Com previsões cada vez mais fortes de que o petróleo estaria chegando a seu limite, entendo que encontrar reservas desse tamanho não pode ser um fato a passar despercebido. Por isso, o episódio tem sido tratado - em especial pelo Governo - como um dos aspectos decisivos na afirmação da economia do País, num período em que o mundo passa para uma crise gigantesca, embora aqui ela não tenha atingido as proporções que se esperavam. Além dessas questões, no âmbito político isso pode servir como "carta na manga" dos governistas, levando-se em conta a sucessão presidencial que começa a ser esboçada. O Petróleo, certamente, será o carro-chefe da eventual candidata Dilma Roussef, a qual já foi - inclusive - Ministra das Minas e Energia. Analiso que o otimismo é totalmente compreensível, tanto pelo lado econômico como do ponto de vista político.
Contudo, nada está garantido: ouvi já especialistas dizerem que a viabilidade do pré-sal dependerá, em muito, de diversos investimentos, principalmente na área tecnológica. No que tange o aspecto geológico, não será fácil explorar tais reservas sem um planejamento bem desenhado, haja vista que a profundidade medida até se chegar ao mineral pode alcançar os 7.000 metros e, até se atingir o local específico - com a necessidade de fixar os cabos de âncora e com a resistência natural das rochas - muitos procedimentos precisam ser bem realizados, o que exige sabedoria e competência. Outra questão, a financeira, também deve ser cuidadosamente analisada: estima-se que será necessário gastar pelo menos 1 bilhão para que a estrutura de exploração garanta sucesso e, conseqüentemente, rentabilidade econômica. É realmente um desafio, não basta "apertar um botão".
Independentemente da viabilidade do negócio, é interessante cuidar para que o País não se torne vítima da "maldição do petróleo". É um momento importante, cujas ações poderão dar muitos frutos à economia nacional, entretanto, não se deve esquecer das demais potencialidades existentes e que merecem igual importância por parte do Governo. A nação deve ter equilíbrio, sendo a exploração petrolífera um dos pilares para fortalecer o crescimento, não o único.
Se as ações em referência forem devidamente observadas, o Brasil pode, realmente, ter motivos para comemorar futuramente. Nem iremos descartar uma possibilidade econômica tão forte, nem tampouco nos esquecermos das várias outras riquezas de que somos possuidores. Tudo dependerá da maneira como esse processo será conduzido e, em caso de competência, clareza e bom senso, nada impedirá que nos tornemos uma "potência", palavra tão pregada nos últimos tempos pelas nossas autoridades.
Um comentário:
muito bommm!!!
Postar um comentário