23 de dez. de 2008

SILÊNCIO BARULHENTO (Cassildo Souza)

Quando esse silêncio romperá?
Há milênios sem manifestar-se
Ele me atinge como uma lança
Esse silencio, pela proporção, fez estragos
Mais barulhento do qualquer som
É um silêncio que incomoda
Silêncio que meus ouvidos não suportam
Vidros quebraram-se por sua causa
Crateras espaçosas se abriram
Melhor um som desagradável
Do que um silêncio intencional
Melhor a infâmia e a calúnia
Do que o calar não desejado
Melhor a manifestação errônea
Do que a medíocre omissão
Mas esse silêncio, nenhum barulho o supera
Nenhum silêncio é igual
É silêncio “não-silêncio”
Maior que a escuridão.

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