16 de set. de 2010

RESOLUÇÃO DE PROVA DA CESGRANRIO - BNDES / 2008

Deixe a angústia: reinvente a carreira

A maioria dos profissionais já viveu uma sensação de impasse na carreira. O trabalho perdeu a graça, as tarefas se sucedem de forma aborrecida, os desafios ficaram no passado. Você quer contribuir para sua empresa de uma forma mais intensa, mas não sabe de que maneira. Como superar essa modorra? O psicólogo Timothy Butler, professor da Harvard Business School, acredita que é preciso usar o impasse como uma oportunidade para experimentar novas situações. “Sem a sensação de impasse nós não conseguiríamos crescer, mudar e, eventualmente, viver mais intensamente”, afirma no livro Getting Unstuck: How Dead Ends Become New Paths (Ficando solto: como situações de impasse se transformam em novos caminhos).
A situação de impasse costuma deslanchar gradualmente. Primeiro surge como frustração, enfado, falta de perspectiva. Depois, começam as reflexões sobre supostos erros pessoais. “Não toco minha carreira como deveria” ou “não consigo exercer todo meu potencial”. As pessoas passam então a perceber que a antiga maneira de encarar a profissão não funciona mais. É a hora de ouvir sugestões, procurar novas perspectivas e, enfim, mudar. O impasse, segundo Butler, ocorre nas mais variadas situações da vida. É a sensação, por exemplo, que domina uma pessoa num relacionamento amoroso desgastado.
A superação do impasse exige coragem para enfrentar uma situação desconhecida. “É assustador e ao mesmo tempo excitante. A principal mensagem do impasse é que você não sabe o que o espera. Mas não saber não é tão ruim quanto você pensa que é”, escreve Butler.


Revista Época Negócios. Edição 4. jul. 2007

1 Segundo as idéias do texto, a sensação de impasse só NÃO gera, inicialmente,
(A) desprazer. (B) estímulo. (C) enfado.
(D) desânimo. (E) aborrecimento.

2 Em “Como superar essa modorra?” (l. 6), a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
(A) prostração. (B) perspicácia. (C) argúcia.
(D) esperteza. (E) ladineza.

3 Segundo o psicólogo Timothy Butler, o impasse é importante porque
(A) permite uma previsão de resultados.
(B) possibilita uma redução de desempenho.
(C) diminui as expectativas futuras.
(D) oportuniza o crescimento do indivíduo.
(E) previne contra novos impasses.

4 O impasse dá-se de modo
(A) parcial. (B) abrupto. (C) estanque.
(D) progressivo. (E) decrescente.

5 Uma das sensações constatadas pela reflexão retrospectiva do impasse é o(a)
(A) crescimento. (B) insucesso.
(C) realização. (D) estabilidade.
(E) segurança.

6 Na passagem “A maioria dos profissionais já viveu uma sensação de impasse na carreira.” (l. 1-2), a concordância verbal está de acordo com a norma culta. Assinale a opção cuja concordância verbal está, segundo essa mesma norma, correta.
(A) Sempre houveram impasses na sua vida profissional.
(B) A reparação dos erros cometidos são possíveis.
(C) Faz alguns meses que iniciamos o trabalho.
(D) Investiga-se, nesse momento, as falhas ocorridas.
(E) Soou oito horas no relógio da sala.

7 Em “O psicólogo Timothy Butler, professor da Harvard Business School, acredita...” (l. 5-6), empregam-se as vírgulas para separar o(s)
(A) aposto. (B) vocativo.
(C) adjunto adverbial deslocado. (D) juízo de valor do narrador.
(E) elementos de um sujeito composto.

8 Assinale a opção em que a palavra destacada está empregada INADEQUADAMENTE.
(A) Eis porque não conseguimos superar essa crise.
(B) A empresa discriminou os documentos necessários para a licitação.
(C) Aonde você pretende chegar com essa atitude?
(D) É iminente a queda da produção.
(E) É aconselhável que você chegue a tempo, se não perderá o prazo da inscrição.

9 Na linha argumentativa do texto, o último período do 3.º parágrafo estabelece com o anterior uma relação de
(A) adição. (B) conseqüência. (C) oposição.
(D) explicação. (E) conclusão.

