o fenômeno acontece. Outros vão porque são obrigados pelos pais e, assim, no final, aquele grupo de alunos que tem objetivos concretos (infelizmente, a minoria) sempre leva vantagem. No meu entendimento, nada é mais justo.
De forma geral, poderíamos dizer que os alunos de hoje são desestimulados. Pelo país, pelo sistema, pelos colegas. Parece existir um complô permanente a incentivá-los para a mediocridade. Não é mais importante pensar numa profissão estável, pensar em ser bem-sucedido na vida, porque isso "demanda tempo". Tudo tem que ser já, agora, num instante. A era tecnológica trouxe essa ansiedade que contamina a todos. É um paradoxo, pois o conhecimento deve existir exatamente para suplantar essas barreiras.
O aluno que está disposto a encarar um vestibular pela primeira e última vez tem que se manter informado, ciente do que acontece em sua volta; tem que estar constantemente em dúvida, inquieto, querendo saber por que razão determinados aspectos são de uma maneira e por que outros se apresentam de forma diferente; tem que estar centrado na busca de tornar realidade aquilo que ele sonhou um dia.
Vejo, com tristeza, alunos que entram na sala de aula e, antes dos dez minutos, saem. Demonstram uma falta de concentração, de compromisso, de meta. Ainda assim, querem ter resultados positivos, ao final do ano. Mas as coisas não acontecem por acaso. Ou você acha que estudando todo um ano, tirando suas dúvidas com o professor, exercitando as questões mais complexas, terá o mesmo destino daquele aluno sem compromisso, desestimulado, sem objetivos?
O querer e o poder caminham juntos, mas nem sempre o querer é poder, já que nem todo mundo quer de verdade. Dizer "eu quero" só tem sentido quando se sente o querer. Como nem sempre o que se fala é o que se sente, pois temos a capacidade da dissimulação, em alguns casos essas palavras se perdem, levando também à "perdição" milhares de sonhos.
Como professor de pré-vestibular quero que meus alunos sintam o prazer que é alcançar essa meta. Quero que vocês sintam na pele a sensação inconfundível, indescritível, incomparável. Por isso, recomendo refletir esse binômio "querer e poder" não de maneira utópica, mas agindo de forma a torná-lo possível em suas vidas a partir de agora. E, caso precisem de dicas, estarei à disposição através deste espaço que é de vocês. Ou, melhor ainda, pessoalmente, já que sou bastante acessível e tenho maior prazer de incentivá-los.

14 de jul. de 2008

REFUTAÇÃO

Refutar: desmentir, negar, discordar, desqualificar. Enfim, contestar argumentos utilizando-se de idéias opostas àquelas anteriormente discorridas.

EXEMPLO:

Leia o trecho a seguir:

“... cheguei à conclusão de que a sociedade brasileira em seu todo não tem mais solução. É intrinsecamente corrupta e amoral.” Walmor Erwin Belz
(Veja, Seção Cartas, 22-08-2007)

Contestação ou Refutação

Dizer que a sociedade brasileira não tem mais solução é, no mínimo, uma afirmação precipitada e sem fundamento, pois ninguém nasce amoral, muito menos corrupto. Embora o homem seja produto do meio em que convive, a honestidade ou corrupção partem de cada um, de acordo com a consciência individual, e por isso o julgamento deve ser também individual.

Como vimos acima, a refutação carateriza-se por apresentar idéias contrárias a um argumento, com o intuito da negação. Esse tipo de prática acontece muito num júri popular, pois os advogados de acusação e defesa fazem, o tempo todo, o jogo de negar as idéias do outro.

12 de jul. de 2008

CONTRADIÇÕES DE UM MUNDO MODERNO

Por Cassildo Souza

O Brasil e o mundo têm assistido a inúmeros desastres ambientais nos últimos meses. Na verdade, há algum tempo, a saúde da natureza preocupa o Planeta Terra, que depende dela para sobreviver. Vez por outra, são noticiados casos de ondas gigantes, derretimento de geleiras e focos de incêndios nas matas.
O que fazer para conter esses fenômenos inexplicáveis? Ou serão explicáveis? Sim. O homem abandonou o que tem de mais precioso, que são a fauna, a flora, os mananciais, para viver de virtualidades, comprometendo a Terra com os gases poluentes que as indústrias emitem sob o pretexto do progresso. Progredir significa caminhar para frente, avançar, criar meios de sustentação sem agredir o habitat. Isso não está sendo feito atualmente, é uma verdadeira contradição.
Enquanto o homem procura conforto agindo de maneira impensada, a natureza responde e o mundo padece. Não acontecem por acaso, por exemplo, os incêndios nas matas de vários países. Na verdade, o superaquecimento provocado pelo efeito estufa acaba por contribuir para que o equilíbrio ambiental esteja completamente ameaçado, o que, numa espécie de “dominó”, acaba atingindo os seres humanos, ou seja, o efeito colateral é sempre bem maior.
Precisamos mudar a nossa mentalidade enquanto ainda resta esperança. Mas o discurso só passa a ter sentido com a prática efetiva, com a consciência cidadã. Colocar lixo nas ruas é uma coisa que já poderia deixar de acontecer, mas essa mudança precisa partir de nós, com ações concretas e com o pensamento de que no futuro nossos descendentes poderão não sobreviver às bobagens que estamos cometendo agora. Assim, esperamos que, pelo menos, diminua a “ferida” que cresce assustadoramente em nosso ecossistema, pois isso é o que mais se opõe à palavra “progresso”.

10 de jul. de 2008

EU JÁ ZEREI UMA PROVA DE REDAÇÃO

Dezembro de 1998. Após não conseguir isenção para o Vestibular / 99, juntei um dinheiro meu com dez reais que minha tomara emprestado, para fazer a inscrição. Incentivado pelo Professor Simão (meu eterno mestre do Inglês), que já tinha me ajudado a inscrever no Concurso da Prefeitura de Currais Novos (para o qual fui aprovado e onde trabalho até hoje), realizei as provas do Vestibular. Minhas apostas sempre seriam na área de Língua Portuguesa, principalmente na redação, já que escrever e falar sempre se destacaram em mim em relação a outras habilidades.
Pois é, naquele ano de mudanças, com meu primeiro emprego e desejando crescer como ser humano e profissional, lembrando de todas as dificuldades que tive para estudar (sempre em escola pública), eu tomei uma grande decepção.
Meu pai, que sempre desejou ver um filho graduado, não saiu de perto do rádio no dia do resultado. Ficou lá (aliás, rádio o acompanha faz muito tempo), com o coração esperançoso. Algo me dizia que a notícia não seria boa. Quando cheguei em casa, à tarde, ele simplesmente falou: "Não tem importância, no outro ano você passa". Eu não sabia nada ainda, mas aquela afirmação era como se ele dissesse "você não conseguiu... desta vez".
