5 de ago. de 2009

O MUNDO DOS "FAZ-DE-CONTA"

Parece que estamos vivendo um período bastante controverso em nossa realidade. Tudo virou de ponta-cabeça e está invertido nos valores, nos costumes, até na prática com aquele de quem se diz amigo. O certo é, hoje, o errado; este, por sua vez, vale muito mais do que aquele.
As aparências atualmente enganam mais do que nunca. Mas até certo ponto, pois também, no geral, as pessoas não têm mais vergonha de se mostrarem inertes, incompetentes, antiéticas, sem caráter. Ninguém mais se preocupa em contribuir para o crescimento do outro; ser honesto é sinônimo de "babaquice"; não fazer bagunça é igual a ser "muito delicado" e trabalhar correto é sinal de caretice. Aonde vamos parar? A que ponto nós chegamos neste Terceiro Milênio tão esperado e tão pouco evolutivo, por causa dessas questões?
Não teria nenhuma pretensão de mudar o mundo. Aliás, antes disso, eu teria que mudar muito a mim mesmo. Mas acho que cada um, ao reconhecer as próprias falhas e refletir sobre o que realmente é positivo, moderno e inovador, já está dando um passo para que a evolução volte a acontecer. Li, certa vez, num texto intitulado "Arrumar o homem" que nada pode ocorrer no sentido de renovação se não partir antes do indivíduo, do ser humano que procura conscientizar-se daquilo que servirá como base para suas futuras gerações. Os valores precisam ser retomados enquanto ainda existe tempo. É preciso não perder de vista o que diferencia o certo e o errado, porque isso não muda com o passar do tempo. As atitudes é que mudam, no entanto, nós podemos controlar as ações.
Temos de transmitir àqueles que estão em nosso redor que a postura correta é o caminho a ser trilhado. As máscaras sempre caem, por mais que procuremos disfarçar. Hoje, contraditoriamente, vivemos cercados de mecanismos vigilantes e, mesmo assim, alguns ainda insistem em querer esconder aquilo que, muitas vezes, está óbvio. Tudo em nome de um "faz-de-conta" sem precedentes para poder alimentar a ganância e a incapacidade em detrimento da busca incessante que todos deveriam traçar coletivamente.

2 comentários:

Unknown disse...

nossa! seu blog me salvou hoje....

Unknown disse...

Com certeza, professor, não tenha dúvidas que esse é um assunto pertinente. Muitas são as vidas de aparencias, muitas são as máscaras, grandes são os desgostos e afins. Isso muito me entristece e, cada vez mais, me coscientizo da frase de Exupéry:
"Os homens são acostumados a comprar tudo pronto nas lojas, como não há lojas de amigos, os homens não tem amigos"