10 Analise os comentários gramaticais apresentados a seguir, e assinale o que é IMPROCEDENTE.
(A) As palavras “já” (l. 1) e “nós” (l. 10) são acentuadas em função da mesma regra de acentuação gráfica.
(B) Na passagem “É a sensação, por exemplo, que domina uma pessoa...” (l. 20-21), o pronome relativo “que” equivale a a qual.
(C) “A superação do impasse...” (l. 22). Na palavra destacada, o emprego da preposição de constitui caso de regência.
(D) Reescrevendo-se o primeiro período do primeiro parágrafo do texto na voz passiva analítica, a forma verbal passa a ser foi vivida.
(E) As lacunas das palavras exce__ão e percep__ão não são preenchidas com a mesma letra.

RESPOSTAS COMENTADAS POR CASSILDO SOUZA

1. RESPOSTA: “B”.
É simples observar a linha 2 do 2º parágrafo “Primeiro surge como frustração”. Todas as outras alternativas apresentam sinônimos para a palavra “frustração”, menos a “B”, cuja palavra é exatamente o oposto.

2. RESPOSTA: “A”. A palavra modorra indica inércia, estagnação, que corresponde, aqui, a "prostração". Todas as outras alternativas indicam o sentido oposto, inclusive "ladineza".

3. RESPOSTA: “D”. Nas linhas 8 e 9 do texto está a resposta à presente questão, com a afirmação: “Sem a sensação de impasse nós não conseguiríamos crescer, mudar e, eventualmente, viver mais intensamente”.

4. RESPOSTA: “D”. No início do 2º parágrafo, clarifica-se a resposta: “A situação de impasse costuma deslanchar gradualmente”. Um processo gradual é o mesmo que um processo progressivo, que evolui por etapas. Tal sentido se distingue dos termos “parcial”, “decrescente”, “estanque” e “abrupto”.

5. RESPOSTA: “B”. Os trechos seguintes justificam a resposta: “Depois, começam as reflexões sobre supostos erros pessoais. “Não toco minha carreira como deveria” ou “não consigo exercer todo meu potencial”. Tais afirmações evidenciam o “insucesso”, a sensação de ter cometido deslizes, trazendo o impasse referido no texto.

6. RESPOSTA: “C”. Haver e fazer, indicando tempo, ou haver com o sentido de existir, sempre ficam no singular. Isso explica o erro da alternativa “A”; na opção “B”, a concordância deveria no singular (“é possível”) com o núcleo “reparação”; na alternativa “D”, “as falhas cometidas” exige a forma verbal no plural, “investigam-se”; na letra “E”, “soou”, assim como os demais verbos “bater”, “dar”, quando indica horas, deve seguir a concordância de “ser”, ou seja, com o termo seguinte.

7. RESPOSTA: “A”. Trata-se de expressão intercalada. Qualquer um dos casos das alternativas poderia ser verdadeiro. No entanto, só um deles se enquadra como “aposto explicativo”, ou seja, o termo que retoma o anterior, explicando-o, denominando-o, enumerando ou resumindo.

8. RESPOSTA: “A”. A frase da alternativa “A” equivale a Eis a razão por que/pela qual. Nesses casos, utiliza-se “por” mais “que” e não uma palavra só. Por isso, está INADEQUADA. Na opção “B”, “discriminou” significa “especificou”, “detalhou”, “enumerou”; “C”, “aonde” se utiliza com verbos que indicam movimento (chegar); “D”, “iminente” significa “prestes a ocorrer”; “E”, o “se não” indica condicionalidade, equivalente a “caso não”.

9. RESPOSTA: “C”. O segmento “Mas não saber não é tão ruim quanto você pensa que é” é introduzido pela conjunção ADVERSATIVA mas, que, neste caso, opõe-se à idéia do segmento anterior, descartando-se as demais opções.

10. RESPOSTA: “E”. Como o enunciado pede para se identificar a alternativa IMPROCEDENTE, neste caso é só verificar que as palavras são exceção e percepção, ambas com “ç”. Nas demais, tudo correto: “A”, as palavras estão inseridas nos monossílabos tônicos terminados em a, e, o (com ou sem “s”); “B”: pronome relativo “que” sempre é substituível pelas expressões o qual, a qual, os quais, as quais; “C”, “de” vem da regência da palavra “superação”; “D”, o segmento “A maioria dos profissionais já viveu uma sensação de impasse na carreira” ficaria “Uma sensação de impasse na carreira já foi vivida pela maioria dos profissionais”.

Espero que a publicação dessas questões elucide algumas dúvidas quanto a provas de Língua Portuguesa em concursos de Nível Médio.

Um abraço.

Cassildo.

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