Não ter passado no Vestibular não me abalou tanto quanto a surpresa que tive na retirada do extrato. Estava lá meu argumento final (508), quando o necessário para o Curso de Letras era 472. Eu havia zerado a prova de redação. Repito: eu zerei a prova de redação. E o interessante é que naquela época, havia 5 questões discursivas. Não entendo como zerei todas. Cogitei a possibilidade de uma rasura no caderno de provas. Enfim, chorar o leite derramado não adiantava mais àquela altura.
No ano seguinte, revi alguns conceitos. Passei a estudar com mais dois colegas, já que não tenho muita motivação para fazê-lo sozinho. Estudei bem mais que antes e discuti, debati, orientei, fui orientado...parece que eu tinha mesmo que ser professor. Ali eu já estava exercitando a minha função, da qual me orgulho plenamente.
O dia do resultado foi 18 de janeiro de 2000, exatamente na data em que meu pai aniversariava. Como há ironias no mundo! Foi o melhor presente de aniversário que poderia oferecer-lhe. Ele que um ano antes ficou em frente ao rádio esperando a minha glória, estava naquele momento, tendo a sua glória. Eu estava aprovado em 3º lugar.
O mais irônico disso tudo que, até então, minha experiência em sala de aula fora com Língua Inglesa. E através de um processo que não convém detalhar aqui, hoje encontro-me como Professor de Redação. Eu nunca tive dúvidas de minha aptidão para a Língua Portuguesa. Mas, se eu não tivesse minhas convicções, eu teria desistido, passaria a enxergar diferente, começaria a duvidar de minha capacidade.
Essa "perda" talvez tenha sido o meu maior ganho. Há alunos que estudam o ano todo, pagam cursinho pré-vestibular, renunciam diversões e, no final, se decepcionam. A vida é assim, mas nunca se pode desistir. É o que eu falo para meus alunos sempre. Eu sou um exemplo da recuperação, então, os outros podem passar pela mesma situação. Eu zerei uma prova que deveria ser meu maior trunfo e nem por isso achei que estava enganado. O sistema de vestibular é dessa forma: injusto, imprevisível, devorador. E hoje, trabalho para que os candidatos não cometam erros cruciais, como talvez eu os tenha cometido.
Se hoje trabalho com redação, sou muito grato a Deus por isso. Sei que muitas pessoas não gostam de mim, de meu trabalho, de minha maneira, às vezes até grosseira, de me comportar quando não estão dando a atenção devida à aula. Mas, digo-lhes que tenho o maior orgulho de que vocês sejam aprovados e torço muito por isso. Àquele alunos que têm interesse em melhorar a cada dia na privilegiada tarefa de escrever, ofereço-lhes minha disposição para, em qualquer ocasião, sanar dúvidas, conversar, incentivar. Mas também, sempre estarei à disposição daqueles menos interessados, no intuito de ajudá-los a ingressar na escrita. Essa é minha função. Procurem-me, vocês verão que sou menos chato do que imaginam.
Não desistam. O trabalho, o esforço, a renúncia sempre serão recompensados e estou, principalmente para aqueles que desconfiam de meu trabalho, sempre disposto a mudar para melhor, a receber críticas construtivas e sugestões.

