Trabalhando como professor de língua
portuguesa para concursos e vestibulares há cerca de 6 anos, é pouco provável
que nós cometamos erros primários de ortografia na hora de escrever um texto (o
que sempre pode ocorrer, independentemente de quem seja o redator). No entanto,
comigo e com outros escritores, isso ocorre mais do que se possa esperar. Nem
sempre é por falta de domínio ao padrão ortográfico, mas – muitas vezes – pela
digitação de uma letra de forma equivocada, o que ocorre cotidianamente.
Vamos aos casos práticos. Quem observar
um teclado de computador (em seus inúmeros modelos), perceberá que a letra “s”
é vizinha do “z” e do “x”. A combinação de palavras escritas inadequadamente
que isso pode provocar é gigantesca. Ao escrever “bazar”, alguém pode –
evidentemente sem querer – tocar no “s” e acabar grafando “basar”, o que será
motivo de questionamento para um leitor mais “antenado” ou “chato” no sentido
de apontar o erro alheio. A palavra “espontâneo” é inúmeras vezes redigida como
“expontâneo”, e não sabemos se o seu redator quis produzi-la
assim ou se pode ter sido vítima de um erro de digitação.
Outros casos práticos de erro
ortográfico (ou de digitação) se verificam corriqueiramente: os vocábulos “expor”,
“estender”, “expectativa”, “expectador” (que espera), “espectador” (que
assiste, vê) são constantemente grafados trocando-se “s” por “z” ou “s” por “x”
ou, ainda, “x” por “z”. Em sua maior parte, diríamos que como há dificuldade
para muitas pessoas em representar graficamente as palavras (grosso modo, pois
isso não é bem assim), o erro terá sido de ortografia. No entanto, eu mesmo, ao
digitar meus textos, já cometi essas gafes por – na rapidez de meus dedos – bater
numa tecla indevida e a palavra ficar totalmente comprometida. Várias certidões
de nascimento trouxeram o nome “Luiz”, quando deveria ser “Luís”, “Teresinha”
quando deveria ser “Terezinha”, e assim por diante.
Casos envolvendo as letras “m” e “n”
são muito comuns também, já que estão “coladas”, no teclado. Conheço um amigo, cujo nome “William”
teria normalmente um “m” ao final, que se chama Willian (Willian Pinheiro). É
claro que isso não muda a maneira como se pronuncia o vocábulo, mas a primeiro
momento parece estranho, como seria estranho considerarmos as palavras “albun”,
“un", “conpra”.
Ou seja, nem sempre há erro
ortográfico pela convicção de quem redigiu; em muitos casos, a palavra ficou
inadequada pela não observância na hora de escrevê-la no seu computador,
Iphone, tablet ou o que quer que seja, neste mundo tão veloz e exigente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário