SEMELHANÇAS
E DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS GÊNEROS
Semelhanças:
Natureza
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA;
Estrutura
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO;
Debate
sobre um tema POLÊMICO, em que se exige POSICIONAMENTO CLARO;
Em
ambos os gêneros, PODE-SE usar a 1ª pessoa do singular (no caso da Carta,
DEVE-SE usar essa construção);
Encontrar
SOLUÇÃO à problemática debatida;
Assinatura
com PSEUDÔNIMO (nome fictício).
Diferenças:
FORMATAÇÃO
(Carta não tem título, tem local/data, saudações e vocativo);
DESTINATÁRIO:
na Carta, específico; no Artigo, universal, genérico;
Na
Carta, emprego dos pronomes de tratamento e vocativos na Carta (Excelentíssimo
Senhor / V. Exa, etc). No Artigo, não há o emprego desses elementos;
Marca
do destinatário com expressões com Senhor,
seu, você, etc, dependendo do DESTINATÁRIO.
MODELOS
Carta argumentativa
Currais
Novos, RN, 12 de maio de 2011.
Santíssimo Papa
Bento XVI,
Assunto
complexo é o que alude ao casamento envolvendo padres vinculados a essa
Instituição, coordenada por Vossa Santidade, matéria bastante comentada,
especialmente no Brasil, onde mais de 7 mil sacerdotes encontram-se em tal
situação de matrimônio ou em união estável.
Sou
sabedor de que a Santa Igreja apóia-se em dogmas milenares, construídos
paulatinamente, os quais preceituam a dedicação exclusiva de seus servos,
exigindo-lhes não manterem qualquer relacionamento conjugal. V.S. haveria de me
afirmar que um padre não teria tempo para várias atribuições, o que considero
equívoco, visto que a geração corrente não deve ser comparada a civilizações
antigas. Estamos na era em que as pessoas conseguem atender a vários chamados
simultaneamente, sem, no entanto, haver interferência entre um e outro e,
sinceramente, não enxergo incompatibilidade entre exercer a função de um
sacerdote e constituir família.
Não querendo contrariar as doutrinas que regem o
Cristianismo, sugiro a Vossa Santidade analisar, junto aos conselhos que
compõem o Vaticano, se não seria hora de rever alguns conceitos estabelecidos
pelo Catolicismo, adequando-os ao nosso tempo. Em minha visão - repito - não
existe qualquer empecilho que para que essa mudança seja considerada. Sem
querer comparar, a maioria das outras denominações religiosas permite que seus
representantes possam conviver com uma mulher, ter filhos e, ainda assim, eles
permanecem a serviço da Palavra de Deus, inclusive vivenciando na prática
aquilo que ensinarão a seus fiéis.
É
assim que me pronuncio, respeitando os preceitos que orientam a religião
católica. Penso, Santo Padre, que o tema é deveras árduo, mas precisa ser
discutido. Ao liberar o casamento para os sacerdotes da Igreja, o Vaticano
poderia, quem sabe, estar contribuindo para que alguns escândalos vivenciados
na Instituição fossem amenizados. Padres são seres comuns, de carne e osso,
ainda que tenham o dom espiritual e retórico de nortear o bom caminho a seus
seguidores. Precisam ter uma esposa, filhos, uma família própria, vivendo com consciência
tranqüila e necessidades satisfeitas.
Artigo de Opinião
Adequando-se
ao nosso tempo
Catolicis
Matrimonus
Assunto complexo é
que envolve a discussão sobre o casamento para padres apostólicos romanos, um
absurdo para alguns extremistas, mas que tem despertado interesse da sociedade,
principalmente após o conhecimento de que, apenas no Brasil, existem mais de 7
mil sacerdotes em situação de matrimônio ou união estável.
Opinar sobre tão complexa matéria é deveras um desafio,
no entanto, enquanto cidadãos, temos o direito e especialmente o dever de nos
posicionarmos. Sabemos que a Santa Igreja Católica baseia-se em princípios e
dogmas milenares, os quais respeito profundamente, mas é preciso, dada a nossa realidade,
rever alguns desses preceitos, e o casamento envolvendo seus padres é um deles.
Quando um individuo é ordenado sacerdote, acaba concordando em dedicar-se
exclusivamente à obra de Deus, o que inclui também não relacionar-se de forma
conjugal. No entanto, o simples fato de constituir uma orientação milenar não
deve servir de argumento para não considerar a revisão de tais conceitos.
Tradições podem ser quebradas, sim. Não nego jamais a
capacidade dos membros do Vaticano em tomar decisões acertadas, mas a realidade
nos mostra traumas profundos que a Igreja tem sofrido nos últimos tempos, isso
para não resgatarmos as atrocidades que a história remonta. Atos de pedofilia e
casamentos ocultos são só alguns exemplos, o que torna a Instituição vulnerável.
A proibição do matrimônio para sacerdotes gera uma série de outros erros, pois
quando sentem a necessidade de estar ao lado de alguém, o fazem sem o devido
consentimento de seus superiores e, assim, agem contra suas próprias
concepções.
Não há – nem haveria por quê – qualquer empecilho entre
um padre casar, constituir família, gerar filhos e continuar exercendo seu
ofício. Em outras religiões, sem querer fazer comparações, isso é perfeitamente
viável. É melhor rever certos preceitos do que alimentar hipocrisias, uma vez
que os erros cometidos são concretos. Caso contrário, os membros da Igreja
continuarão a desviar-se dos dogmas, mesmo que ocultamente, por serem homens
comuns e terem as mesmas necessidades físicas e psicológicas de qualquer outra
pessoa, ainda que tenham jurado servir somente à Igreja. O casamento
direcionado aos padres seria, na certa, uma decisão revolucionária, sábia e
benéfica à firme manutenção do Cristianismo.