8 de jul. de 2008

MELHORES REDAÇÕES DO PROJETO DE INCENTIVO À LEITURA - MÓDULO V

Publicamos, a seguir, as quatro melhores redações do Projeto de Incentivo à Leitura n.º 05, que sugeria uma DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA ou NARRAÇÃO abordando a problemática da saúde no Brasil, em contraste à CSS (Contribuição Social para a Saúde), aprovada na Câmara dos Deputados, substituindo a antiga CPMF.
Este blog parabeniza aos alunos que tiveram as redações escolhidas para o painel da Central de Cursos, mas também oferece uma palavra de incentivo àqueles que estão participando do projeto. Tenham paciência, o provérbio "Deus ajuda quem trabalha" sempre se confirma. Um abraço.

REDAÇÃO I - IMPOSTO RESOLVIDO, GESTÃO COMPLICADA

O projeto governista de criação da Contribuição Social para a Saúde, a CSS, com diferença de imposto à outra CPMF de 0,28%, garante que, a partir de agora, serão investidos 10 bilhões de reais a mais para saúde, o que, para os 259 membros da Câmara dos Deputados que aprovaram o projeto, resolverá o problema da saúde. Não é bem assim. E a gestão? Foi ou será mais bem tratada? Há planos para uma aplicação responsável deste dinheiro?
Dez bilhões de reais... A aplicação desse dinheiro se daria da seguinte forma: 200 milhões para a melhoria das unidades fiscais de urgência e emergência; 500 milhões para os cuidados primários, como melhorias nos postos de saúde; 700 milhões para a compra de medicamentos excepcionais; 4 bilhões para o PAC Saúde e, por fim, 4,6 bilhões para o reajuste da tabela de remuneração dos médicos. É desta maneira que tudo parece resolvido, mas o problema vai mais além, isso porque, por mais que sejam investidos recursos na saúde, faltam e falham os parâmetros de organização, ou seja, na maioria dos hospitais do país, a administração dos recursos de saúde não se dá de maneira responsável, o que gera “faltas” que não são necessárias ocorrer, mas que infelizmente ocorrem.
É o caso das dificuldades em se fixar médicos nas periferias, por exemplo, pois, por mais que sejam mais bem pagos para isso, muitos se recusam, seja pelo perigo ou pela falta de infra-estrutura nesses locais. Também há a distribuição errada de equipamentos para os hospitais, sem falar na falta de medicamentos adequados, são necessárias remessas com urgência por essa falta. Sendo assim, mais dedicação a esses aspectos é necessária.
Portanto, mais que dinheiro, sejam 10, 20, 30 ou 100 bilhões de reais, é preciso uma reestruturação em todo o sistema de gestão de saúde, pois quanto mais houver organização, melhor as verbas serão aplicadas e aproveitadas das devidas maneiras.

Ricardo Henrique Pereira dos Santos (9,25)

REDAÇÃO II - PAGANDO PARA MORRER

Saber como está a saúde brasileira é algo muito simples, basta ligarmos a televisão ou sairmos de casa para sermos informados de inúmeros casos de pessoas que morrem pela falta de atendimento médico, pela falta de medicamentos e pelo não funcionamento dos serviços de emergência. Esta inadimplência do governo é a mais cruel entre os outros, visto que todos os dias pagamos impostos e mais impostos, seja na compra de algum produto ou no pagamento do IPTU e não recebemos retorno em melhorias no setor que todos nós precisamos, a saúde.
A administração do dinheiro público é fato desde algum tempo devido aos escândalos em que os políticos estão envolvidos, inclusive na sonegação de impostos. Mediante esses acontecimentos, torna-se inadmissível ser aprovado um novo imposto, que é rotulado como dinheiro para ações na área de saúde, o qual pagaremos sobre as movimentações financeiras, e mais uma vez nada ser melhorado, pois enquanto pagávamos a CPMF, com uma porcentagem bem maior que esse novo imposto, a saúde continuou na mesma precariedade.
Se for o caso de pagarmos essa alíquota, que inicialmente será de 0,1%, não resta dúvida de que o salário de muitos deputados e senadores há de ficar mais “gordo”. A melhoria dos serviços da saúde só será visível quando o nosso dinheiro for administrado com seriedade, já que o mísero salário do brasileiro não é o bastante para custear esse tipo de imposto.

Autora: Maria Júlia de Medeiros (9,25)

REDAÇÃO III - A PACIENTE

- Socorro, socorro! – gritou, com a voz trêmula, uma jovem de apenas vinte e cinco anos que se chamava Sônia e estava num banco de hospital público à espera de ser atendida.
- Ei, Doutor, me ajude, por favor! – continuava a chamar a mulher.
Os médicos e enfermeiros transitavam no hospital, mas sempre estavam apressados para socorrer outras pessoas nunca davam atenção aos pacientes que se encontravam na fila de espera.
Sonia estava prestes a dar a luz, sua gravidez era de risco e ela tinha chances de morrer na hora do parto. Márcio, que era casado com ela, chegou desesperadamente gritando:
- Sônia, o que houve? Você está pálida. Cadê os médicos?
- Não sei, ainda não chegou a minha vez, mas acho que nossa filha vai nascer - respondeu ela, com um ar de tranqüilidade na face.
Tudo parecia calmo para Sônia, era como se o nascimento do seu bebê eliminasse as dores por ela sentidas, naquele momento. Então apareceu uma enfermeira e perguntou:
- A senhora precisa de ajuda?- Sim, preciso, meu neném vai nascer – respondeu.
A enfermeira fez o parto ali mesmo e ao final de tudo colocou a criança nos braços da mãe.
- Veja, ela é perfeita! – disse Sônia quase sem voz.
- É sim, meu amor! – comentou o marido emocionado.
Ao perceber a situação da mulher a enfermeira chamou, imediatamente, um médico que encaminhou Sônia para uma sala de cirurgia. Porém, era tarde demais, a paciente já havia falecido.
Autora: Élida Priscila Fernandes Costa (9,00)

