8 de mar. de 2011

08 DE MARÇO - SINÔNIMO DE CONQUISTAS

Cassildo Souza

Embora concordemos que a mulher ainda precisa ser reconhecida em muitos âmbitos, é coerente afirmar que ela conquistou muitas vitórias ao longo dos últimos 40 anos. Os direitos de votar e de ser votada talvez tenham sido os aspectos mais significativos, seguidos, em meu entender, das ocupações importantes em postos de trabalho antes protagonizados exclusivamente pelo sexo masculino.

Evidentemente que muitas "cabeças rolaram" para que as mulheres atingissem tal nível. Não foi um fenômeno que aconteceu "da água para o vinho". Se até hoje ainda enfrentam muitos preconceitos, imaginemos, então, há quatro décadas. Quando se comete um erro no trânsito, vem logo a afirmação de que "só poderia ser mulher"; quando vemos uma moça sendo comandante de um grupo de policiais, ficamos meio desconfiados; ainda assim, os acontecimentos dos últimos anos tem nos ensinado que o contexto de mundo se tranformou. E muito.

Num espaço de seis anos, apesar de todas as desconfianças de um continente machista - a América do Sul -, três mulheres chegaram ao poder de seus países: primeiro foi a chilena Michele Bachelet, que governou a nação de 2006 a 2010; depois a ex-primeira dama de Nestor Kirchner, Cristina Kirchner, a qual sucedeu o marido no comando da Argentina, com mandato ainda em vigor; e, por último, o Brasil, país de dimensões gigantescas, que colocou Dilma Rousseff como ocupante do cargo máximo do Executivo Nacional. Fatos que ratificam a imposição que a mulher vem realizando em áreas antes nunca imagináveis.

Um outro fator que indica a conquista das mulheres, e que deve ser também comemorado, diz respeito à língua. Muita gente não sabia que gramaticalmente o feminino de PRESIDENTE é PRESIDENTA; que o feminino de SOLDADO é SOLDADA; que o de OFICIAL é OFICIALA; o de CORONEL é CORONELA; e, assim, por diante. Termos que sempre funcionam no masculino, pois não havia mulheres que os ocupassem. Hoje em dia o termo PRESIDENTA se pulverizou, tudo em decorrência do hábito até então não recorrente: não havíamos presenciado ainda uma mulher no poder. Atualmente, já é comum nos depararmos com outros termos femininos, pois representam exatamente a situação da mulher em nosso contexto.

E poderemos citar inúmeros outros exemplos para mostrar que a mulher tem, sim, o que comemorar neste dia. Aqui mesmo no estado do Rio Grande do Norte, temos pela segunda vez consecutiva o comando de uma mulher, e a atual governadora vinha de um mandato de senadora; na Câmara Federal, dois representantes nossos são do sexo feminino; na Assembléia Legislativa Estadual, o número de mulheres é proporcionalmente pequeno (03, de um total de 24), mas já constitui um avanço, se considerarmos a história que antecede esse alcance. É muito alentador saber que elas atingiram uma importância crucial na condução dos destinos do estado, do país e, quem sabe um dia, do Planeta.

Parabéns a todas as mulheres: mães, irmãs, esposas, filhas, colegas de trabalho, alunas e a quem mais convier. Este dia é - em verdade - um marco.

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