CONCLUINTES DO EETB: COMIGO PARA SEMPRE
03
de março de 2010. Lá se vão quase 3 anos, desde que iniciei minha
trajetória profissional a serviço da Secretaria de Educação do Rio
Grande do Norte. A escola que me foi atribuída: Tristão de Barros. Uma
missão árdua por ser, já naquela época, a referência no ensino médio de
Currais Novos. Um programa novo estreava, o chamado Ensino Médio
Inovador. Eu, juntamente com as primeiras séries “A”, “B”, “C” e “D”,
hoje transformadas em 3ªs. “A”, “B” e “C”, éramos os debutantes da vez:
muitas incertezas, principalmente pelo novo modelo, baseado em regime
semestral e com matérias optativas, o que apavorava a todos. Mas, quem
se importava? Afinal, havia muito tempo para nos adaptarmos.
Realmente, nos adaptamos, e como nos adaptamos! Mas o tempo que
tínhamos, ao contrário, passou como um meteoro, como se não tivéssemos
percebido a sua velocidade; aqueles quase meninos e meninas sustentam-se
– hoje – como homens e mulheres cheios de sonhos, de objetivos – alguns
mais, outros menos – mas todos querendo de alguma forma uma posição
digna num mundo tão cruel e seletivo.
Parece que foi ontem que
encontrei alunos já conhecidos de turmas preparatórias ao processo do
IFRN; parece que foi ontem que comecei uma parceria com vocês, iludido
pelo desejo de que tudo demorasse mais um pouco; parece que foi ontem
que começamos as nossas discussões; parece que foi ontem que tivemos os
primeiros estresses, alguns dos quais provocaram a antipatia de alguns
pelo mestre até hoje; parece que foi ontem que prometemos avançar o
máximo possível numa matéria normalmente deixada de lado pelos seus
condutores e conduzidos (hoje, menos do que antes), e que assustava a
todos; parece que foi ontem que comecei a dizer minhas besteiras na sala
de aula, a fim de tornar dinâmica e menos rígida a nossa atuação;
parece que foi ontem que comecei a ter esperanças de que cidadãos seriam
formados, antes de qualquer coisa, e esta era a nossa função principal.
Essa despedida será diferente; talvez para outros, será mais uma
conclusão de turmas de 3º ano; não para mim, porque me trevo a dizer que
entramos juntos para o ensino médio; estreamos juntos; discordamos,
sim, várias vezes, e que bom que isso tenha acontecido, pois a
divergência é matéria essencial até mesmo para o crescimento mundial; a
ninguém é dado o direito de ter exclusivamente a verdade em seu poder;
houve aborrecimentos, houve confrontos de gerações e opiniões; mas houve
e tem havido verdade, também, o prazer em estarmos juntos, em
dividirmos um mesmo espaço, em termos objetivos comuns, que é o
crescimento geral, em primeiro lugar, do ser humano.
3ªs. “A”, “B” e
“C”, saibam que sou eternamente grato a vocês por me permitirem avançar
em minha profissão; sem vocês, eu não seria o mesmo; não seria o mesmo
professor, não seria o mesmo homem, não seria nem o Cassildo chato nem
aquele que brinca nas horas vagas, que faz a “resenha” ficar mais
agitada, que chama a todos de “mala” e de “sonso”; sem vocês, eu não
seria eu, a minha história no Tristão de Barros talvez até passasse
despercebida. Foi muito bom ter aprendido com vocês, ter ensinado alguma
coisa a vocês, ter dado bronca quando achei que era necessário, ter
aliviado as coisas quando era prudente. Agradeço profundamente a
oportunidade de ter convivido com cada um, o privilégio de expressar
minhas idéias e a dádiva da convivência, em seu todo sadia.
Perdoem-me aqueles com os quais não adquiri tanta afinidade; perdoem-me
aqueles que porventura magoei pela minha maneira sincera e transparente
de ver as coisas; afinal, somos todos seres humanos e – graças a Deus –
eu erro bastante. Saiba que meu coração não comporta rancores, pelo
contrário, ele é eternamente grato a todos; àqueles que têm mais
aproximação comigo, que esta ligação seja infinita, aos outros, nunca é
tarde para haver convergência.
Muito obrigado por tudo, Deus os abençoe sempre; eu os levarei comigo...
Para sempre!
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