Cassildo
A vida nos ensina sempre a aprender as coisas mais agradáveis. Mesmo sabendo que no mundo acontecem eventos imprevistos, queremos sempre ter em mente que tudo um dia vai mudar. Será, entretanto, que estamos sendo parte dessa provável mudança? O paradoxo chamado Homem assusta tremendamente. Vivenciamos guerras, desastres naturais, desmandos sociais e, contraditoriamente, presenciamos campanhas para desarmamento, luta contra as drogas, contra doenças incuráveis. Testemunhamos os chefes de Estado procurando uma solução para que suas nações encontrem a paz, para que não morra mais ninguém, para que a fome seja digerida.
O mundo é uma rotação estranha, porque os cérebros pensantes não pensam nada e os chamados “loucos” no final estão sempre com a razão. Esses últimos são alvos de críticas e zombaria e o mais intrigante é que quando se consegue perceber a sua racionalidade, já é muito tarde porque não estão mais entre nós.
Talvez por essas e outras coisas é que o mundo nunca vai caminhar em unidade. São aproximadamente 6 bilhões de cabeças diferentes, cada uma com seus caprichos e orgulhos, com suas falhas e fraquezas, mas também com suas qualidades múltiplas. Falar de amor é ser careta, falar do ódio é oportuno e ser diferentemente repudiável é sinal de promoção e crescimento. Nesse sentido, a mídia tem alimentado intensamente a “cachola” humana no sentido de fazer as pessoas pensarem que a qualquer modo podem passar da água ao vinho e se tornarem estrelas.
Mas, o fato é que a busca por uma identidade tem sido cada vez mais acirrada, porque não se propõe a luta por coletividade. Tudo caminha para o único, para o uno, para o maior, nunca para o melhor. A quantidade sobrepõe a qualidade. Número é mais importante do que gesto, conta bancária é mais importante do que afeto e carro importado é mais viável do que pessoas. Refletir é brega e “endoidecer” é “manêro”.
Por mais que tentemos elaborar um quadro de como se acha a Humanidade hoje, vamos sempre esbarrar em questões simples, mas sem resposta. Essa resposta que as pessoas têm buscado não é a melhor solução para nada. Quando se busca algo sem conteúdo, é impossível que se tenha forma necessária ao apogeu da raça mais complicada do planeta: o bicho homem.
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