A ideia do ENEM é ótima, mas o seu modelo, as
suas prioridades e chantagem que o governo fez para as universidades se
enquadrarem são pontos negativos; entendo que 60 questões por dia seriam
suficientes, já que são geralmente longas. Com menos itens, a prova seria muito mais de conhecimento do que uma maratona de paciência e resistência.
Ainda assim, acho que há nele uma oportunidade de se ingressar no ensino superior, favorecendo - de fato - aos mais estudiosos. Isso destoa do sistema atual educacional, que visa não a valorizar o mérito e sim aos supostos menos favorecidos. Acho que todos os alunos devem conscientizar-se de que - a partir de agora - é esse o modelo de vestibular que teremos. Claro, haverá mudanças inevitavelmente, mas a essência da prova permanecerá.
Portanto, àqueles que estão nesta edição (5.7 milhões de candidatos, aproximadamente), bem como os que vierem depois, terão de mudar a mentalidade para os estudos, entendendo que a leitura sobre fontes informativas, além das teorias escolares habituais, terão grande impacto no seu desempenho. Não basta saber as matérias escolares; é preciso saber do mundo, em que essas teorias se enquadram no dia a dia. E isso vale igualmente para alunos e professores.
De repente, essas mudanças podem abrir um despertar para os que fazem a educação no geral e para os que dela dependerão, a fim de se tornarem cidadãos na plenitude da palavra.
Desejo a todos os candidatos uma prova de qualidade, com menos sorte e mais competência.
Cassildo Souza
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