30 de dez. de 2011

AS AMBIGÜIDADES SÃO TRAIÇOEIRAS

"Bárbara Berlusconi diz que suposta gravidez de Pato é mentira". (Fonte: site www.msn.com.br)

Essa notícia me chocou. Não sabia que já era possível a gravidez para homens. A "suposta gravidez de Pato" só poderia ser mesmo "mentira". Aliás, nem deveria ser "suposta", pois isso é incogitável. Não sei como poderiam considerar uma coisas, mas em se tratando de novidades do mundo atual, eu não duvidaria de nada.

O fato é que as ambigüidades têm derrubado muita gente. Se por um lado, elas são um ótimo ingrediente para os textos publicitários, por outro, podem prejudicar muito a comunicação. Caracterizam-se por se construir sentenças de uma forma que não permita ao leitor saber exatamente o que se quer dizer, fazendo surgirem inúmeras interpretações sem que haja vantagem de uma sobre outra. As pérolas são infinitas. Por exemplo, "Sindicância apura até segunda morte de menino". Mesmo sabendo que um menino não pode morrer duas vezes, soa muito estranha a estruturação do período.

Excedendo os limites do jornalismo, não para por aí a natureza esdrúxula de algumas construções; a ambigüidade é mesmo traiçoeira e ninguém está livre dela. Mas convenhamos que a revisão textual faz parte - ou deve fazer - do universo de quem escreve. "Peguei o ônibus correndo" não nos dá exatidão do que se quis dizer, pois não se saberá se quem correu foi ônibus ou quem o acompanhou.

Tenhamos mais cuidado na hora de usar a língua. A informação precisa ser compartilhada, presume interação entre quem a emite e quem a recebe. O uso dos pronomes "seu", "sua", "seus", "suas" também deve ser feito de forma cautelosa, para não incorrermos em erros do tipo "O professor recebeu o jornalista em seu escritório"; "Maria pediu a Bia para trazer sua bolsa" e assim por diante. Não vamos fazer da comunicação um problema, mas otimizá-la para facilitarmos a relação entre as pessoas.

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