Pergunto a meus alunos: Vocês querem realmente sentir o "arrepio" de passar no Vestibular? Asseguro-lhes que talvez não exista sensação melhor. Mas é preciso pagar o preço e isso nem tudo mundo está disposto a fazer.
Se nós avaliarmos as histórias de todas as pessoas bem-sucedidas, veremos que a batalha foi difícil para que elas chegassem a um determinado nível. Não será diferente no Vestibular, certamente. Alguns dirão que já houve casos em que, sem estudar, candidatos obtiveram sucesso no exame. Isso é verdade, mas quem se arriscaria a pagar para ver? A estatística desses casos seria insignificante perto daqueles que realmente se comprometem e renunciam alguns meses para atingirem a tranqüilidade e o sonho de serem universitários.
Muitos alunos fazem cursinho pré-vestibular por status. Não sei que status é esse, mas o fenômeno acontece. Outros vão porque são obrigados pelos pais e, assim, no final, aquele grupo de alunos que tem objetivos concretos (infelizmente, a minoria) sempre leva vantagem. No meu entendimento, nada é mais justo.
De forma geral, poderíamos dizer que os alunos de hoje são desestimulados. Pelo país, pelo sistema, pelos colegas. Parece existir um complô permanente a incentivá-los para a mediocridade. Não é mais importante pensar numa profissão estável, pensar em ser bem-sucedido na vida, porque isso "demanda tempo". Tudo tem que ser já, agora, num instante. A era tecnológica trouxe essa ansiedade que contamina a todos. É um paradoxo, pois o conhecimento deve existir exatamente para suplantar essas barreiras.
O aluno que está disposto a encarar um vestibular pela primeira e última vez tem que se manter informado, ciente do que acontece em sua volta; tem que estar constantemente em dúvida, inquieto, querendo saber por que razão determinados aspectos são de uma maneira e por que outros se apresentam de forma diferente; tem que estar centrado na busca de tornar realidade aquilo que ele sonhou um dia.
Vejo, com tristeza, alunos que entram na sala de aula e, antes dos dez minutos, saem. Demonstram uma falta de concentração, de compromisso, de meta. Ainda assim, querem ter resultados positivos, ao final do ano. Mas as coisas não acontecem por acaso. Ou você acha que estudando todo um ano, tirando suas dúvidas com o professor, exercitando as questões mais complexas, terá o mesmo destino daquele aluno sem compromisso, desestimulado, sem objetivos?
O querer e o poder caminham juntos, mas nem sempre o querer é poder, já que nem todo mundo quer de verdade. Dizer "eu quero" só tem sentido quando se sente o querer. Como nem sempre o que se fala é o que se sente, pois temos a capacidade da dissimulação, em alguns casos essas palavras se perdem, levando também à "perdição" milhares de sonhos.
Como professor de pré-vestibular quero que meus alunos sintam o prazer que é alcançar essa meta. Quero que vocês sintam na pele a sensação inconfundível, indescritível, incomparável. Por isso, recomendo refletir esse binômio "querer e poder" não de maneira utópica, mas agindo de forma a torná-lo possível em suas vidas a partir de agora. E, caso precisem de dicas, estarei à disposição através deste espaço que é de vocês. Ou, melhor ainda, pessoalmente, já que sou bastante acessível e tenho maior prazer de incentivá-los.
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