13 de out. de 2011

Se o nível da Copa do Mundo for o mesmo do Campeonato Brasileiro, temos grandes chances

Tirei alguns minutos de meu tempo hoje, discutindo com um grande amigo, Mário Brasil, a respeito do Campeonato Brasileiro nos últimos tempos. Ele, motivado pela boa campanha do seu clube de coração – Vasco da Gama – time para o qual também torço, supervaloriza o certame, idéia com a qual não compartilho muito. Acho que nosso nível futebolístico decresceu bastante nos tempos atuais.

Em primeiro lugar, se fizermos uma análise matemática, veremos, entre 2003 e 2001 (período de adesão aos pontos corridos) que a única edição cujo Campeão teve um aproveitamento inferior a 58%, como o líder de 2011 apresenta, foi em 2009. Em todos os outros anos, o aproveitamento foi superior e – mesmo com uma diferença significativa para o segundo lugar – o vice-campeão ainda assim apresentou rendimento satisfatório condizente com sua posição ao final do campeonato. No presente campeonato, o primeiro colocado não deverá ultrapassar os mesmos 67 pontos conquistados pelo Flamengo há dois anos, demonstrando - a meu ver - falta de qualidade entre os participantes.

Os times alternam muito de posição, e isso não significa equilíbrio. Significa irregularidade. O Corinthians perde em casa para Figueirense; ganha fora do Botafogo, sufoca o Vasco na casa deste, na época líder absoluto, perde uma, duas, empata outras e continua líder; o Vasco, por sua vez teve várias chances de abrir boa vantagem, mas parou em Atlético-GO, em Bahia, Figueirense, tomou de 4 para o lanterna América-MG; O Botafogo consegue vencer o Corinthians de forma brilhante, tendo – 3 dias antes – apenas empatado com o Bahia, que briga para não cair. Em todos os campeonatos acontecem esses episódios, no entanto, com uma freqüência bem menor.

E o que dizer de jogadores como Ronaldo e Adriano, que não teriam chances em qualquer outro campeonato, pela forma física com um atuou e com que o outro começa a entrar em campo? Montillo arrebenta aqui; D’Alessandro ali; Herrera é indispensável ao Botafogo: os três nem fazem parte do grupo argentino; Loco Abreu – reserva do Uruguai – é rei no Botafogo; os jogadores erram fundamentos simples, perdem gols incríveis e fazem a festa de nosso campeonato.

Tudo isso nos traz uma reflexão de que vivemos um tempo difícil no futebol. Observemos elencos com o do Palmeiras, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, times que já foram campeões nacionais. Não nos iludamos, pois será muito difícil ganharmos a Copa de 2014 – se houver aqui no Brasil. Resta-nos uma esperança: de que o nível dessa competição internacional seja parecido com o Campeonato Brasileiro de 2011. Se isso ocorrer, ótimo. Teremos grandes chances. Se a qualidade for um pouquinho melhor, teremos o risco de retornarmos a 1950, quando o Maracanã, com 200 mil pessoas, calou-se com o título Uruguaio.

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