REDAÇÃO IV - MELHORAR SEM MAIS COBRAR

A saúde é o bem mais precioso da vida. Infelizmente, no Brasil, esse “bem” está bastante fragilizado, pois quem não o apresenta de forma natural e depende de algum tipo de assistência médica pública, muitas vezes morre antes mesmo de descobrir o seu problema.
O Brasil é um dos países em que mais se pagam impostos ao governo no mundo, e mesmo assim nossa saúde pública é tão precária. A Câmara dos Deputados aprovou a Contribuição Social para a Saúde (CSS), novo imposto que prevê uma alíquota de 0,1% sobre as movimentações financeiras dos brasileiros.
É inadmissível a criação de mais um imposto para a saúde, pois os impostos a se pagar aumentam e a qualidade dos serviços prestados diminui. A população, principalmente pobre, não possui recursos para se utilizar dos serviços de saúde privada, paga bastantes impostos e não tem direito a um atendimento razoável no Sistema Único de Saúde (SUS).
A única medida aceitável e não abusiva seria melhorar o SUS, sem que novos impostos sejam cobrados. Se o governo precisa de verba para isso, deveria retirar dos fartos salários dos deputados e senadores, e não da sua nação.

Autora: Luana Medeiros de Moura (9,00)

4 de jul. de 2008

"LEI SECA" OU "LEI TOLERÂNCIA ZERO"?

Cassildo Souza



A Lei n.º 11.705 entrou em vigor e, com ela, nova polêmica: Trata-se de uma norma que vem para tentar diminuir o número absurdo de acidentes que acontecem nas estradas ou, simplesmente, um rigor acima do normal?
A maior preocupação que devemos ter é se o Estado disporá de estrutura suficiente para fiscalizar as operações nas estradas ou se os mesmos problemas de outras épocas surgirão. É preciso, no meu entender, que os encarregados pelos procedimentos não se deixem levar pela corrupção, pelo suborno, pela intimidação política. Isso já um passo na tentativa de encontrar um caminho que amenize o horror rodovias do Brasil.
Quando falo em condições estruturais estou abordando, para ser mais específico, se os equipamentos adequados para as averiguações existirão em quantidade e em conservação necessárias para tal. O bafômetro é a ferramenta inicial, mas os agentes devem ser treinados, orientados da melhor maneira possível para que também não cometam injustiças, como é bastante comum em nosso País.
Não cabe, então, o mérito de saber se a Lei é rigorosa ou está bem elaborada. Uma coisa é óbvia: precisamos diminuir os desastres, muitas vezes decorrentes da falta de responsabilidade, mas o governo também precisa garantir estradas de qualidade para que o objetivo da nova regulamentação do trânsito seja alcançado plenamente.

1 de jul. de 2008

AVERSÃO (CASSILDO SOUZA)

Às vezes me dá a impressão
De que todos se voltaram contra mim
Fico cego, não vejo ninguém
Sou o uno, sem diálogo
Sou sozinho, abominável.
Minha língua não se entende
Minha lida se comprime
Minha vida se dispersa
Sou quase inexistente.
Quando me julgam improcedente
Sou ousado sem saber
Sou usado sem querer
Todos estão revoltados
O culpado tem que se achar
Serei eu, sempre eu, sempre o meu “eu”
Serei massacrado, merecerei
Serei execrado, não saberei
Por que e onde encontrar solução
Minha paz não é a mesma
De quando pensei não ser tão odiado
Mesmo que temporariamente.
Não há importância
Na vida tudo passa, não é assim?
Farei de conta nada existir
Mesmo com a inevitável consciência
De que uma avalanche me aguarda.