28 de jan. de 2009

CRISE DE NARCISISMO

Chega a me impressionar como algumas pessoas atribuem a si próprias os resultados considerados positivos. No contexto de mundo em que vivemos, ninguém se furta o direito de se auto intitular onipotente, infalível, incapaz de cometer erros. Isso pode ser observado, com especial atenção, na grande mídia, tanto por parte de alguns artistas como por pessoas comuns que participam dos chamados “reality shows”.

Parece que isso é a nova ordem mundial. As pessoas têm confundido muito, recentemente, marketing com narcisismo, consideram que marketing pessoal é entender-se o melhor na sua área de atuação, como se os outros não fossem importantes ou não existisse trabalho em equipe, mas apenas o mérito individual. Individualismo é um termo bastante praticado nessas épocas e não o vejo com bons olhos. A situação em que o mundo se encontra explica a minha repugnância a tal comportamento.

Preocupa-me muito o fato de que os chamados “ídolos” sejam tidos como verdadeiros espelhos e, em sua maioria, transmitam a idéia de irreverência que pode ser encarada como uma característica comum e até mesmo necessária para que se consiga ter sucesso em alguma coisa. O problema é que de repente o que era certo virou errado e vice-versa. Algumas pessoas, para se dizerem modernas, acabam adotando maneiras questionáveis de ser viver, não por alguma ideologia, mas para serem diferentes. E, pior de tudo: equivocadamente diferentes.

Devemos prestar mais atenção nas gerações que se avizinham para que elas não caiam no mesmo erro. Não podemos achar comum um adolescente que se considere melhor do que os outros somente porque seu pai possui um bom emprego e se esforça para mantê-lo numa escola de qualidade. Ou porque mora em um apartamento situado em área nobre e por isso entende que é dotado de uma superioridade inabalável. No contexto desse mundo, a parceria constitui-se numa das maneiras mais originais de salvar o que ainda resta de caráter no planeta Terra.

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