"Haviam centenas de pessoas à espera."
"Haverão muitos feriados este ano."
O que as frases acima têm em comum? Muitos responderiam: "o verbo HAVER!". Vamos mais além. O que elas apresentam de semelhança é o fato de estarem escritas em desacordo com a norma culta no que tece à concordância verbal. De que modo? "Houveram" concorda com "avanços"; "Haviam" concorda com "centenas"; e, por último, "Haverão" concorda com "feriados". Diz a regra que o verbo deverá concordar com o sujeito.
Ocorre que - nos três casos acima - "haver" pode ser substituído por "existir" e, conforme preconizam as normas, nessas situações, não existe sujeito, já que o verbo é impessoal. Logo, a forma verbal deverá permanecer na 3ª pessoa do singular. Em síntese, "haver" nunca deverá ser flexionado quando estiver no sentido específico de "existir".
Assim, o correto seria escrever ou falar "Houve avanços significativos na sociedade.", "Havia centenas de pessoas à espera." e " Haverá muitos feriados este ano.". Esse tema quase sempre é objeto de concursos públicos e processos vestibulares, geralmente confundindo os candidatos. Uma observação importante é que o próprio verbo EXISTIR tem plural, caso se exija do termo a que se refere.
Outra pergunta a se fazer seria: não existe HAVER no plural?
Existe, sim, quando este funciona como verbo auxiliar, semelhante a TER, em frases do tipo "O menino HAVIA/TINHA feito a atividade" / "Os meninos HAVIAM/TINHAM feito a atividade". Aqui, prevalece a regra geral de concordância verbal, segundo a qual o verbo concorda com o sujeito.
Boa escrita.
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