Neste
ponto de nossos estudos, convém lembrar que a produção de textos é uma
atividade que implica um processo de criação inicial ao qual segue sempre um
processo de re-elaboração. Isso significa que não há texto que já nasça pronto;
é necessário sempre um trabalho de avaliação do que se escreveu e de correção e
aprimoramento. Não estamos falando aqui de avaliação e correção no sentido de
atribuição de conceitos para efeito de aprovação ou reprovação. Estamos falando
do desenvolvimento da sua própria capacidade de ler e reler o que escreveu a
fim de melhorar seu texto e torná-lo mais eficiente. Para isso, é importante
que você leia o que escreveu com distanciamento crítico, procurando colocar-se
no papel do leitor. Ao fazer isso, pergunte-se o tempo todo se o que você está
captando com a leitura é o que você espera que o seu leitor capte. Há várias
operações que você pode realizar a fim de aprimorar seu texto; cortar palavras
ou expressões excessivas, substituir palavras ou expressões por outras mais
claras e precisas, inverter seqüências para obter maior clareza ou
expressividade, reordenar idéias, argumentos ou dados para conseguir uma exposição
mais bem-ordenada. Saiba que esses procedimentos são parte do cotidiano dos profissionais
da escrita – jornalistas, redatores, escritores, poetas vivem mexendo e remexendo
seus textos.
No
caso dos textos falados, os processos de revisão e reorganização são conduzidos
durante o próprio desenvolvimento do texto. Você deve desenvolver a capacidade
de perceber se seu texto está atuando como planejado de remanejá-lo em direção
ao que você pretende. É quando surgem expressões como “talvez seja melhor dizer
de outro modo”, “acredito que isso ainda não ficou bem claro, por isso vou
voltar ao assunto”, “é melhor pensarmos numa outra forma de encaminhar esta
conversa” e outras, que indicam claramente a alteração dos rumos do texto.
Extraído de INFANTE, Ulisses.
Curso de Gramática Aplicada aos Textos. 7.ed. São Paulo, Scipione, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário